“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

PORQUE OS JUDEUS NÃO ACREDITARAM EM JESUS?

 




PORQUE OS JUDEUS NÃO ACREDITARAM EM JESUS?

 

Diz Jesus:

“Oh! Como sois estultos, e quanta dificuldade achais para compreender! E como sois vagarosos para crer nas palavras dos Profetas! Não era isso mesmo que estava predito? O erro de Israel é esse: o de ter mal interpretado a realeza do Cristo. Foi por isso que não acreditaram nele. Por isso é que Ele foi temido. É por isso que agora vós duvidais. No alto, embaixo, no Templo e nas aldeias, por toda parte se pensava em um rei conforme a natureza humana. A reconstrução do Reino de Israel não era limitada no pensamento de Deus, nem no tempo, nem no meio, nem no espaço, como o foi convosco.

NO TEMPO: Toda realeza, até a mais poderosa não é eterna. Lembrai-vos dos poderosos Faraós, que oprimiam os hebreus nos tempos de Moisés. Quantas dinastias se acabaram, e delas restam as múmias sem alma no fundo dos hipogeus secretos! E resta uma lembrança, se é que ainda do seu poder de uma hora, e até de menos, se compararmos os seus séculos com o tempo eterno. Este reino é eterno?

NO ESPAÇO: Falava-se de um Reino de Israel. Porque de Israel é, Eu direi assim, é que veio o tronco da raça humana, porque em Israel está, direi assim, a semente de Deus e, por isso, falar em Israel queria dizer o Reino dos que foram criados por Deus. Mas a realeza do Rei Messias não é limitada ao pequeno espaço da Palestina, e se estende do Oriente ao Ocidente, por toda parte onde houver um que na carne tem um espírito, isto em todos os lugares onde houver um homem. Como teria podido um só concentrar em si todos os povos, entre os quais houvesse inimigos, e fazer deles todos um único reino, sem ter que separar, como uns rios, o sangue, e todos sujeitos a cruéis opressões por homens armados? E nesse caso, como poderia Ele ser o Rei pacífico do qual falam os Profetas?

NO MEIO: O meio humano, eu disse, é a opressão. E o meio sobre humano é o amor, o primeiro é sempre limitado, porque o amor é amado, ou, se amado não é, é escarnecido. Mas, sendo ele uma coisa espiritual, não pode ser diretamente agredido. E Deus, o infinito, quer meios que sejam como Ele. Quer aquilo que finito não é, porque é eterno: o espírito, o que é próprio do espírito, o que leva ao espírito. Este é que tem sido o erro: ter concebido na mente uma ideia messiânica errada nos meios e na forma.

Qual a realeza mais alta? A de Deus. Não é verdade? Portanto, este Admirável, este Emanuel, este Forte, este Pai do século futuro, este Príncipe da Paz, este Deus como Aquele do qual Ele vem, pois assim é chamado, e assim é o Messias, não terá uma realeza semelhante à daquele que o gerou? Sim, que terá. Uma realeza toda espiritual e eterna, limpa de rapinas e de sangue, desconhecedora do que são as traições e abusos. Sua realeza! O que a Bondade eterna concede aos pobres homens, a fim de prestar honra e alegria ao seu verbo. Mas, não está dito de Davi, que este rei poderoso teve colocadas debaixo dos seus pés todas as coisas para lhe servirem de escabelo? Não foi dita por Isaías toda a sua Paixão, e por Davi contadas uma por uma, como se poderia dizer, todas as suas torturas. E não está dito que Ele é o Salvador? E não está determinado, Jonas não deu o sinal disso, que por três dias estaria engolido pelo ventre insaciável da terra, e que depois dela seria expulso, como o Profeta o foi do ventre da baleia? E não foi dito por ele: “O meu Templo, isto é, o meu Corpo no terceiro dia depois de ter sido destruído, será por Mim, isto é, por Deus reconstruído?” E que é que vós pensáveis? Que por magia Ele levantasse de novo as paredes do Templo? Não! As paredes não, mas a Mim próprio. E somente Deus podia fazê-lo levantar-se a si mesmo. Ele tornou a levantar o Templo verdadeiro: o seu Corpo de Cordeiro Imolado, assim como Moisés teve a ordem e a Profecia, para preparar a “passagem” da morte para a vida, da escravidão para a liberdade dos homens filhos de Deus e que eram escravos de Satanás.

