“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

sexta-feira, 8 de abril de 2016

O CARINHO DO MENINO DAVI COM JESUS



O CARINHO DO MENINO DAVI COM JESUS

Jesus está muito pensativo. Sentado em um banquinho baixo, a um canto, ao lado do parapeito, com as costas viradas para a escada. Quase escondido pelo parapeito, Ele está com um cotovelo sobre o joelho, e apóia a fronte sobre a mão, com ar de cansaço, quase de sofrimento.
É interrompido em sua meditação pela chegada de um meninozinho, que quer saudá-lo, antes de partir para Jerusalém.
“Jesus! Jesus!, vai ele gritando a cada degrau que sobe. Não está vendo Jesus, porque o pequeno muro o esconde à vista de quem estiver mais abaixo. E Jesus está tão concentrado, que não ouve a vozinha fina e aquele passo de um pombinho... de tal modo, que, quando o pequenino já está sobre o terraço, o Senhor ainda está naquela posição de sofrimento. E o menino fica com um pouco de medo. Ele pára à beira do terraço, põe um dedinho por entre os lábios, e fica pensando... Depois se decide, e, devagarzinho, vai indo para frente... já está quase junto às costas de Jesus... Inclina-se para ver o que Ele está fazendo e diz:
“Não, Belo! Não chores... Por quê? Por causa daqueles homens feiosos de ontem? Bem que meu pai estava dizendo ao Jairo que eles são indignos de Ti... Mas Tu não deves chorar. Eu te quero bem. E assim também a minha irmãzinha, Tiago e Tobias, Joana e Maria e Miquéias e todos, todos os meninos de Cafarnaum. Não chores mais...”, e se lhe agarra ao pescoço, todo carinhoso, e termina dizendo: “Eu também vou chorar, e ficarei chorando sempre... durante toda a viagem...”
“Não, Davi, Eu não choro mais. Tu me consolaste. Estás sozinho? Quando partireis?”
“Depois do pôr-do-sol. Iremos de barca até Tiberíades. Vem conosco. Meu pai te quer bem, sabes?”
“Eu o sei, meu caro. Mas devo ir a outros meninos... Eu te agradeço por me teres vindo saudar e te abençôo, meu pequenino Davi. Demo-nos um beijo de despedida e depois volta a tua mamãe. Ela está sabendo que tu estás aqui?”
“Não. Eu escapuli e vim, porque não te vi com os teus discípulos e fiquei pensando que estavas chorando.”
“Não estou mais chorando. Tu o estás vendo, vai, vai para perto da tua mamãe, que talvez esteja preocupada. Adeus. Toma cuidado com os burros da caravana. Tu os estás vendo? Estão por aí parados por toda parte.”
“Mas Tu não irás chorar mais, mesmo?”
“Não. Não estou mais triste. Tu me aliviaste. Obrigado menino.”
O menino vai descendo, pulando pelos degraus da escadinha, e Jesus o observa. Depois, Ele sacode a cabeça, e vai para o seu lugar continuando a penosa meditação que estava fazendo.

(de Jesus à Valtorta, Vol. 5, pgs. 398, 399)

OBS : Somente uma criança poderia consolar a tristeza de um Deus, com sua inocência, pureza e amor incondicional, capazes de frear as lágrimas da Salvação -- por alguns momentos -- que do rosto de Cristo rolavam por Amor aos homens. Já chegaram a pensar qual é o peso infinito das lágrimas de Jesus derramadas por Amor à nós, para que acreditemos em suas palavras, e aceitemos o convite de estar com Ele nos Céus? É difícil de acreditar que alguém possa negar um convite de Amor eterno.
Que a boa vontade prevaleça.

Antonio C.C.

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