“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

quinta-feira, 13 de julho de 2017

O MESTRE FALA SOBRE AS RELAÇÕES CONJUGAIS


O MESTRE FALA SOBRE AS RELAÇÕES CONJUGAIS

TERCEIRO ANO DA VIDA PÚBLICA DA JESUS

“ A paz esteja com todos vós. Estáveis me esperando? Estáveis com medo de que Eu escapasse, sem saudar-vos? Eu nunca falto com minhas promessas. Hoje Eu estou convosco para evangelizar-vos e ficar convosco, conforme prometi, para abençoar as vossas casas, as hortas e as barcas, para que sejam santificadas todas as famílias, e o trabalho seja também santificado. Mas, lembrai-vos de que a minha bênção, para produzir frutos, deve ser ajudada pela vossa boa vontade. E vós sabeis qual é a boa vontade que deve animar uma família, para que seja santa a casa que a hospeda. Nela o homem deve ser chefe, mas não déspota, nem da esposa nem dos filhos, nem dos servos e, ao mesmo tempo, deve ser o rei, verdadeiramente o rei, no sentido bíblico da palavra. Estais lembrados do capítulo oitavo do primeiro livro dos Reis? Os anciãos de Israel se reuniram, e foram para Rámata, onde morava Samuel, e lhe disseram: “Eis que ficaste velho, e os teus filhos não estão andando pelos teus caminhos. Para julgar-nos, estabelece sobre nós um rei, como o têm todas as nações.”
Portanto, rei quer dizer “juiz”, e deveria ser juiz justo para não fazer de seus súbditos uns infelizes no tempo de guerras, de abusos, de impostos injustos, nem na eternidade, exercendo uma realeza completamente cheia de molezas e de vícios.
Ai daqueles que faltam com o seu ministério, que fecham os ouvidos às vezes dos súbditos, que fecham os olhos diante das chagas da nação, que se tornam cúmplices da dor do povo com alianças injustas, além de reforçarem o seu poder com a ajuda de aliados!
Mas ai também daqueles pais que faltam com sua obrigação, que são cegos e surdos às necessidades e aos defeitos, que são causa de escândalos e dor para ela, que descem dos membros da família compromissos de núpcias indignas, contanto que possam aliar-se com famílias ricas e poderosas, sem refletirem que o matrimônio é uma união querida para elevação e conforto do homem e da mulher, além de o ser para a procriação. É um dever, é um ministério. Não é um mercado, uma dor, não é aviltamento de um dos cônjuges, nem do outro. É amor, e não ódio. Portanto que o chefe seja justo, sem excessivas durezas ou pretensões, e sem excessivas condescendências e fraquezas. Mas, se tivésseis que escolher entre o excesso de uma coisa ou de outra, escolhei a segunda, porque pelo menos desta Deus vos poderá dizer: “Por que foste tão bom assim?”, e não condenar-vos, uma vez que o excesso da bondade pune o homem, com as prepotências que os outros se permitem contra os bons, enquanto que a dureza sempre vos reprovaria, porque é uma falta de amor para com o próximo mais próximo.
E justa seja a mulher, em sua casa para com o esposo, os filhos e os servos. A seu esposo dê obediência e respeito, conforto e ajuda. Obediência, enquanto esta não assumir substancialmente um consentimento para o pecado. A mulher deve ser submissa, mas não degradada. Olhai, ó esposas, que o primeiro que vos julga, depois de Deus, por certas condescendências culpáveis, é o vosso próprio marido, que vos leva a elas. Nem sempre são desejos de amor, mas também são uma prova de vossa virtude. Mesmo que no momento não se reflita, pode chegar o dia em que o esposo diga a si mesmo: “Minha mulher é muito sensual”, e por isso fique com suspeitas contra a vossa fidelidade conjugal.
Sede castas no casamento. Fazei que vossa castidade imponha ao esposo aquela cautela que se toma diante das coisas puras, e vos olhe como suas semelhantes, e não como escravas ou concubinas, mantidas somente para serem “prazer”, e rejeitadas quando não agradam mais. A mulher virtuosa eu diria, a mulher que, mesmo depois da união conjugal, conserva ainda aquele “que” de virginal em seus atos, nas palavras, nos abandonos de amor; pode levar o marido a uma elevação da sensualidade para o sentimento, pelo qual o esposo se despoja da luxúria e se torna verdadeiramente um único “que” com sua esposa, que ele passa a tratar com o cuidado com que cada pessoa trata uma parte de si mesma, e justo é que assim seja, porque a mulher é “osso de seus ossos e carne de sua carne”, e ninguém maltrata os seus ossos nem a sua carne, mas, ao contrário, os ama, para que o esposo e a esposa, como os dois primeiros esposos, olhem um para o outro, e não se vejam em sua nudez sensual, mas se amem pelo espírito, sem vergonhas aviltantes.
Que a mulher seja paciente, maternal com o marido. Que ela o considere como o primeiro de seus filhos, porque a mulher é sempre mãe, e o homem está sempre necessitado de uma mãe, que seja paciente, prudente, afetuosa, confortadora. Feliz aquela mulher que de seu próprio cônjuge sabe ser companheira, e, ao mesmo tempo a mãe, para ampará-lo, e a filha, para ser guiada. Que a mulher seja trabalhadeira. O trabalho, impedindo os devaneios, faz bem à honestidade, além de fazê-lo à bolsa. Que ela não fique atormentando o marido com tolos ciúmes, que para nada servem. O marido é honesto? O ciúme torna-o estulto, obrigando-o a sair de casa, o coloca no perigo de cair nas malhas de alguma meretriz. Ele não é honesto e fiel? Não serão as iras da ciumenta que irão corrigi-lo, mas, sim, o procedimento, sem mau humor e grosserias, com dignidade e amor, com amor digno, e isso é o que faz refletir e recuperar o juízo. Procurai saber reconquistar o marido, quando uma paixão o afastou de vós, com a vossa virtude, assim como em vossa juventude o conquistastes pela vossa beleza. E, para terdes força no cumprimento desse dever, e resistir à dor que poderia tornar-vos injustas, amai os filhos, pensai neles, no bem deles.
