“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

sábado, 9 de abril de 2016

ENXERTOS DE SANGUE E DE FOGO


OS DOIS ENXERTOS

Oh! João! Tu me alcançaste”, diz-lhe Jesus, sorrindo.
João, tendo com amor e compreensão estudando o rosto dele para perceber se Ele teria ouvido, responde: “Sim, Mestre meu. Queres-me aqui?”
“Eu sempre te quero. E quereria a todos com o teu coração! Mas, se tu ficas ali e caminhas naquele lugar acabas ficando todo molhado.”
“Não me importa, Mestre. Nada me importa, contanto que eu esteja perto de Ti!”
“Queres estar sempre comigo? Tu não pensas que Eu sou imprudente e que posso pôr em dificuldades a vós também. Não te sentes ofendido por que Eu não escuto os teus conselhos?”
“Oh! Mestre! Então Tu ouviste?” João está consternado.
“Eu ouvi tudo. Desde as primeiras palavras. Mas não te entristeças por isso, vós não sois perfeitos. Eu já sabia desde quando vos quis. E não pretendo que vos torneis perfeitos rapidamente. Primeiro é preciso que vos transformeis de selvagens em domésticos com dois enxertos.”
“Quais são eles, Mestre?”
“Um de sangue, e o outro de fogo. Depois, sereis heróis do Céu e convertereis o mundo, começando por vós mesmos.”
“De sangue? De fogo?”
“Sim, João. O sangue: o meu...”
“Não, Jesus”, João o interrompe com um gemido.
“Bem, meu amigo. Não me interrompas. Escuta tu, primeiro, estas verdades. Tu mereces. O Sangue é o Meu. Tu sabes. Eu vim para isso. Eu sou o Redentor... Pensa nos Profetas. Eles não omitiram nem um i ao descreverem a minha missão. Eu serei o homem descrito por Isaías. E, quando Eu tiver sido sangrado, o meu Sangue vos fecundará. Mas Eu não me limitarei a isso. Tão imperfeitos, fracos, obtusos e medrosos vós sois, que Eu, quando estiver na Glória ao lado do Pai, vos mandarei o Fogo, a Força que procede do meu ser pela geração do Pai e que une o Pai e o Filho em uma união indissolúvel, fazendo de Um Três: O Pensamento, o Sangue e o Amor. Quando o Espírito de Deus, ou melhor, o Espírito do Espírito de Deus, a Perfeições das Perfeições Divinas, vier sobre vós, já não sereis mais como sois. Mas sereis novos, fortes, santos... Contudo, para um o Sangue será inútil e inútil o Fogo. Porque o Sangue terá tido para ele um poder de condenação e para sempre ele conhecerá um outro fogo no qual se queimará, vomitando sangue e engolindo sangue, pois sangue é o que ele verá por toda parte para onde virar os seus olhos mortais ou os seus olhos espirituais, desde o momento em que tiver traído o Sangue de um Deus.”
“Oh! Mestre! Quem é?”
“Tu o saberás um dia. Por enquanto, fica sem saber. E, por caridade, não procures nem ficar indagando. A indagação pressupõe suspeita. Não deves suspeitar dos teus irmãos, porque a suspeita já é uma falta de caridade.”
“Basta-me que me garantas que não serei eu nem Tiago quem te trairá.”
“Oh! Tu, não. Nem Tiago. Tu és o meu conforto, bom João!” E Jesus lhe põe um braço sobre o ombro e o puxa para Si, e vão caminhando assim abraçados.”


(de Jesus à Valtorta, Vo. 5, pgs. 455 a 457)  

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