“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

domingo, 19 de julho de 2015

A VIRGINDADE DE MARIA.


A VIRGINDADE DE MARIA.


27 de agosto de 1944.

 Jesus diz:
“Surge e apressa-te pequena amiga. Tenho um desejo ardente de te levar Comigo para o azul paradisíaco da contemplação da Virgindade de Maria. Sairás com a alma jovem como se tu também fosses  criada há pouco pelo Pai, uma pequena Eva que ainda não conhece a carne. Sairás com o espírito repleto de luz, porque tu mergulharás, na contemplação da obra-prima de Deus. Sairás com todo o teu ser saturado de amor, porque compreenderás como Deus sabe amar. Falar da concepção de Maria, a sem mácula, quer dizer mergulhar-se no azul, na luz, no amor. Vem e lê as suas glórias no Livro do Avo: “Deus me possuiu no início de suas obras, desde o princípio, antes da criação. “Ab aeterno” fui predeterminada no princípio. Antes que fosse feita a terra, ainda não existiam os abismos e eu já era concebida. Nem as nascentes das águas transbordavam, nem os montes tinham-se erguido em suas grandes dimensões, nem as colinas eram cadeias montanhosas ao sol, e eu já tinha sido gerada. Deus ainda não tinha feito a terra, os rios, e as bases do mundo, e eu era. Quando preparava os céus eu estava presente, quando com lei imutável fechou sob a orla celeste o abismo, quando tornou estável no alto a abóbada celeste e suspendeu as fontes das águas, quando fixava ao mar os seus confins e dava leis às águas de não passar os seus limites, quando assentava os fundamentos da terra, eu estava com Ele a dispor todas as coisas. Sempre na alegria brincava diante Dele continuamente, brincava no universo...”. Aplicaram estas palavras à Sabedoria, mas na realidade elas falam dela: a bela mãe, a santa mãe, a virgem mãe da Sabedoria, que sou Eu que te falo. Eu quis que tu escrevesses o primeiro verso deste hino no início do livro que fala dela, para que fosse confessada e percebida a consolação e a alegria de Deus; a razão do constante, perfeito, íntimo regozijo deste Deus uno e trino, que vos guia e ama, que do homem teve tantas razões de tristeza; a razão pela qual Deus perpetuou a raça, mesmo quando, à primeira prova, merecia ser destruída; a razão do perdão que vocês tiveram. Ter Maria que o amasse. Oh! bem merecia criar o homem, e deixá-lo viver, e decretar perdoá-lo, para ter a virgem bela, a virgem santa, a virgem imaculada, a virgem enamorada, a filha dileta, a mãe puríssima, a esposa amorosa! Muito e mais ainda vos deu e vos daria Deus para poder possuir a criatura das suas delícias, o sol do seu sol, a flor do seu jardim. E muito continua a dar-vos por ela, a pedido dela, pela alegria dela, porque a sua alegria se derrama na alegria de Deus e a aumenta de esplendor que enche de faíscas a luz, a grande luz do Paraíso; cada centelha é uma graça para o universo, para a raça do homem, para os próprios bem-aventurados, que respondem-lhes com um grito radiante de aleluia a cada geração de milagre divino, criado pelo desejo do Deus Trino de ver o cintilante riso de alegria da Virgem. Deus quer um rei no universo que Ele havia criado do nada. Um rei que, pela natureza da matéria, fosse o primeiro entre todas as criaturas criadas e dotadas de matéria. Um rei que, pela natureza do espírito, fosse quase divino, fundido