“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

segunda-feira, 13 de julho de 2015

PARÁBOLA DOS CONSELHOS DADOS E RECEBIDOS.


PARÁBOLA DOS CONSELHOS DADOS E RECEBIDOS.

A praça principal de Siquém está incrivelmente cheia de gente. Creio que a cidade toda esteja nela e que tenham convergido para lá até os habitantes dos campos e dos lugares vizinhos. Os de Siquém, na tarde do primeiro dia, devem ter-se espalhado, para darem o aviso em todos os lugares, e todos
vieram: os sãos e os doentes, os pecadores e os inocentes. Estando já cheia a praça, cheios os terraços até sobre os telhados, as pessoas se empoleiraram até nas árvores que fazem sombra sobre a praça.
Na primeira fila, perto do lugar conservado livre para Jesus, na frente de uma casa construída sobre quatro degraus, estão os três menininhos que Jesus tomou dos ladrões, e os pais deles. Como os pequenos estão ansiosos por ver o seu Salvador. Cada grito os faz virar a cabeça, procurando vê-lo. E, quando se abre a porta da casa nela aparece Jesus, os três pequeninos voam para a frente, com um só grito: “Jesus! Jesus!”, e sobem pelos degrauzinhos, mesmo sem esperarem que Ele desça para abraçá-los. E Jesus se inclina  e os abraça, levantando-os depois, como um ramalhete vivo de flores inocentes e Ele os beija nos rostinhos, e por ele é beijado.
O povo faz um murmúrio de comoção, e uma voz diz: “ Não há quem saiba beijar os nossos inocentes como Ele.” E outras vozes dizem: “ Estais vendo como Ele os ama? Ele os salvou dos ladrões, deu-lhes uma casa, depois deste-lhes matado a fome e dado roupas, e agora os beija, como se fosse, filhos de suas vísceras.”
Jesus pôs os pequeninos no chão, sobre o degrau mais alto, perto do seu corpo, e respondendo a todos, aquelas últimas palavras, não se sabe de quem:
Em verdade, mais do que filhos de minhas vísceras, eles existem por Mim, porque Eu sou o pai de suas almas, e elas são minhas, não pelo tempo que passa, mas pela eternidade que fica. Assim pudesse Eu dizer a cada homem que é de Mim, que sou a Vida, recebesse vida para sair da morte.”
Eu vos convidei a isso, quando vim pela primeira vez ao meio de vós, e vós pensastes que havia ainda muito tempo para vos decidirdes a fazê-lo. Só uma é que se preocupou em atender o chamado e a andar pelo caminho da vida: a que era a criatura mais pecadora entre vós. Talvez, justamente por já sentir-se morta, ter-se visto morta, apodrecida em seu pecado, é que ela tenha sentido pressa para escapar da morte. Vós não vos sentis, nem vos vedes mortos, e a pressa que ele tinha, vós não tendes. Mas qual é o doente que espera ficar morto, para depois ir atrás dos remédios que dão vida? O morto só tem necessidade do sudário, dos aromas, e de um sepulcro no qual possa jazer para nele se tornar pó, depois de ter passado pela podridão. Porque para os seus sábios fins, a podridão de Lázaro, por vós olhada com olhos arregalados pelo temor e pelo estupor foi pelo Eterno transformada em saúde, isso não deve servir para que alguém, ao chegar perto da morte do espírito, diga: “ O Altíssimo me dará de novo a vida da alma.” Não tenteis ao Senhor vosso Deus.
