QUEM MATOU JESUS?
Muitos, ainda nestes tempos atuais, lançam dúvidas quanto ao
mandante, ou o real culpado pela morte de Jesus Cristo. Uns dizem que foram os
Romanos com o julgamento de Pilatos, outros Herodes, e finalmente outros,
iluminados pelas evidências históricas da época, enfatizam que foram os Judeus,
representados pelo sumo Sacerdote Caifás, os Escribas e Fariseus.
O ódio começou bem antes da morte de Cristo, quando Herodes,
o Grande, que não era Judeu, mas tinha o título de Rei dos Judeus, devido seu
cargo, desejou matá-lo assim que nascesse, visto que ficou sabendo através dos
Reis Magos, que o nascimento do Rei dos Judeus ocorreria em poucos dias. Não
foi bem sucedido nesta empreitada satânica, mas três anos depois, corroído pelo
orgulho, tentou novamente matar o Messias exterminando todas as crianças do
sexo masculino até três anos, de Belém Efrata e arredores. Porém como diz a
história, também não foi bem sucedido nesta nova empreitada, a providência
divina agiu com um Anjo avisando José para partir de Belém até o Egito. Depois
que este tirano veio a falecer, Jesus menino com sua Mãe e o Pai voltam para
Nazaré. As perseguições param até Jesus completar 30 anos quando dá início a
sua evangelização.
Assim como o orgulho havia ferido o coração de Herodes, o mesmo
aconteceu com os Sacerdotes do Templo que não admitiam perderem seus cargos,
mentindo para o povo Judeu dizendo que Jesus era um falso Messias, que fazia
milagres usando magia através de Belzebu, que era um falso Rei pois não tinha
milícias. Para se ter uma ideia da maldade destes homens que se diziam santos,
assassinaram o pai de João Batista, que era Sacerdote, durante culto no Templo,
pois Zacarias profetizava que o Messias já havia nascido, e que seu filho seria
o precursor do Cordeiro de Deus. Invejosos, orgulhosos, não admitiam que alguém
pudesse superá-los. Também não protegeram João Batista quando Herodes mandou
prendê-lo, mostrando que havia conluio entre estes poderes. Os Sinedritas
sabiam de quase tudo que iria acontecer,
era uma organização que defendia seus interesses mesquinhos, quando não
convenciam com palavras ameaçavam de morte. As quase quinhentas Sinagogas com
seus adeptos, formavam um grande olho de denúncias e ciladas contra Jesus. Foram
portanto cúmplices do assassinato do Profeta João Batista, permitindo que ele
fosse preso e morto de uma maneira muito cruel.
O complô para prender e matar Jesus surgiu com os Sinedritas,
seu Pontífice Caifás e seus cúmplices, chamados de Escribas e Fariseus, todos
Judeus, ou Israelitas, como queiram. Foi o Judeu Judas Iscariodes que entregou
Jesus ao Sinédrio, se vendendo por 30 moedas. O Sinédrio acusou Jesus de se
recusar a pagar o tributo a César, perante Pilatos, porque sabiam que os
traidores da Pátria Romana eram condenados a morte. Fizeram conluios contra a honra
de Pilatos, ameaçando denunciá-lo a Roma, por não tomar atitudes para conter “rebeliões”.
Pilatos ainda receoso por não ver crime algum, manda Jesus a Herodes Antipas.
Herodes não queria se atrever lançar qualquer julgamento sobre Jesus, porque já
havia mandado matar seu primo João Batista. E assim sucedeu, Pilatos usou o
gesto de limpar as mãos em público, devido seu entendimento sobre o condenado,
mas sede as pressões dos Sinedritas, mandando crucificar Jesus. Poncio Pilatos,
homem volúvel e covarde, mandou flagelar Jesus antes de levá-lo a Herodes,
antes de julgá-lo, cometendo pecado contra um inocente. Mas foi colocado nesta
situação de uma faca com dois gumes pelos Sinedritas, ou mandava matar Jesus ou
seria denunciado a César.
Portanto quem armou toda a trama para matar Jesus Cristo foi
seu próprio povo. Os Sacerdotes com seu Pontífice Caifás, os Fariseus, os Escribas
que tinham poder nas mãos, foram os que conduziram esta maquinação deicida.
Tanto é verdade esta afirmação, que Deus lançou um castigo tremendo sobre
Israel, que não teria mais paz até o final dos tempos. Este é o veredito sobre
o povo que matou Deus, mesmo diante de tantas evidências inquestionáveis.
Diz Jesus: “Os de Judá e Israel, aqueles que, daqui a
pouco, por séculos e séculos, não terão mais pátria. E nem mesmo a terra do seu
antigo chão os quererá acolher, mas os vomitará de si, depois de mortos, pois
que eles quiseram rejeitar a Vida. Um horror infinito.”(Valtorta-Vol 9)
Não há nada de incompreensível no deicídio dos Judeus, visto
que não eram mais o povo abençoado por Deus, mas sim seguidores de uma doutrina
que sufocava o Decálogo, que não levava almas para Deus, mas para o inimigo de
Deus. Era preciso frear esta ideologia farisaica antes que se tornasse grande
demais, e perniciosa demais para as almas, trazendo consequências nas gerações
posteriores irreversíveis.