na Graça como no seu inocente primeiro dia. Mas a Mente suprema, onde são notórios todos os acontecimentos mais distantes em séculos, cuja vista vê incessantemente tudo quanto era, é, e será, enquanto contempla o passado e observa o presente, eis que aprofunda o olhar no último futuro sem ignorar a morte do último homem, sem confusão nem descontinuidade, esta Mente nunca ignorou o rei criado por Ele, para estar ao seu lado, semi divino, no Céu, herdeiro do Pai. Ao entrar adulto no seu reino, depois de ter vivido na casa da mãe, a terra com a qual foi feito, durante a sua infância de Eterno, na sua jornada sobre a terra, este rei teria cometido contra si mesmo o delito de matar-se na Graça e o latrocínio de furtar-se do Céu. Por que então o criara? Certamente muitos se perguntam isto. Teríeis preferido não existir? Este dia não merecia ser vivido, por si mesmo, tão pobre, nu e amargo pela vossa maldade, mas para conhecer e admirar a Beleza infinita que a mão de Deus semeou no universo? Para quem teria feito estes astros e planetas que deslizam como setas e flechas, riscando o arco do firmamento? Ou os aparentemente lentos, majestosos na sua corrida como bólidos, presenteando-vos com luzes e estações como se fossem eternos, imutáveis, ainda que em contínua mudança, oferecendo-vos uma página nova para ser lida sobre o azul, toda noite, todo mês, todo ano, quase como dizendo-vos: “Esquecei-vos do cárcere, deixai as vossas gravuras repletas de coisas obscuras, podres, sujas venenosas, enganosas, blasfemadoras, corruptoras e elevai, ao menos com o olhar na ilimitada liberdade dos firmamentos. Tende uma alma azul olhando tão grande serenidade, criai-vos uma reserva de luz, para levar à vossa prisão escura. Lede a palavra que nós escrevemos cantando o nosso coro sideral mais harmonioso do que acompanhado por um órgão de catedral. A palavra que nós escrevemos brilhando, a palavra que nós escrevemos amando, visto que sempre temos presente Aquele que nos quis dar a alegria de existir, e o amamos por nos ter dado este ser, este esplendor, este deslizar, este sermos livres e belos em meio ao azul suave, além do qual vemos um azul ainda mais sublime, o Paraíso. E do qual cumprimos a segunda parte do preceito de amor amando a vós, o nosso próximo universal, amando-vos doando guia, luz, calor e beleza. Lede a palavra que nós dizemos, e é aquela sobre a qual regulamos o nosso canto, o nosso resplandecer, o nosso riso: Deus”? Para quem teria feito aquele líquido azul, que é um espelho para o céu, um caminho para a terra, sorriso das águas, voz das ondas, palavra também essa que como os sussurros de seda farfalhando, com risadinhas de crianças serenas, com suspiros de velhos que lembram e choram, com bofetões violentos e com chifradas, mugidos e estrondos, sempre fala e diz: “Deus”? O mar é para vós, como o céu e os astros. E com o mar, os lagos, os rios, os pântanos, os riachos e as nascentes puras, que servem a todos para vos transportar, nutrir, dessedentar e purificar, e que vos servem, servindo o Criador, sem saírem para fora dos seus limites, afogando-vos, como mereceis. Para quem teria feito todas as inumeráveis famílias dos animais, como flores que voam cantando, os servos que correm, que trabalham, nutrem e são recreação para vós, os reis?