Vinde agora para a Vida. Não há mais tempo para esperar. As uvas estão para serem colhidas e prensadas. Preparai o vosso espírito para o Vinho da Graça, que está para ser-vos dado. Não é assim que fazeis quando tendes que tomar parte em algum grande banquete? Não preparais o vosso estômago para receber os alimentos e os vinhos finos, fazendo do banquete uma prudente abstinência, que irá fazer o paladar discernir melhor os gostos, e o estômago para receber bem, e desejar mais do alimento e das bebidas? E não é assim que faz o vinhateiro, quando prova do vinho que acaba de ser feito? Ele não estraga o seu paladar no dia em que vai provar o vinho novo. Não faz isso, porque quer perceber com exatidão as boas qualidades e os defeitos, para corrigir estes e melhorar aquelas, e assim poder vender bem a sua mercadoria. Mas, se sabe fazer assim, o convidado para o banquete, a fim de poder apreciar com maior prazer as bebidas e os vinhos, e se assim faz o vinhateiro para poder vender bem o seu vinho, ou então para fazer ficar mais vendável aquela que, se tiver defeito, seria recusado pelo comprador, não é verdade de assim deveria fazer o homem, para o bem do seu espírito, como preparação para os gozos do Céu, a fim de ganhar o tesouro, que é poder entrar no Céu.
Escutai o meu conselho. Este si,, é que é bom escutar. É um bom conselho. Um conselho justo, e dado pelo Justo, que em vão foi mal aconselhado, porque Ele quer livrar-nos dos frutos dos maus conselhos que tendes recebido. Sede justos como Eu sou. E procurai saber dar o justo valor aos conselhos que vos são dados. Se souberdes fazer-vos justos, dar-lhes-eis o justo valor.
Ouvi uma parábola. Ela termina o ciclo daquelas contadas em Silo e em Lebona, e sempre fala dos conselhos dados e recebidos.
Um rei mandou o seu filho querido ir visitar o seu reino. O reino desse rei estava dividido e, muitas províncias, pois era um reino muito grande. E as províncias tinham do rei um conhecimento diferente. Algumas o conheciam tão bem, que pretendiam ser suas prediletas, e se orgulhavam disso. Segundo elas, se já eram perfeitas por conhecerem o rei, e por saberem o que ele desejava. Outras o conheciam, mas sem se julgarem sábias por isso, e se empenhavam em procurar conhecê-lo sempre mais. Outras tinham conhecimento do rei, mas o amavam a seu modo e tinham feito para si um código especial, que não era o verdadeiro código do reino.Do verdadeiro código elas haviam aproveitado o que lhes agradava e até onde lhes agradasse, e depois haviam deturpado até aquele pouco, com a mistura de outras leis copiadas de outros reinos, ou feitas por elas mesmas, e que não eram boas. Não. Não eram boas. Outras havia ainda, que conheciam muito menos o seu rei, e outras apenas sabiam que havia um rei. E nada mais do que isto. E o pouco que sabiam, ainda o consideravam demais.
O filho do rei saiu para ir visitar o reino de seu pai, e para levar a todas as regiões um conhecimento exato do rei, nuns lugares corrigindo os soberbos, noutros se esforçando por animar os abatidos, e noutros retificando conceitos errados aqui, persuadindo os errados a tirarem de suas leis as passagens erradas, que não devem constar em uma lei pura, e lá ensinavam como preencher as lacunas das leis, ou noutros lugares instruindo para dar um mínimo de conhecimento e de fé no rei verdadeiro, do qual todos os homens eram súbditos.
Este filho do rei pensava, porém que nesta primeira vez a todos estava sendo dado um exemplo do que é uma justiça segundo o código, tanto em suas partes mais graves, como nas coisa menores. E ele era perfeito, e a tal ponto, que de boa vontade começou a melhorar e a seguir e imitar tanto as ações, como as palavras do filho do rei, pois suas palavras e suas ações eram uma coisa só, pelo tanto que umas correspondiam com as outras, sem nenhuma dissonância.
Mas os das províncias, que se julgavam perfeitos, só porque conheciam o que estava escrito no código, mas sem saberem o que aquilo significava, viam que pela observância daquilo que o filho do rei fazia e daquilo que ele os exortava a fazer era claro até demais, pois eles conheciam a letra do código, mas não tinham conhecimento do que estava dito nas leis do rei, e com isso ficava desmascarada a hipocrisia deles. Então pensaram em acabar com aquilo que os fazia parecer o que não eram. E, para conseguirem isso, foram por dois caminhos. Um deles era ir contra o filho do rei, e o outro era ir contra os que o acompanhavam. Ao primeiro deram maus conselhos e lhe moveram perseguições. Ao segundo, maus conselhos e intimidações.
