BATIZAR CRIANÇAS OU
ADULTOS?
Há um questionamento protestante, que insiste em dizer que a
Igreja Católica está errando batizando crianças. Dizem que não é válido o
batismo de bebês. Justificam eles, dizendo que é necessário primeiro crer para
depois ser batizado, e isto só é possível quando o homem é adulto. Citam a
passagem do Evangelho de Marcos 16:16: “Quem crer e for batizado será salvo, mas
quem não crer será condenado.”
Dizem que não fazemos o batismo da maneira correta, porque na
opinião deles batismo significa imergir o corpo, e não jogar água na cabeça.
Mas o significado da palavra batismo não é somente imergir, mas também
aspergir, borrifar, respingar e lavar. Ou seja, a Igreja está usando uma das
formas corretas do batismo. Veremos a seguir que a forma de usar a água no
batismo pouco importa. A Igreja Católica regida pela Tradição, em centenas e
centenas de anos, orquestrada pelo Espírito Santo, instituiu o batismo desde os
primeiros dias de nascimento.
João Batista não batizava por imersão, como podemos observar
nesta revelação de Valtorta: “João olha para Ele com uns olhos, que uma
lágrima enternece, e o precede em direção à beira do rio, onde Jesus tira o
manto e a túnica, ficando com uma espécie de calções curtos, para depois descer
na água, onde já está João, que o batiza, vertendo-lhe sobre a cabeça a água do
rio, apanhada com uma espécie de taça que o Batista traz pendurada na cintura,
e que me parece uma concha, ou a metade de uma cabaça seca, da qual foi tirado
o miolo.”
O povo judeu circuncisava a criança no oitavo dia de
nascimento, como sinal de que era Judeu. Já na Igreja Católica não se usa um
sinal na carne para identifica-lo como cristão, mas no espírito, com o batismo,
imprimindo o sinal indelével do Tau, da Cruz.
É uma santificação do espírito. É um sacramento. No Ritual do
batismo o Sacerdote diz: “Eu te batizo
em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, faz uma Cruz na testa e joga
água sobre a cabeça do nascituro, completa-se o ritual colocando um pouco de
óleo no peito da criança, significando a libertação da culpa original, que
depois será confirmada no Crisma.
Assim sendo, aquele ser batizado foi purificado por Deus, não
na carne, mas em seu espírito. Não foi a água ou o óleo que purificou a alma do
batizado, porque o que é material não chega no que é espiritual. A água é usada
no batismo apenas como um meio para fazer os homens, que são matéria, aceitarem
melhor o Ritual Sacramental. Portanto o método de jogar água na cabeça ou
imergir a pessoa no batismo pouco importa, o que importa é o Rito.
A Confirmação, ou Crisma, constitui o prolongamento,
complementa, confirma os juramentos dos Padrinhos realizados durante o Batismo.
É quando já dotados de discernimento aos quatorze anos, fazem o ritual
sacramental de aceitação de Jesus e de sua Igreja, negando Satanás.
“A confirmação, como o Batismo, imprime na alma do cristão um
sinal espiritual ou caráter indelével; por isso, este sacramento só pode ser
recebido uma vez na vida.” (Catecismo da Igreja Católica, 1302-1305)
Seria pecado se os pais pertencentes a Igreja de Cristo,
conhecedores da doutrina, não permitissem que seu filho recém-nascido fosse
batizado. A presença de Deus naquele coraçãozinho o protege das insídias do
enganador, desde aquele momento. Quanto mais tempo leva um homem para se
batizar, mais inclinado será para pecar. Porque enquanto não for consagrado no
Batismo, carrega o peso da culpa original, facilitando grandemente as ações
maléficas dos demônios. E se vier a falecer sem ter sido batizado, fatalmente
não será salvo. Então, porque esperar para batizar somente mais tarde? Não
sabemos quanto tempo dura a vida de um homem, que pode morrer enquanto criança,
ou na velhice. Porque não dar já nos primeiros dias de vida a proteção de Deus
salvaguardando aquela alma?
Tais pastores evangélicos quando criticam a Igreja Católica,
não mencionam o Crisma, propositadamente, unicamente para poder falar mal, sem
ter um argumento realmente concreto e verdadeiro contra a doutrina perfeita da
Tradição da Igreja. Com seus sete Sacramentos a doutrina da Igreja Católica é
totalmente espiritual.
Também não mencionam os padrinhos que dão testemunho e
esperança para que aquela alma se torne do Senhor. É a Comunhão dos Santos em
ação, é a Comunhão da esperança da salvação do próximo. É isto que se forma com
a família reunida em volta do nascituro: o tripé do Amor. Primeiro com a esperança, depois a fé, para se chegar no ápice com a Caridade. A criança ainda não tem a
razão, mas a família infunde a esperança,
que depois terá mais facilidade para chegar a ter fé, com a ajuda dos desejos
bons de seus familiares, da caridade,
conjuntamente com seus entes falecidos numa só oração. E não digam que este é
um pensamento exagerado, não, não é. Porque assim como o Mal maquina a todo
instante contra os homens, o Bem também age constantemente para salvar, cada um
a seu modo. Por acaso não sabem que na comunidade dos espíritos é um por todos
e todos por um?
Outro aspecto importantíssimo: Para celebrar este sacramento
não pode ser qualquer pessoa, não pode ter pecado, tem que ser casto, com
formação Ministerial Apostólica. Isto torna o Rito batismal na Igreja Católica
o único aceito por Deus. E Jesus confirma isso dizendo: “Vós não batizareis de novo a
quem já foi batizado, a não ser que ele tenha sido batizado com uma fórmula não
apostólica, mas cismática, e nesse caso se pode administrar um novo batismo,
fazendo-se uma pergunta clara ao batizando, se ele for adulto, se ele o quer, e
uma clara afirmação de querer fazer parte da verdadeira Igreja.” (Valtorta-Vol
4-pg.216)
Por isso a frase das escrituras citada pelos protestantes: “
Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado.”
Subentende-se que devemos observar o contexto total da frase para se chegar ao
seu significado real. Ou seja, não basta a pessoa crer somente durante o
batismo, se depois cai em pecado, porque tem que perseverar até o fim desta
vida para ser salva. A chave da solução desta frase está no seu final quando
diz: “Mas
quem não crer será condenado.” A primeira parte portanto deste texto
está incompleta, sendo absolutamente necessário o contexto todo da frase. Completando
este raciocínio, se a pessoa batizada não crer naquele momento, só será condenada
se persistir no erro, mas se no final de sua vida crer, será redimido e salvo.
Portanto pouco importa para a salvação das almas, crer ou não durante o
batismo. O que realmente vai importar é persistir crendo até o fim desta vida.
Como não se trata da libertação de um pecado cometido pelo pequenino, mas sim
herdado de nossos progenitores, mesmo que ele não creia, o batismo não se torna
nulo, porque o que vale é o Rito batismal. Este pecado hereditário não pode ser
retirado pela nossa própria vontade, por nós mesmos pedindo perdão, porque não
foi cometido por nós. Como pedir perdão por um pecado que não cometemos?
Somente pelo Rito do Batismo isso é possível. É o próprio Deus quem o retira
mediante a invocação de seu Nome pelo Sacerdote. É uma Graça gratuita dada por
Deus aos homens, mesmo sem merecimento algum.
Que a elucidação das consciências venha logo!
Antonio Carlos Calciolari
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