“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

segunda-feira, 13 de julho de 2015

PARÁBOLA DOS MAL ACONSELHADOS.


PARÁBOLA DOS MAL ACONSELHADOS.


Ouvi:
Tempos atrás, havia uma família muito numerosa, que mais parecia uma tribo. Os filhos em grande número se haviam casado, e formaram, ao redor da primeira muito numerosa, muitas outras famílias ricas de filhos, e estes, por sua vez, casando-se, haviam formado outras famílias. Desse modo o velho pai se achou á frente de um pequeno reino, do qual ele era o rei. Como sempre acontece nas famílias, entre os muitos filhos e os filhos dos filhos, bem diversos eram os caracteres. Uns eram bons e justos, outros eram prepotentes e injustos. Uns estavam contentes com o que tinham, outros estavam invejosos, parecendo a estes que sua parte era menor do que a do irmão, ou do parente. Ora, ao lado do mais malvado, estava o melhor de todos. E era natural que o bom fosse mais ternamente amado pelo pai de toda a grande família. E, como sempre, aconteceu que o malvado e aqueles mais semelhantes a ele, passaram a odiar o bom, porque ele era mais amado, sem refletirem que eles também teriam podido ser amados, se tivessem sido bons como ele. E o bom, ao qual o pai confiava os seus pensamentos, para que ele os fosse transmitir a todos, era acompanhado pelos outros bons. De tal modo que, depois de muitos anos, a grande família se havia dividido em três partes. A dos bons e a dos maus. E, entre esta e aquela, estava a terceira parte, formada pelos duvidosos, os quais se sentiam atraídos pelo filho bom, mas tinham medo do filho mau e dos que eram do partido dele. Esta terceira parte procurava acomodar-se entre uma e a outra das duas primeiras, e não sabia decidir-se nem por uma nem por outra, com firmeza.
Então o velho pai, vendo aquela incerteza, disse ao seu filho: até agora, tu fizeste uso da tua palavra, especialmente a favor daqueles que a recebem bem e por aqueles que não a recebem, porque os primeiros a querem para me amarem sempre com mais justiça, e os outros são uns estultos, que devem ser chamados á justiça. Mas tu estás vendo como estes estultos, não só não o aceitam, ficando como eram, mas a sua primeira injustiça contra ti, que és cumpridor da minha vontade, eles unem ainda a de corromper com maus conselhos, aqueles que ainda não sabem querer de verdade o caminho melhor.
Vai então a eles, e fala-lhes sobre o que é que eu sou, e sobre o que tu és, e sobre o que é que eles devem fazer para estarem comigo e contigo. O filho sempre obediente, foi fazer como o pai queria, e cada dia ia procurando conquistar os corações. Assim o pai pôde ver claramente quais eram os seus filhos que eram claramente rebeldes, e olhava para eles com severidade, mas sem reprová-los, porque ele era pai, e queria atraí-los com paciência, com amor e com o exemplo dos bons.
Mas os malvados, vendo-se sozinhos, disseram: “ Assim, claramente demais fica parecendo que nós somos os rebeldes. Antes, nos confundiam com aqueles que não eram nem bons nem maus. Agora, olhai-os lá! Vão indo todos atrás do filho dileto. É preciso agir. Destruir o trabalho deles. Vamos, finjamo-nos de arrependidos, entre aqueles que acabaram de converter-se agora, e também entre os melhores dentre os mais simples. E espalharemos por aí que o filho dileto apenas finge que está servindo ao pai, mas na verdade, mas na verdade ele se faz um dos seguidores dele, para depois revoltar-se contra ele. Ou então, digamos que o pai tem a intenção de eliminar o filho e seus seguidores, porque estão triunfando demais e ofuscando a sua glória de pai-rei, longe da casa paterna, onde o que o espera é a traição.”
E lá se foram, tão astutamente finos em sugerir e em espalhar boatos e conselhos, que muitos caíram na armadilha, especialmente aqueles que havia pouco tempo que se tinham convertido, e aos quais os maus conselheiros davam este mau conselho: “ Estais vendo quanto ele vos amou? Ele achou melhor vir para o meio de nós do que ficar com o pai, ou, muito menos, com os bons irmãos e, tanto ele fez, que á vista do mundo, vos levantou de vossa objeção de seres que não sabiam nem o que queriam, e por isso eram objeto de zombaria para todos. Por causa dessa predileção dele por vós, vós tendes o dever de defendê-lo, e até de entregá-lo até com a força, se não bastarem as vossas palavras para persuadi-lo, ou então, revoltai-vos, proclamando-o vosso chefe e rei, e marchai contra o pai iníquo e os filhos iníquos como ele.”
