“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

sábado, 22 de outubro de 2022

ONDE SE LOCALIZAVA O JARDIM DO ÉDEN?

 ONDE SE LOCALIZAVA O JARDIM DO ÉDEN?

 

Gênesis 2:8-17

E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, do lado oriental; e pôs ali o homem que tinha formado.

E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.

E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços.

O nome do primeiro é Pisom; este é o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há ouro.

E o ouro dessa terra é bom; ali há o bdélio, e a pedra sardônica.

E o nome do segundo rio é Giom; este é o que rodeia toda a terra de Cuxe.

E o nome do terceiro rio é Tigre; este é o que vai para o lado oriental da Assíria; e o quarto rio é o Eufrates.

E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.

E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente,

Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.

Vamos por parte para melhor entender.

“E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, do lado oriental; e pôs ali o homem que tinha formado”. Neste capítulo o Senhor Deus plantou um Jardim no lado oriental do Éden. Éden significa planície ou estepe, sugerindo aqui que se trata de um lugar específico, separado dos demais, como se fosse uma ilha. O lado oriental, ou leste, onde nasce o sol, tem um significado de nascente, origem.

 “E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal”. E o Senhor criou inúmeras árvores bonitas com frutos comestíveis, e colocou a árvore da vida e do conhecimento do bem e do mal no Jardim que ficava do lado oriente do Éden, onde o sol nasce.

 “E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços”.  E saia um rio da planície que regava o Jardim, e depois se dividia em quatro rios. Sendo eles grandes rios, entendemos que o Éden não era pequeno, mas uma grande área para poder conter e dissipar ás águas.

“O nome do primeiro é Pisom; este é o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há ouro.

E o ouro dessa terra é bom; ali há o bdélio, e a pedra sardônica.

E o nome do segundo rio é Giom; este é o que rodeia toda a terra de Cuxe.

E o nome do terceiro rio é Tigre; este é o que vai para o lado oriental da Assíria; e o quarto rio é o Eufrates “.

Estes quatro rios se chamavam: Pisom, Giom, Tigre e Eufrates.

Pisom – Em hebraico significa espalhados, também chamado Ganges. Rodeia a terra de Havilá, possivelmente hoje a Índia. Alguns teólogos acreditam que o Nilo poderia ser o Pisom, mas não é possível, porque suas águas fazem o sentido contrário dos rios Tigre e Eufrates, que nascem na Turquia e descem, enquanto o Nilo sobe até o Mar mediterrâneo.

Giom – Significa turbulência, rodeia a terra de Cuxe, etiópia ou sul da Arábia.

Tigre – Significa flexa, também chamado do Árabe, Diglath ou Hidéquel na Bíblia.  O rio Tigre ou Tígris é um curso d'água que corta o território da Turquia e do Iraque e está localizado mais a leste do rio Eufrates, com o qual formam a Mesopotâmia, onde nasceram algumas das primeiras civilizações da humanidade, graças à possibilidade de irrigação de suas terras.

Eufrates – Também chamado de rio fora, significa doce, fértil. Rio da Ásia Ocidental, com uma extensão de 2700 quilómetros. Nasce nos planaltos da Arménia, na Turquia, e atravessa este país, a Síria e o Iraque. No seu curso inferior, no Sudeste do Iraque, junta-se ao rio Tigre, formando o Chatt al-Arab, que desagua no golfo Pérsico.

“E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.

E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”.

E tomou o Senhor o homem que já havia criado, e o colocou no Jardim paradisíaco, para lá cuidar. Para que o homem merecesse estar neste lugar onde tudo tinha em abundância, Deus colocou a Árvore do conhecimento bem e do mal, pedindo para que dela não comessem, caso contrário morreriam. O homem precisava mostrar para Deus que era obediente a sua vontade para lá permanecer, precisava ter mérito.

