O PÃO QUE DÁ A VIDA
ETERNA
Diz um fariseu:
“Mas, que milagres fazes Tu, então, para que possamos crer em
Ti como um enviado de Deus? O que Tu fazes que não tenham feito os Profetas,
ainda que em grau menor? Moisés até Te superou, porque não uma vez só, mas
durante quarenta anos, nutriu os nossos pais com um maravilhoso alimento. Assim
está escrito: que os nossos pais, durante quarenta anos, comeram o maná do Céu,
pois ele o podia fazer.”
E responde Jesus:
“Estais errados. Não foi Moisés, mas o Senhor, que pôde fazer
aquilo. No Êxodo se lê: “Eis que Eu farei chover pão do céu. Que o povo saia e
apanhe dele o tanto quanto baste para cada dia, e assim Eu tenha a prova se o
povo está ou não caminhando segundo a minha Lei. E, no sexto dia, apanhe o
dobro, em respeito ao sétimo dia, que é o sábado.” E os hebreus viram o deserto
cobrir-se cada manhã daquela “coisa miúda, como o que é moído no almofariz, e
semelhante à geada caída sobre a terra, parecida com o coentro, e com a bonita
aparência de flor de farinha misturada com mel.
Portanto não foi Moisés, mas foi Deus quem proveu ao Maná.
Foi Deus, que tudo pode. Tudo. Pode punir, e pode abençoar. Pode privar de uma
coisa, e pode concedê-la. E Eu vos digo, das duas coisas, Ele prefere sempre
abençoar e conceder, a punir e a privar.
Deus, como diz a Sabedoria, por amor a Moisés – chamado pelo
Eclesiástico “o querido de Deus e dos homens”, de bendita memória, feito por
Deus semelhante aos santos na glória, grande e terrível para os inimigos, capaz
de suscitar os prodígios e de dar-lhes fim, glorificado na presença dos reis,
seu ministro à frente do povo, conhecedor da Glória de Deus e da voz do
Altíssimo, guarda dos preceitos e da Lei de vida e de ciência – Deus, Eu ia
dizendo, por amor a Moisés, nutriu o seu povo com o pão dos anjos, e do céu lhe
mandou um pão belamente feito, sem que se cansasse, e contendo em si toda
delícia e suavidade em seu sabor.
E – lembrai-vos bem do que diz a Sabedoria –
visto que vinha do céu, de Deus, e mostrava sua doçura aos seus filhos, tinha
para cada um deles o sabor que cada um desejava, e dava a cada um os efeitos
desejados, sendo útil, tanto para o pequenino, como para o adulto, que tem um
bom apetite e uma digestão perfeita, tanto para a menina ainda delicada, como
para o velho já decadente.
E até, para dar um testemunho de que não era obra de
um homem, virou de cabeça para baixo as leis dos elementos, para que pudesse
resistir ao fogo aquele misterioso pão que, ao surgir do sol, se derretia como
a geada. Ou melhor, o fogo --- é sempre a Sabedoria que fala – esqueceu-se de
sua própria natureza, em respeito à obra de Deus, seu Criador, e das
necessidades dos justos de Deus, de modo que ele, feito para acender-se e
atormentar, tornou-se suave aqui para fazer o bem aos que confiavam no Senhor.
Por isso, pois, transformando-se de todos os modos, serviu à Graça do Senhor,
que é a nutriz de todos, segundo a vontade de quem orava ao Eterno Pai, a fim
de que os filhos queridos aprendessem que não é o reproduzir-se dos frutos que
nutre os homens, mas é a palavra do Senhor que conserva a quem crê em Deus.
De
fato, ele não consumiu como podia, o doce maná, nem mesmo quando sua chama
estava alta e poderosa, enquanto que bastava para dissolvê-lo o doce sol da
manhã, para que os homens se recordassem e aprendessem que os dons de Deus hão
de ser procurados, desde o começo do dia e da vida, e que para possuí-los é
preciso andar antes da Luz, e levantar-se, para dar louvores ao Eterno desde a
primeira hora da manhã.
Isto o maná ensinou aos hebreus. E Eu vo-lo faço lembrar,
porque é um dever que vigora, e vigorará até o fim dos séculos. Procurai o
Senhor e os seus dons celestes, sem ficardes vos espreguiçando até altas horas
da noite ou da vida.
Não foi Moisés que vos deu o pão do céu, mas em verdade quem
vo-lo deu foi Deus Pai, e agora, como Verdade das Verdades, é o meu Pai quem
vos dá o verdadeiro Pão, o Pão Novo, o Pão Eterno, que desce do Céu, o Pão de
Misericórdia, o Pão da Vida, o Pão que dá a vida ao mundo, o Pão que sacia toda
fome e tira toda doença, o Pão que dá a quem o toma a Vida Eterna e a eterna
alegria.”
(de Jesus à Valtorta, Vol 5, pgs. 391. 392)
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