“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

segunda-feira, 20 de julho de 2015

PERSEVERANÇA. ( Acreditar em Deus até o fim de nossas vidas)


 Olhar no horizonte e acreditar que um dia um novo céu e uma nova terra surgirão.


PARÁBOLA DAS DUAS LUZES.


Ouvi.
Um homem quis um dia acender duas luzes para honrar o Senhor em uma festa. Tomou dois vasos de igual largura, colocou neles a mesma quantidade de óleo, da mesma qualidade, duas torcidas iguais, uma em cada um, e as acendeu na mesma hora, a fim de rezarem por ele, com lhe havia sido permitido.
Ele voltou, depois de certo tempo, e viu que uma das luzes estava soltando chamas altas, enquanto que a outra tinha uma chamazinha fraca, muito fraca, que era apenas um pontinho de luz no canto onde estavam as luzes acesas. O homem pensou que era um defeito da torcida. E foi observá-la, mas não era. A torcida estava boa. Só, que ela não queria queimar tão alegremente como a outra luz, que lançava sua chama para o alto, como se fosse uma língua, e parecia até que murmurasse palavras, de tão alegre que estava, e tanto que, ao agitar-se chamejando parecia estar soltando um leve murmúrio: “ Esta luz canta de verdade os louvores do Senhor Altíssimo!”. Disse ele a si mesmo. Mas esta outra! Olha só, minha alma! Parece que lhe seja pesado honrar o Senhor, pois o faz com tão pouco ardor!, e voltou para os seus trabalhos.
Retornou algum tempo depois. Uma das chamas tinha ficado ainda mais alta, e a outra havia ficado mais baixa, e sua chama estava ficando cada vez mais parada, quanto mais a outra esplendia vibrantemente. Ele voltou uma segunda vez. A mesma coisa. Uma terceira vez, a mesma coisa. Mas, ao ir pela quarta vez, viu o quarto cheio de uma fumaça mal cheirosa  e escura, e somente uma chamazinha luzindo através dos véus da fumaça espessa. E dirigiu-se a mísula, onde estavam as luzes, e viu que aquela que tanto chamejava antes estava agora acabada e enegrecida, e tinha até sujado, com sua labareda, a parede branca. A outra, ao contrário, continuava constante, com sua luz a honrar o Senhor.
Ele estava para ir consertar o defeito, quando uma voz lhe falou bem perto dele: “ Não mude as coisas do jeito em que estão. Mas medita sobre elas, pois são um símbolo. Eu sou o Senhor.”
O homem se jogou com o rosto por terra, adorando, e, com grande tremor, ousou dizer: “ Eu sou um estulto. Explica-me, ó Sabedoria, o significado dessas luzes, das quais a que parecia mais ativa em prestar-te honras, só deu prejuízo, mas a outra continua com sua luz.”
“Sim. Eu o farei. Assim é que acontece com os corações dos homens. E como aconteceu com estas duas luzes. Há aqueles que no princípio está aceso, e brilham, e são admirados pelos homens, pelo tanto que parece perfeita e constante a chama deles. E há homens que têm um esplendor manso, que não chama a atenção, e pode até parecer uma tibieza em prestar honras ao Senhor. Mas, tendo passado pela primeira labareda, ou a segunda, ou a terceira, entre a terceira e a quarta começam a dar prejuízo, e depois se apagam, com perda, porque a luz dela não era de confiança. Quiseram brilhar mais para os homens do que para o Senhor, e a soberba acabou com eles em pouco tempo, no meio de uma fumaça negra e pesada, que escureceu até o ar. Os outros tiveram uma vontade única e constante: a de honrar somente a Deus, e sem se preocuparem se os homens os louvavam, e se empenharam a si mesmos com uma chama longa e clara, que não tinha fumaça nem mau cheiro. Procura imitar a luz constante, porque só ela é agradável ao Senhor.”  
O homem tornou a levantar a cabeça, o ar tinha ficado limpo da fumaça, e a estrela de luz resplendia agora sozinha, pura, firme em honra de Deus, com o luzir do metal de sua luz, como se fosse de puro ouro. E ele a ficou olhando brilhar, sempre com um brilho igual, durante horas e horas, até que docemente, sem fumaça, sem mau cheiro, em uma de suas palpitações se exalou, parecendo subir para o Céu, para ir fixar-se entre as estrelas, tendo servido com dignidade ao Senhor, até com sua última gota de óleo, no último instante de sua vida.
Era uma realidade, pois em verdade Eu vos digo que muitos são aqueles que produzem uma grande chama no começo, e chamam a atenção do mundo, que não vê mais do que superficialmente as ações humanas. Mas depois acabam virando carvão, tendo ficado soltando até o fim suas fumaças de cheiro desagradável. E, em verdade, Eu vos digo que o chamejar desses não é tido em conta por Deus, porque Deus vê que aquilo é um orgulhoso arder para um fim humano. Bem aventurados aqueles que sabem imitar a segunda luz e não carbonizar-se, mas subir ao céu com a última palpitação de seu constante amor.


(O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, Vol 9, pgs 263,264,265) 

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