Como foi que Ele ressuscitou? É o que estais perguntando. Eu vos respondo. Ele ressuscitou com sua verdadeira carne e com seu Divino Espírito que nele habita, assim como em toda carne mortal a alma habita como rainha, no coração. Assim Ele ressuscitou, depois de ter sofrido tanto, a fim de expiar por tudo, e dar uma reparação pela antiga e primeira ofensa e pelas infinitas outra que cada dia são praticadas pela humanidade. Ele ressuscitou como estava predito sob o véu das Profecias. Quando chegou o seu tempo, e Eu vos faço lembrar de Daniel, em seu tempo Ele foi imolado. E vós, ouvi e lembrai-vos de que no tempo predito, depois de sua morte, a cidade deicida será destruída.

Sobre isso Eu vos aconselho: lede com vossa alma, mas não com uma mente soberba os Profetas, desde o princípio do Livro, até às palavras do Verbo imolado, e lembrai-vos do Precursor que o mostrava como o Cordeiro, lembrai-vos de qual era o destino do simbólico cordeiro de Moisés. Pelo sangue dele foram salvos os primogênitos de Deus, isto é, aqueles que de boa vontade serão consagrados ao Senhor. Lembrai-vos, e compreendei o salmo messiânico de Davi e o messiânico de Isaías. Lembrai-vos de Daniel, trazei-o à vossa memória, mas sempre levantando-a do barro para o azul do céu, todas as palavras sobre a realeza do Santo de Deus, e compreendereis que outro sinal mais justo não nos podia ser dado, nem mais forte do que esta vitória sobre a morte, do que a ressurreição, que Ele fez por si mesmo. Lembrai-vos de que discordância da misericórdia e de sua missão seria, se Ele, lá do alto da Cruz punisse aqueles que sobre ela o haviam colocado. Ele ainda era o salvador, ainda que estivesse escarnecido e pregado no patíbulo! Estavam crucificados os seus membros, mas livres o seu espírito e sua vontade. E com estes Ele quis ainda esperar, a fim de dar tempo aos pecadores de crer e de invocar, não com urros blasfemos, mas com um gemido de contrição, o seu sangue sobre eles.

Agora Ele está ressuscitado. Tudo se cumpriu. Glorioso Ele estava por sua encarnação. Três vezes glorioso estava Ele, agora que, depois de haver-se aniquilado por tantos anos numa carne, ainda imolou-se a si mesmo, levando a obediência até à perfeição de saber morrer sobre a cruz, para cumprir a vontade de Deus. Gloriosíssimo, como alguém que tem a sua carne glorificada, agora Ele vai subir ao Céu, para entrar na Glória Eterna e iniciar o Reino que Israel não compreendeu.

A esse Reino, mais do que nunca, com urgência, com amor e a autoridade plena de que está revestido, Ele convoca as tribos do mundo. Todos, como viram e previram os justos de Israel e os Profetas, todos os povos virão ao Salvador. E não estarão ali somente os Judeus ou os Romanos, os Citas ou os Africanos, os Íberos ou os Celtas, os Egípcios ou os Frígios. Os do além Eufrates se unirão às fontes do Rio Perene. Os Hiperbóreos, ao lado dos Númidas virão ao seu Reino, e desaparecerão as raças e as línguas, os costumes, a cor da pele e dos cabelos não terão importância em seu Reino, mas haverá um só povo, brilhante e puro, haverá uma só linguagem, um só amor. Será o Reino de Deus. O Reino dos Céus. Um monarca Eterno: o Imolado, que ressuscitou. Os súbditos eternos serão os que crêem em sua fé. Desejai crer, para serdes Dele.

Valtorta-vol.10