Tudo uma mulher tem em seus filhos: a alegria, a coroa real nas horas alegres em que ela é realmente uma rainha da casa e do marido, e o bálsamo nas horas dolorosas em que uma traição, ou outras penosa experiências da vida conjugal flagelavam sua fronte e sobretudo o coração com os espinhos de sua realeza como esposa e mártir. Julgai-vos tão espezinhadas, que quereis voltar para casa de vossos pais, ou procurar compensação e, algum amigo fingido, que tem desejo de mulher, mas finge ter piedade do coração da que foi traída? Não, mulheres, não! Aqueles filhos, aqueles filhos inocentes, já perturbados, já precocemente entristecidos pelo ambiente doméstico, que não é mais sereno, não é mais justo, têm os seus direitos sobre a mãe, sobre o pai, sobre o conforto em uma casa onde, se pereceu um amor, o outro ainda continua a velar por eles. Aqueles olhares inocentes deles olham para vós, vos estudam, e compreendem mais do que vós pensais e formam os seus espíritos pela medida daquilo que vêem e compreendem. Não sirvais nunca de escândalo para os vossos inocentes, mas refugiai-vos neles, como em um baluarte de lírios adamantinos entre as fraquezas da carne e as insídias das serpentes.
E que a mulher seja mãe. A mãe justa, que é irmã, ao mesmo tempo que é mãe, sobretudo e acima de tudo. Velar sobre os filhos e as filhas, corrigir amorosamente, ajudar, fazer meditar, e tudo sem preferências, pois os filhos são todos nascidos de uma semente e de um seio, e, se é natural que eles sejam bem queridos, pela alegria que dão os filhos bons, é também um dever que sejam amados, ainda que com um amor doloroso, e os filhos não bons fazem lembrar que o homem não deve ser mais severo do que Deus, o qual ama não somente os bons, mas também os não bons, e os ama para ver se os faz bons, e para dar-lhes o modo e o tempo de o serem, e suporta até à morte do homem, reservando-se o direito de ser justo, quando o homem não pode mais reparar.
...E, voltando ao assunto de como devem ser os componentes de uma família, os habitantes de uma casa, para que nela se mantenha frutuosamente a minha bênção, Eu vos digo, ó filhos, que vós sejais submissos aos vossos pais, respeitosos, obedientes para poderdes sê-lo também para com o Senhor vosso Deus. Porque, se não aprenderdes a obedecer as pequenas ordens de Deus, que vos estais vendo, como podereis obedecer às ordens de Deus, que vos são ensinadas em seu Nome, mas que vós não estais vendo, nem ouvindo? E, se não aprendeis a crer que quem ama, como um pai e uma mãe amam, e não podem mandar senão coisas boas, como podereis crer que sejam boas as coisas que vos foram ditas como ordem de Deus? Deus ama, é Pai, sabeis disso? Mas, justamente porque vos ama, e vos quer consigo, ó caros amigos. Ele vos quer bons. E a primeira escola em que aprendeis a sê-lo é a família. Nela aprendeis a amar e a obedecer, e nela é que começa para vós o caminho que leva para o Céu.
Portanto sede bons, respeitosos, dóceis. Amai vosso pai, mesmo quando ele vos corrige, pois ele faz assim para o vosso bem, e à mãe, se ela vos afasta de ações que sua experiência julga não boas. Honrai-os, não os fazendo passar vergonha por vossas más ações. O orgulho não é coisa boa, mas existe um santo orgulho, que é o de se poder dizer: “Não fiz sofrer nem a meu pai nem à minha mãe.” E isso que nos faz gozar da convivência com eles, enquanto estão vivos, é para vós uma paz sobre a ferida, que a morte deles vos causa, enquanto que as lágrimas que um filho fez seu pai derramar, hão de marcar com sulcos, como chumbo derretido o coração do filho mau, e, apesar de todo o trabalho para anestesiar aquela ferida, que continua a doer, a doer, e sempre dói mais, quando a morte do pau impediu ao filho de fazer uma reparação... Oh! Filhos, sede bons, sempre, se quereis que Deus vos ame.
Enfim, santa é aquela casa onde, pela justiça dos donos, tornam-se justos até com os sevos e os empregados. Lembrem-se os patrões que um mau comportamento irrita e desgasta o servo, e o servo que o seu mau comportamento desgosta ao patrão. Esteja cada um em seu lugar, mas com um liame de amor ao próximo, a preencher a separação que há entre os servos e os patrões. E, então, a casa abençoada por Mim conservará a sua bênção, e Deus morará nela. E assim também conservarão sua bênção, e portanto a proteção, as barcas, as hortas e as ferramentas de trabalho e de pesca, quando santamente forem usadas, nos dias permitidos, e santamente dedicados ao culto de Deus no sábado, e vós vivereis a vossa vida de pescadores e hortelãos, e não cometereis no vender e no pesar, não amaldiçoareis o trabalho, nem fareis tanto dele o rei da vossa vida, a ponto de dardes mais valor a ele do que a Deus. Porque, se o trabalho vos leva a obter um ganho, Deus vos dá o Céu.


(de Jesus à Valtorta – O Evangelho como me foi revelado –Vol. 7, pgs. 128 a 132)

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