Há muitas coisas que são maus conselhos. Por exemplo, é um mau conselho dizer: “ Não faças isto, que te pode prejudicar”, fingindo estar bem interessado. E é um mau conselho perseguir para persuadir aquele que se quer extraviar e faltar á sua missão. É um mau conselho dizer aos seguidores: “ Defendei, a todo custo, e com todos os meios, o justo perseguido”, e é um mau conselho dizer aos seguidores: “ Se vós protegerdes ireis ao encontro do nosso ódio.”
Mas Eu não falo aqui dos conselhos dados ao filho do rei ou que fizeram que fossem dados. Com uma falsa bondade, com uma lividez de ódio, ou pela boca de recadeiros ignorante, levados a fazer o mal, crendo que estavam ajudando.
O filho do rei escutou esses conselhos deles. Ele tinha ouvidos, olhos, inteligência e coração. Mas não podia ouvi-los, nem vê-los, nem entendê-los, nem examinar o que diziam, O filho do rei, porém, tinha mais do que tudo, o espírito reto de um verdadeiro justo, e a todos os conselhos, dados ciente ou inconscientemente para fazê-lo pecar, dando um mau exemplo aos súbditos de seu pai, respondeu: “ Não. Eu faço o que meu pai quer. Eu sigo o código dele. O fato de ser filho do rei não me exime de ser o mais fiel dos seus súditos na observância da lei.
Vós que me odiais e me quereis amedrontar, ficai sabendo que nada me fará violar a lei. Vós que me amais, e me quereis salvar, ficai sabendo que Eu vos bendigo por esse vosso pensamento, mas ficai sabendo também que o vosso amor e o amor que Eu vos tenho, visto que sois mais fiéis do que aqueles que dizem ser “ sábios”, não me deve fazer ser injusto no cumprimento do meu dever com um amor maior, que é o que Eu devo ao meu Pai.
Esta é a parábola, meus filhos. Ela é tão clara, que cada um de vós pode tê-la compreendido. E nos espíritos retos só pode surgir esta apreciação: “ Ele é realmente o justo, porque nenhum conselho humano o pode arrastar para o caminho do erro.” Sim, filhos de Siquém. Nada me pode arrastar ao erro. Ai de Mim, se Eu andasse no erro. Ai de Mim, e ai de vós. Em lugar de ser o vosso Salvador, seria o vosso traidor, e teríeis razão de odiar-me. Mas Eu não o farei.
Não vos censuro por terdes aceitado sugestões, e pensado em tomar medidas contra a justiça. Não sois culpados, posto que o fizestes Poe espírito de amor. Mas Eu vos digo que o que disse no princípio e no fim, e a vós Eu o digo: vós me sois queridos, do que se fôsseis filhos de minhas vísceras, porque sois filhos do meu espírito. Eu o trouxe a vida, e ainda i farei mais. Sabei, e seja esta a lembrança de Mim, sabei que Eu vos abençôo pelo pensamento que tivestes no coração. Mas crescei na justiça, querendo somente o que é honra prestada ao Deus verdadeiro, para o qual é necessário ter um amor absoluto, como o que nenhuma criatura é dado. Vinde a esta perfeita justiça que esmaga os egoísmos do próprio bem estar, os medos dos inimigos e da morte, esmaga tudo, para fazer a vontade de Deus. Preparai o vosso espírito. A aurora da Graça está chegando. O banquete da Graça já vem perto. As vossas almas, as almas daqueles que querem ir a Verdade, estão na vigília de suas núpcias, de sua libertação, de sua redenção. Preparai-vos em justiça para a festa da Justiça.


( O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, Vol 9 ,pgs, 156,157,158,159,160)

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