 Para quem teria feito todas as inumeráveis famílias das plantas, e das flores que parecem borboletas, que parecem jóias e passarinhos imóveis, dos frutos que parecem os cofres de pedras preciosas, como tapetes para vossos pés, proteção para as vossas cabeças, recreação útil, alegria para a vossa mente, membros, vista e olfato? Para quem teria feito os minerais nas entranhas da terra, os sais dissolvidos nas fontes de águas geladas ou ferventes, as fontes sulfurosas, as iodadas, as alcalinas? Não teria sido para que alguém gozasse de tudo, alguém que não era Deus, mas filho de Deus? O homem. Para a alegria de Deus, para as necessidades de Deus, nada era preciso. Deus se basta a Si mesmo. Não tem que se contemplar para alegrar-se, nutrir-se, viver e repousar. Tudo o que foi criado não aumentou um átomo a sua infinita alegria, sua beleza, seu poder. Mas tudo Ele fez pela sua criatura, que Ele quis colocar como rei na Sua obra: o homem. Para ver tão grandes obras de Deus e por reconhecimento para com o seu poder, vale a pena viver. Como viventes deveis ser gratos. Deveríeis ter sido gratos, mesmo se não tivésseis sido redimidos, hoje ou no fim dos séculos, porque não obstante tenhais sido os Primeiros, singularmente, sois até hoje prevaricadores, soberbos, luxuriosos, homicidas. Mas Deus ainda vos concede sabor de gozar das belezas do universo e da bondade do universo, e vos trata como se fosseis bons, filhos bons aos quais tudo é ensinado e concedido, a fim de tornar-lhes mais doce e sadia a vida. Quanto sabeis, vós o sabeis pela luz que Deus vos deu. Tudo quanto descobris, vós o descobris porque Deus vô-lo indica no Bem. Porque os outros conhecimentos e descobertas, que têm o sinal do mal, vêm do Mal supremo, satanás. A Mente suprema, que nada ignora, antes ainda que o homem  existisse, sabia que o homem, por si mesmo, teria sido um ladrão e um homicida. E, já que a Bondade eterna não tem limites, antes que acontecesse a Culpa, pensou no meio para anulá-la. E o meio seria: Eu. E o instrumento para fazer do meio um instrumento operante seria: Maria. Assim é que a virgem foi criada no Pensamento sublime de Deus. Todas as coisas foram criadas para Mim, Filho dileto do Pai. Eu, como Rei, deveria ter tido sob os meus pés de Rei divino tapetes e jóias como nenhum palácio real jamais teve. Cantos, vozes, servos e ministros tão numerosos ao redor de minha pessoa que nenhum soberano jamais teve. Flores, pedras preciosas, todo o sublime, o grandioso, o gentil, o minucioso, tudo o que é possível buscar no Pensa mento de um Deus. Mas Eu devia ser Carne, além de ser Espírito. Carne, para salvar a carne. Carne para sublimar a carne, levando-a para o Céu, muitos séculos antes da hora. Porque a carne, habitada pelo espírito, é a obra-prima de Deus, e por ela, o Céu fora feito. Para ser Carne, eu tinha necessidade de uma mãe. Para ser Deus, eu tinha necessidade de que meu Pai fosse Deus. Eis que, então, Deus criou para Si uma esposa, e lhe disse: “Vem comigo. A meu lado, vê tudo quanto Eu faço pelo nosso Filho. Olha e jubila-te, virgem eterna, menina eterna, que o teu riso encha todo este empíreo, e dê aos anjos a nota inicial, e ensina ao Paraíso uma harmonia celeste. Eu olho para ti. E te vejo como serás, ó mulher imaculada que, por enquanto, és apenas espírito, o espírito em que me deleito. Olho para ti, e dou o azul do teu olhar ao mar e ao firmamento, a cor dos teus cabelos ao trigo, a tua candura ao lírio, o tom róseo à rosa, semelhante à tua pele de seda. Imito nas pérolas os teus dentes graciosos; olhando tua boca, faço os doces morangos, ponho na voz rouxinóis às tuas notas, e na das rolinhas o teu pranto. Ainda lendo os teus futuros pensamentos, ouvindo as palpitações do teu coração, eu encontrei os modelos de arte para criar. Vem, minha Alegria! Habita os mundos para divertimento teu, enquanto fores a luz que se move em meu Pensamento, teus hão de ser os mundos pelo teu sorriso, tuas as belas formações das estrelas e o colar dos astros todos. Coloca a lua sob os teus pés gentis, cinge-te com o cinto de estrelas da Via Láctea. As estrelas e os planetas são para ti. Vem e diverte-te, vendo as flores que serão o divertimento do teu Menino, servindo de almofada para o Filho do teu ventre. Vem, e vê como se criam as ovelhas e os cordeiros, as águias e as pombas. Fica perto de mim, enquanto eu faço como uns vasos, os mares e os rios, enquanto ergo as montanhas e as enfeito com a neve e as florestas, enquanto semeio as searas, as árvores, as, videiras, enquanto faço para ti a oliveira, minha rainha de paz, para ti a videira, meu sarmento que levará o Cacho eucarístico. Corre, voa, jubila-te, ó minha beleza, e que o mundo todo, que vai sendo criado de hora em hora, aprenda contigo a me amar, ó amorosa, e se torne mais bonito com o teu sorriso, ó mãe do meu Filho, rainha do meu Paraíso, amor do teu Deus”. Vendo o Erro, e olhando para a Sem Erro diz ainda: “Vem a Mim, tu que anulas a amargura da desobediência, da ingratidão, da fornicação humana