Jesus ressuscitado fala com os apóstolos sobre o futuro da Igreja
Pensai
no que é o sacerdote. No bem que ele pode fazer. No mal que ele pode fazer. Vós
já tereis visto o que pode fazer um sacerdote decaído do seu caráter sagrado.
Em verdade vos digo que pelas culpas do Templo, esta nação será dispersa. Mas
também em verdade Eu vos digo que igualmente será destruída a Terra, quando a
desolação penetrar no novo Sacerdócio, conduzindo os homens para a apostasia, a
fim de abraçarem as doutrinas do Inferno. E será então que surgirá o filho de
Satanás, e os povos gemerão, em um tremendo espanto, e poucos ficarão fiéis ao
Senhor, e, então também no meio de convulsões de horror, virá o fim, depois da
vitória de Deus e dos seus poucos eleitos, e a ira de Deus sobre todos os
malditos.
Ai,
três vezes ai, se, para confortar os últimos cristãos, não houver verdadeiros
sacerdotes, como haverá para os primeiros.
Em
verdade, a última perseguição será horrenda, não sendo uma perseguição feita
por homens, mas pelo filho de Satanás e seus sequazes.
Sacerdotes?
Mais do que sacerdotes deverão ser aqueles da última hora, de tão feroz que vai
ser a perseguição pelas hordas do Anticristo. Semelhantes ao homem vestido de
linho que é muito, que é muito santo por estar ao lado do Senhor na visão de
Ezequiel, incansavelmente, marcará com sua perfeição um Tau sobre os espíritos
dos poucos fiéis, para que as chamas do Inferno não cancelem aquele sinal.
Sacerdotes?
Não, Anjos. Anjos agitando o turíbulo cheio dos incensos de suas virtudes, a
fim de purificar o ar dos miasmas de Satanás.
Anjos?
Mais do que Anjos. Eles são outros Cristos, outros Eu, para que os fiéis dos
últimos tempos possam perseverar até o fim. Isto é o que deverão ser.
Mas
o bem e o mal futuros já estão com suas raízes no presente. As avalanches terão
o seu começo em um floco de neve. Um sacerdote indigno, impuro, herege, infiel,
incrédulo, tíbio ou frio, extinto, insípido-luxurioso faz um mal dez vezes
maior do que faz um fiel culpado dos mesmos pecados, e arrasta muitos outros ao
pecado. O relaxamento no sacerdócio, o acolhimento dado a impuras doutrinas, ao
egoísmo, à avidez, à concupiscência junto com o sacerdócio, vós sabeis onde
isso desemboca: no deicídio. Agora, e nos séculos futuros, não poderá mais ser
morto o Filho de Deus, mas, sim a fé em Deus, a ideia de Deus, sim. Por isso
será executado, ainda mais irreparável. Oh! Poder-se-á cumprir pelos Judas de
Keriot porque é sem ressurreição demais, que haverá nos séculos futuros. Que
horror!
A
minha Igreja, tirada dos gonzos pelos seus próprios ministros! E sou Eu que a
sustento, com a ajuda das vítimas. E eles, os sacerdotes, que terão somente a
veste, mas não a alma do sacerdote, que ajudam o ferver das ondas agitadas pela
Serpente Infernal contra a tua Barca, ó Pedro. Põe-te de pé! Levanta-te!
Transmite esta ordem aos teus sucessores: “Mão no leme, açoite nos náufragos,
que quiseram naufragar, e que tentam fazer naufragar a Barca de Deus. Castiga,
mas salva, e vai para a frente; sê severo, porque para com os salteadores o
justo castigo. Defende o tesouro da fé. Conserva no alto a luz, como um farol
sobre as ondas agitadas, para que aqueles que acompanham a tua Barca vejam, e
não pereçam. Como pastor e navegante para os tempos tremendos, recolhe, guia,
levanta o meu Evangelho, porque nele, e não em qualquer outra ciência, é que
está a Salvação.
Tempos
virão nos quais, assim como acontece a nós de Israel, e ainda em maior
profundidade, o Sacerdócio crerá ser uma classe eleita, porque sabe o que é
supérfluo e não conhece o que é indispensável, ou o conhece na forma morta,
como agora os Sacerdotes conhecem a Lei: nas vestes de casa exageradamente
carregadas de franjas, mas não em seu espírito.
Tempos
virão nos quais todos os livros cederão seu lugar ao Livro, e este só era usado
como quando alguém forçosamente tem que usar um objeto, e, então o manuseia
mecanicamente, assim como um lavrador que ara, semeia e faz a colheita, sem
pensar na maravilhosa providência, que é aquele multiplicar-se de sementes, que
cada ano se renova, cada uma foi jogada na terra arada, e se transformará em
caule, espiga e depois em farinha, em pão, tudo pelo paterno amor de Deus.
Quem
é que, pondo na boca um pedaço de pão, e levanta seu espírito para aquele que
criou a primeira semente, e há séculos que a vem fazendo renascer e crescer,
regulando as chuvas e o calor, para que ela apareça, se erga, fique madura sem
murchar nem queimar-se? Assim chegou o tempo em que será ensinado o Evangelho
cientificamente bem, mas espiritualmente mal.
Agora
que é tempo da ciência, vai faltar a sabedoria.
(O
Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, Vol. 10, pgs. 387,388)
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