A ÁRVORE DA
VIDA E O FRUTO PROIBIDO.
Jesus diz:
“A palavra de minha mãe
deveria dissipar toda e qualquer titubeação de pensamento, até mesmo dos mais
bloqueados com relação ás fórmulas. Eu chamei antes de “árvore metafórica”.
Agora vou chamar de “árvore simbólica”. Talvez compreendais melhor. O símbolo é
claro: assim como os dois filhos de Deus procederam a respeito desta árvore, se
entende como estava neles a tendência para o Bem ou para o Mal. Como a água
régia prova o ouro, a balança do ourives pesa os quilates de ouro, aquela
árvore tinha assumido uma “missão” pela ordem de Deus a seu respeito, dando a
medida de pureza do metal que era Adão e Eva. Estou já ouvindo a vossa objeção:
“Não foi rigorosa demais a condenação, e pueril o meio usado para
condená-los?”. Não foi. Uma vossa desobediência hoje, que sois os herdeiros de
Adão e Eva, é menos grave do que a deles. Vós fostes redimidos por Mim. Mas o
veneno de satanás continua sempre pronto a se reerguer, como certas doenças que
nunca saem totalmente do sangue. Os dois progenitores eram possuidores da
graça, sem nunca terem sido nem tocados pela desgraça. Por isso eram mais
fortes, mais amparados pela graça, que gerava neles inocência e amor. O dom que
Deus lhes havia dado era infinito. A queda deles, portanto, foi bem mais grave,
não obstante aquele dom. O fruto oferecido e comido também é simbólico. Era o fruto
de uma experiência que se quis fazer contra a ordem de Deus, por instigação
satânica. Eu não havia proibido o amor aos homens. Queria unicamente que se
amassem sem malícia; como Eu os amava com a minha santidade. Eles deviam amar-se
na santidade de afetos, sem sujarem-se com a luxúria. Não se há de esquecer que
a graça é luz e quem a possui conhece o que é útil e bom. Aquela que é cheia de
graça conheceu tudo, porque a Sabedoria a instruía. A sabedoria é graça, e ela
soube guiar-se santamente. Eva conhecia o que lhe era bom conhecer. Não mais do
que isso, porque é inútil conhecer o que não é bom. Não teve fé nas palavras de
Deus e não foi fiel à sua promessa de obediência. Acreditou em satanás,
infringiu a promessa, quis saber o que não é bom e o amou sem remorso, fazendo
com que o amor, que Eu lhe tinha dado como algo santo, se corrompesse, se
aviltasse. Anjo decaído, rolou na lama e no esterco, enquanto poderia correr
feliz entre as flores do Paraíso terrestre, vendo florescer a prole ao redor de
si, assim como uma árvore que se cobre de flores, sem precisar curvar sua copa
sobre o brejo. Não fiqueis como os meninos tolos de que Eu falo no Evangelho,
os quais ouviram cantar, e taparam os ouvidos, ouviram tocar e não dançaram,
ouviram chorar, e quiseram rir. Não sejais mesquinhos, não sejais negadores.
Aceitai, aceitai a Luz sem malícia e teimosia, sem ironia e incredulidade. A
respeito deste assunto, basta por enquanto. Para fazer-vos compreender o quanto
deveis ser gratos Àquele que morreu para elevar-vos ao céu e vencer a
concupiscência de satanás, neste tempo de preparação para a Páscoa, Eu vos quis
falar do primeiro elo da corrente com que o Verbo do Pai foi arrastado à morte,
do Cordeiro Divino no matadouro. Eu vos quis falar disso, porque agora noventa
por cento entre vós é semelhante à Eva, intoxicada pelo hálito, pela palavra de
lúcifer, e não viveis para amar-vos, mas para saciar-vos de sensualidade, não
viveis para o Céu, mas para a lama, não sois criaturas dotadas de alma e de
razão, mas cães sem alma e sem razão. Vós já matastes a alma; já depravastes a
razão. Em verdade, vos digo que os animais irracionais estão acima de vós, na
honestidade dos seus amores”.
( O Evangelho como me foi
Revelado – Maria Valtorta, Vol 1)
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