com satanás. Eu terei contigo a desforra sobre satanás”. Deus, Pai Criador, criara o homem e a mulher com uma lei de amor tão perfeita, que não podeis, nem ao menos compreender. E vós vos enganais ao pensar como teria aparecido a raça humana, se o homem não o tivesse alcançado pelo ensinamento de satanás. Olhai as plantas que produzem fruto e semente. Por acaso elas conseguem ter semente e fruto por meio de uma fornicação ou de uma fecundação em cada cem encontros conjugais? Não. Da flor masculina sai o pólen, guiado por um complexo de leis meteóricas e magnéticas, vai ao ovário da flor feminina. Esta se abre, o recebe e produz. Não se suja e o rejeita depois, como vós fazeis, para poderdes gozar, no dia seguinte, da mesma sensação. Depois de produzir não floresce, até a próxima estação e, quando floresce, é para reproduzir. Olhai os animais. Todos. Já vistes algum animal, macho ou fêmea, ir um ao outro para algum abraço estéril, ou só para algum encontro lascivo? Não. De perto ou de longe, voando, rastejando, pulando ou correndo, eles vão, quando chega a hora, ao rito fecundativo, e não se subtraem a isso para ficarem só no prazer, mas vão além, vão até ás conseqüências sérias e santas, que conduzem à geração da prole, o único escopo que, no homem, semideus pela origem da Graça que Eu restituí inteira, deveria fazê-lo aceitar a animalidade do ato necessário, uma vez que descestes um grau no nível do animal. Vós não fazeis como as plantas e os animais. Vós tivestes por mestre satanás, pois o escolhestes e o desejais. As obras que praticais são dignas do mestre que quisestes ter. Mas, se tivésseis sido fiéis a Deus, teríeis tido santamente, sem dor, a alegria de filhos, sem vos esgotardes em cópulas obscenas, indignas, que os próprios animais não conhecem, os animais que não têm alma racional e espiritual.  Ao homem e à mulher, depravados por satanás, Deus quis opor o Homem nascido de mulher tão purificada por Deus, a ponto de poder gerá-Lo sem relação com homem. Flor que gera flor, sem necessidade de semente, mas apenas com o beijo do Sol sobre o cálice inviolado do Lírio que é Maria.
A desforra de Deus!
Solta os teus silvos de inveja, ó satanás, enquanto ela está nascendo. Esta menina te venceu! Antes que tu fosses o Rebelde, o Tortuoso, o Corruptor, já estavas vencido, e ela é a tua vencedora. Mil exércitos alinhados nada podem contra o teu poder, e contra as tuas couraças caem as armas das mãos dos homens, ó perene, e não há vento que possa dispersar o mau cheiro do teu hálito. No entanto, este calcanharzinho de criança, tão rosado, que parece o interior de uma camélia também rosada, tão liso e tão macio que a seda é áspera comparado a ele, tão pequenino, que poderia caber no cálice de uma tulipa e usá-la como sapatinho, eis que ele te pisa sem medo, e te confina em teu antro. Eis que só o seu vagido já te põe em fuga, a ti que não tens medo dos exércitos. O hálito dela purifica o mundo do teu fedor. Estás derrotado. Só o nome dela, só o seu olhar, só a sua pureza já são uma lança, um fulgor de raio, uma enorme pedra que te transpassam, que te abatem, que te aprisionam no teu covil do inferno, ó Maldito, que tiraste a Deus a alegria de ser Pai de todos os homens criados.
 Foi inútil, pois, teres corrompido os que haviam sido criados inocentes, levando-os a conhecer e a conceber sinuosidades da luxúria, privando Deus, de ser o doador dos filhos, em suas diletas criaturas, dando-lhes regras que, se respeitadas, teriam mantido sobre a terra um equilíbrio entre os sexos e as raças, capaz de evitar guerras entre os povos e desventuras entre famílias. Obedecendo, teriam conhecido o amor. Só obedecendo, teriam conhecido e conservado o amor. Uma posse plena e tranqüila desta emanação de Deus, que do sobrenatural desce ao inferior, para que também a carne se alegre santamente, esta que está ligada ao espírito, criada por Aquele que criou o espírito. Agora, o vosso amor, ó homens, os vossos amores o que são? Ou libidinagem vestida de amor, ou medo insanável de perder o amor do cônjuge, seja pela libidinagem própria, ou alheia. Já não estais mais seguros quanto à posse do coração do esposo ou da esposa, desde quando a libidinagem entrou neste mundo. Tremeis, chorais e tornais-vos loucos de ciúmes, até assassinos, às vezes, para vingar alguma traição, desesperados, ou então abúlicos e até dementes. Eis o que fizeste, satanás, aos filhos de Deus. Estes, que corrompeste, teriam conhecido a alegria de ter filhos sem sentirem dor, a alegria de nascer sem o medo de morrer. Mas agora estás vencido em uma mulher e por uma mulher. De agora em diante, quem a amar, tornará a ser de Deus, superando as tuas tentações, para poder imitar a sua pureza imaculada. De agora em diante, não mais podendo conceber sem dor, as mães a terão para o seu conforto. De agora em diante, as esposas a terão por guia e os moribundos por mãe, sendo doce para eles morrer sobre aquele seio, que é um escudo contra ti, oh Maldito, e proteção, diante do julgamento de Deus.