Faço observar, que vários teólogos chegaram a admitir que o Jardim do Éden foi feito por Deus quando os continentes estavam todos juntos formando a Pandeia, mas como já vimos na reflexão acima, o Jardim do Éden foi feito depois que Deus havia criado o homem. E vale lembrar que o Universo e a Terra não foram feitos em sete dias de vinte e quatro horas, no tempo dos homens, mas no tempo de Deus, que um dia pode ser mil anos ou milhares de anos, conforme nos disse Pedro Apóstolo. Somente a partir da criação de Adão e sua queda, podemos afirmar conforme as gerações descritas na Bíblia, que se passaram aproximadamente seis mil anos até os dias de hoje. Assim sendo, os Continentes não poderiam em apenas seis mil anos se separar, formando o que temos hoje em dia, mas precisaria de milhões de anos. Fica portanto descartada a teoria do Jardim do Éden ter sido feito enquanto existia a Pandeia.

Os rios Tigres e Eufrates tem suas nascentes na Turquia, região chamada de Península da Anatólia, ou Ásia Menor, cercada pelo mar Negro, mar Mediterrâneo e mar Ageu. Os assentamentos neolíticos mais antigos estão nesta região, corroborando com a teoria de que esta península, semelhante a uma ilha, poderia ser o berço da civilização. Acenando também para esta conclusão, mil e seiscentos anos depois, Noé desceu da Arca no Monte Ararat, na Turquia, subentendendo-se que Deus desejou reiniciar a humanidade onde havia iniciado anteriormente com Adão e Eva na Planície onde estava o Jardim. Com certeza não foi uma casualidade a Arca de Noé ter parado justamente naquela região. É sem dúvida uma predestinação divina, um sinal.







O Dilúvio deve ter apagado os rios Giom e Pisom do mapa, ficando como um mistério a ser revelado apenas no Céu. O Jardim do Éden não existe mais, e a Árvore da Vida e a do conhecimento do Bem e do Mal foram retiradas desta Terra, e somente Deus sabe onde se encontram, ou se ainda existem. É inconcebível pensar que estas duas Árvores ainda estejam entre nós.  

A cidade de Jerusalém está no Monte Moriá, e é circundado pelos lugares históricos mais relevantes da humanidade. Santa Anna Catarina Emmerich, em uma de suas visões místicas, disse que o túmulo de Adão está sob o monte Calvário, onde Jesus foi crucificado e morto, sendo colocado seu corpo num sepulcro de José de Arimatéia, próximo ao sepulcro de Adão. A descendência do primeiro Adão se encerrou no momento em que o segundo Adão Jesus Cristo nasceu, concebendo uma nova criação, dotada da Graça para todos os que nele acreditarem. Assim a história humana terrestre teve um reinicio na Palestina. O Monte das Oliveiras fica ao lado do  Monte Moriá, carrega um simbolismo de confronto entre o Bem e o Mal desde o princípio dos tempos. É onde Jesus se reuniu com os Apóstolos inúmeras vezes para rezar, onde suou sangue em sua agonia, onde Jesus foi traído por Judas e entregue aos guardas Romanos, onde morou Nossa Senhora seus últimos dias e ascendeu de corpo e alma para o Céu, onde Judas se enforcou no galho de uma oliveira. No campo dos galileus Jesus ascendeu ao Pai. Nestes arredores Abraão se fixou e iniciou sua família, a grande nação. As doze tribos se localizavam nesta região, que depois se espalharam pelo mundo. E como desejado por Deus, os Judeus a partir de 1948 se estabeleceram novamente na terra prometida no recém criado estado de Israel, de volta a Jerusalém. Mais um acaso, ou um sinal de predestinação divina?

Me sinto induzido a crer que, o Jardim do Éden estava à oriente da Turquia,  não nos limites territoriais de hoje, mas um pouco além. Nos arredores desta imensa planície se alojaram os progenitores depois de expulsos do Jardim, para criarem seus filhos e filhas, dando início a toda humanidade. Mas foi na Palestina e sua capital Jerusalém a região escolhida por Deus para ali educar seu povo na Lei do Amor.