Estavam ainda falando a quem estava hesitando, e faziam esta observação: “ Mas ele quer, sempre quis que nós fossemos como ele prestar honras ao pai e conseguiu para nós bênçãos e perdão”, e diziam a esses: “ Não acrediteis. Nem tudo o que ele disse é verdade, nem toda a verdade ele vos mostrou. Ele fez assim porque percebe que o pai está para traí-lo, e quis submeter á prova os vossos corações, a fim de saber onde encontrar proteção e refúgio. Mas talvez... ele seja muito bom. Talvez depois se arrependerá de ter duvidado do pai e quererá voltar para ele. Não permitais isso.”
E muitos prometeram: “ Não o permitiremos”, e se entusiasmaram com seus planos para deterem o filho predileto, sem se darem conta de que, enquanto isso, os maus conselheiros diziam: “ Nós vos ajudaremos a salvar o bendito” , e os olhos deles estavam cheios de um brilho de mentira e de crueldade, e que eles o piscavam, enquanto esfregavam as mãos, e diziam sussurrando: “ Estão caindo na armadilha! Nós triunfaremos!”, a cada vez que mais alguém aderia ás traiçoeiras palavras deles.
Depois eles se foram, os maus conselheiros. Lá se foram, espalhando por outros lugares o boato de que dentro em breve se haveria de ver a traição do filho dileto,, que sairia das terras do pai pra criar um reino contra o pai, com aqueles que tinham ódio ao pai, ou pelo menos tinham um amor duvidoso. E os que acolhiam as sugestões dos maus conselhos, enquanto isso, tramavam quanto ao modo de fazer o filho dileto cair no pecado de uma rebelião, que haveria de escandalizar o mundo.
Somente os mais sábios entre eles, aqueles nos quais havia penetrado mais profundamente a palavra do justo, e neles havia lançado suas raízes, por terem caído em terreno desejoso de acolhê-la é que disseram, depois de terem refletido: “ Não. Não é bom fazer isso, é um ato de maldade para com o pai, contra o filho, e até contra nós. Nós conhecemos a justiça e a sabedoria tanto de um, como do outro. E a conhecemos, ainda que infelizmente não lhe tenhamos obedecido sempre. E não devemos ficar pensando que os conselhos daqueles que sempre estiveram abertamente contra o pai e a justiça, e até contra o filho predileto do pai, possam ser mais justos do que aquele que nos deu o filho bendito.” E não os acompanharam. Pelo contrário, com amor e dor, deixaram ir o filho lá para onde queria, e se limitaram a acompanhá-lo, com sinais de amor até os limites de seus campos, e a prometer-lhe, ao se despedirem: “ Tu vais. Nós ficamos. Mas as tuas palavras estão em nós e, de agora em diante, faremos o que o pai quer. Vai tranqüilo. Tu nos tiraste sempre do lugar em que nos encontraste. Agora, colocados no bom caminho, saberemos ir para a frente por ele, até chegarmos á casa do pai, de tal modo, que sejamos abençoados por ele.”
Do outro lado alguns aderiram aos maus conselhos, e pecaram tentando levar ao pecado o filho predileto e zombando dele, chamando-lhe de bobo, quando ele teimava em cumprir o seu dever.
Agora Eu vos pergunto: Porque foi que um mesmo conselho produziu efeitos diferentes?
Não respondeis?
Eu vo-lo direi, como já o disse em Silo. Foi porque os conselhos ganham valor, ou não valem nada, conforme o caso, se são ou não são bem recebidos. Inutilmente alguém é tentado com maus conselhos, porque se ele não quer pecar, não pecará. E não será punido por ter tido que ouvir as insinuações dos malvados. Não será punido porque Deus é justo, e não pune por culpas não cometidas. Será punido se, depois de ter ouvido o Mal que tenta, sem fazer uso da inteligência para meditar na qualidade do conselho nem na origem dele, o vai pôr em prática. E não terá desculpa se disser: “ Eu pensei que ele era bom.” Bom é aquilo que agrada a Deus. Poderá por acaso Deus aprovar e receber com agrado uma desobediência? Pode Deus abençoar uma coisa que redunda em desobediência? Pode Deus abençoar uma coisa que esteja em contraste com sua Lei, isto é, com sua Palavra? Em verdade Eu vos digo que não, Eu vos digo que é necessário saber morrer e não transgredir a Lei Divina.


( O Evangelho como me foi Revelado -  Maria Valtorta, Vol 9, pgs 149,150,151,152)

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