 Maria, minha cara interlocutora, viste o nascimento do Filho da virgem e o nascimento da virgem no Céu. Viste, pois, que para os sem culpa é desconhecido o castigo de dar a vida e também o sofrimento de dar-se à morte. Mas, se à inocentíssima mãe de Deus foi reservada a perfeição dos dons celestes, a todos, que tivessem permanecido inocentes e filhos de Deus, teria sido possível gerar sem dor e morrer sem afã, por justiça de terem sabido unir-se e conceber sem luxúria. A sublime desforra de Deus sobre a vingança de satanás foi a de elevar a perfeição da criatura dileta a uma super-perfeição, capaz de anular, ao menos nela, toda lembrança de humanidade, que fosse suscetível ao veneno de satanás, e para a qual, não de um casto abraço de homem, mas de um divino amplexo, que empalidece o espírito num êxtase de Fogo, lhe teria vindo o Filho.
 A virgindade da Virgem!... Vem. Medita nesta virgindade profunda, que produz em quem a contempla vertigens de abismo! O que é a pobre virgindade forçada da mulher que por nenhum homem foi desposada? É menos do que nada. O que é a virgindade daquela que quer ser virgem, para ser de Deus, mas sabe sê-lo só no corpo e não no espírito, no qual deixa entrar muitos pensamentos estranhos, acaricia e aceita as carícias de pensamentos humanos? Isto já começa a ser uma máscara de virgindade, mas muito pouco ainda. O que é a virgindade de uma enclausurada, que vive só para Deus? É muito. Mas, mesmo assim, ainda não é uma virgindade perfeita, se comparada com a virgindade da minha mãe. Sempre existiu um enlace, até mesmo no mais santo. O enlace da origem, entre o espírito e a Culpa. Só o Batismo o desfaz. Mas, é como uma mulher separada do marido pela morte, não restitui mais em si a virgindade total, como a virgindade dos nossos Primeiros, antes do Pecado. Uma cicatriz permanece, e dói ao ser lembrada, e está sempre pronta para reabrir-se em ferida, como certas doenças que periodicamente voltam com seus vírus, ainda mais ativos. Na virgem não fica esse sinal de um enlace dissolvido com a Culpa. Sua alma apresenta-se bonita e intacta, como quando estava na mente do Pai, e reúne em Si todas as Graças. É a virgem, a única, a perfeita, a completa, foi assim pensada, gerada, querida, coroada. É eternamente a virgem, o abismo da intocabilidade, da pureza, da graça que se perde no Abismo do qual brotou: em Deus, intangibilidade, pureza e graça perfeitíssima.
 Aí está a desforra do Deus Trino e Uno. Contra suas criaturas profanadas, Ele ergue esta Estrela de perfeição. Contra a curiosidade doentia, esta se esquiva, recompensada em poder amar somente a Deus. Contra a ciência do mal, esta sublime ignorante. Nela não existe somente a ignorância do que é um amor aviltado; não há também somente a ignorância do amor que Deus havia dado aos esposos. E ainda mais. Nela há a ignorância das concupiscências, herança do pecado. Nela há somente a sabedoria gélida, mas incandescente, do Amor divino. Fogo que protege de gelo a carne, para que se torne espelho transparente no altar onde um Deus desposa uma virgem, e não se avilta, porque sua Perfeição abraça aquela que, como convém a uma esposa, só em um ponto é inferior ao esposo, sendo-lhe sujeita por ser mulher, mas é sem mancha, como Ele”.

( O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, Vol 1)

Obs: Ler um texto deste, e não admitir que foi um Deus que se pronunciou, é mentir para si mesmo. Eu me recuso, com a inteligência humana que tenho, de ter encravado na testa a palavra:” ignorante”, na outra vida, por não ter reconhecido o meu Deus em sua revelação á esta mística Italiana Maria Valtorta. O meu raciocínio diz: “ É o teu Deus que fala.” E também acredito que o discernimento só se dá com aqueles que desejam encontrar a verdade. Tem de existir o querer saber, para depois se chegar ao conhecimento do fato, á Sabedoria.
Por isso digo a todos: “ queiram saber, desejem encontrar e encontrarão a verdade.

A paz de Jesus.

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