Não é impressionante constatar que Deus está acima de tudo e de todos? Como a bondade de Deus sempre nos guiou para nossa eterna felicidade, direcionando seus filhos para um caminho de provação, sim, mas também de salvação. Porque sem mérito, ninguém, seja ele quem for, conquistará o Paraíso.

A Justiça é o pedestal da Cruz, do caminho, e a trave é o horizonte, a meta de nossos espíritos, em paz eterna, porque esta trave sobe até um certo ponto no pedestal criando um sinal, um encontro, um cruzamento onde a perfeição, a paz, a ordem, o Reino de Deus se encontra.

Diz Jesus:

“Um dia o Senhor Deus disse: Irei fazer o homem, e o homem viverá no Paraíso Terrestre, onde está o grande rio, que depois se divide em quatro, e que são: o Fison, o Geon, o Eufrates e o Tigre, que percorrem a terra. E o homem será feliz, tendo todas as belezas e bondades da Natureza e o meu amor para alegria do seu espírito. E assim fez. Era como se o homem estivesse em uma grande ilha, mas ainda mais florida do que esta e com plantas de todas as espécies e com todos os animais. E que acima dele estivesse o amor de Deus, a fazer de sol para sua alma, e a voz de Deus estava nos ventos, mais melodiosa do que o canto dos passarinhos.

Mas aconteceu que nesta bela ilha florida, por entre todos os animais e plantas, entrou, arrastando-se, uma serpente, diferente daquelas que haviam sido criadas por Deus, e que eram todas sem terem veneno nos dentes, nem ferocidade nas espirais de um corpo flexível. Além disso, aquela serpente se havia vestido com uma pele com as cores das pedras preciosas que outras tinham, e até se fizera mais bonita do que elas, chegando até a parecer um grande colar de rei, que estivesse pulando por entre as esplêndidas árvores do jardim. Ela foi enroscar-se ao redor de uma árvore, que se erguia no meio do jardim, uma árvore bonita, solitária, muito mais alta do que esta, coberta de folhas e de frutos maravilhosos. E a serpente parecia uma jóia, ao redor da bela árvore, que cintilava ao sol, e todos os animais olhavam para ela. Porque eles a olhavam? Porque nenhum deles se lembrava de terem visto Deus criá-la, nem de tê-la visto antes. Mas ninguém se aproximava dela, pelo contrário, todos se afastavam da árvore que tinha a serpente ao redor de seu tronco.

Somente o homem e a mulher é que se aproximaram de lá, a mulher antes do homem, porque lhe agradava aquela coisa que luzia, que brilhava ao sol, e movia a cabeça, parecendo um flor ainda entreaberta, e ouviu o que a serpente estava dizendo, e desobedeceu ao Senhor, e fez que Adão lhe desobedecesse. Somente depois de terem desobedecido, é que viram a serpente como ela era. E compreenderam o pecado, porque já tinham perdido a inocência do coração. E foram esconder-se de Deus, que os estava procurando, e ainda mentiram a Deus que os interrogava.

Então, Deus enviou anjos ás fronteiras do jardim, e expulsou dele os homens. Foi como se os homens tivessem sido jogados da margem segura do Éden aos rios da terra, cheios de água, como quando chegaram as cheias da primavera. Mas Deus deixou ainda no fundo dos corações dos expulsos a lembrança do seu destino eterno, isto é, da passagem pelo belo jardim, onde ouviam a voz e o amor de Deus, no Paraíso, onde tinham, gozado de Deus completamente, e, junto com essa lembrança, deixou-lhes o estímulo santo de procurarem subir de novo para o lugar que haviam perdido, levando agora uma vida de justiça”. (Valtorta - O Evangelho como me foi revelado)

 

 Antonio Carlos Calciolari