Diz Jesus: “Na verdade, nem uma das pedras de Jerusalém
ficará sem ser tocada. O fogo, o aríete, as fundas, os dardos derrubarão,
atormentarão, revolverão cada uma das casas, e a cidade sagrada virará uma
espelunca, e não somente ela. Virará uma espelunca esta nossa Pátria. Ela
virará um pasto de burros selvagens e de lâmias, como dizem os Profetas. E não
por um ou mais anos, nem por séculos, mas para sempre. O deserto, a aridez, a
esterilidade... Eis a sorte reservada para estas terras! Um campo de contendas,
lugar de torturas, sonho de reconstrução sempre destruída por uma condenação
inexorável, tentativas de ressurgirem, mas mortas logo ao nascerem. A sorte da
terra que rejeitou o Salvador, e quis uma orvalhada de fogo sobre os culpados.”(Valtorta-Vol.9)
O ódio que eles instalaram naquela época contra Jesus, foi
tanto, que negavam o óbvio e o incontestável. Isto é um fato histórico, pois
foram tantas as provas e evidências que Jesus era o Messias, e mesmo assim
aquele povo o levou para a morte na Cruz. Isto sim foi incompreensível, para os
homens honestos. Não admitir diante de tantas provas incontestáveis que Jesus
era o Prometido, O Emanuel, o Messias, o Príncipe da paz, o Salvador e
Redentor. Havia um outro fator que contribuiu para todos estes acontecimentos
nefastos contra o Inocente. Judas foi encarnado por Lúcifer e cada Judeu que
odiava Jesus tinha o seu demônio. No dia da crucificação havia milhares de
demônios dos ares infestando os corações para garantir a morte do Príncipe da
Paz. Sim, os habitantes do Inferno e seus filhos terrenos se uniram para uma
grande festa de horror, praticando o maior pecado que já existiu em todos os
tempos.
Calcula-se que Jesus curou mais de trezentas pessoas durante
os três anos de Evangelização, entre cegos, mudos, atrofiados, paralíticos,
exorcismos, além de milagres como acalmar tempestades, andar sobre as águas, se
fazer ouvir por uma multidão com uma voz única e possante, além de outros. Mas
o que nos deixa entretidos completamente é a ressurreição de Lázaro que
aconteceu diante dos olhos deles. Eles estavam lá, na casa de Lázaro como
testemunhas oculares do milagre. E Lázaro não era qualquer um, mas um homem riquíssimo,
filho do primeiro magistrado da Síria, o nobre Teófilo, casado com Euquéria, da
tribo de Judá e da família de Davi, o mais instruído e rico de Israel. Lázaro
era conhecido entre os Romanos e os Judeus, gozava de boa reputação e também
pela sua generosidade.
Caifás e seus sequazes quando souberam que Lázaro morreria,
mandou milícias para Betânia na casa de Lázaro todos os dias, para ter certeza
se Jesus apareceria ou não. No enterro de Lázaro havia uma multidão de pessoas
de todas as classes, para se despedir do ilustre amigo. No quarto dia depois de
sua morte, Jesus apareceu e logo a notícia se espalhou, trazendo todos seus
inimigos e muitos de seus amigos, na belíssima casa de Lázaro, de Marta e de
Maria de Magdala em Betânia. Eles ouviram Jesus dizer: “Lázaro vem para fora”, e
viram Lázaro levantar do sepulcro com o corpo perfeito, com a mente normal a
fala normal e com apetite. Ninguém, a não ser Deus poderia fazer tal coisa. De
um corpo já corrompido pelos vermes, surgir um novo e belo corpo totalmente
reconstruído. Mas mesmo diante de tudo, do inquestionável, os Judeus alegando
que foi Belzebu tramaram com Judas a traição.
A grande lição que fica destes acontecimentos e de tantos
outros, está a chave de quem será julgado condenado ou absolvido de culpas. É
sempre a vontade dos homens o que decide o julgamento no último dia, o livre
arbítrio. Eles não quiseram aceitar Jesus. Eles não quiseram. Esta foi a
vontade deles, e sobre esta vontade criminosa e deicida serão julgados.
Diz Jesus: “Povo meu, que foi que Eu te fiz? Em que foi
que Eu te entristeci. Que é que Eu podia te dar a mais, e que Eu não o tenha
dado? Eu instruí os vossos intelectos, curei os teus doentes, fiz o bem aos
teus pobres, matei a fome de tuas multidões, te amei em teus filhos, perdoei,
rezei por ti. Eu te amei até o sacrifício. E tu, que é que dás ao teu Senhor? (Valtorta-Vol.
9)
Antonio Carlos Calciolari