TUDO FOI FEITO PARA
AGRADAR AO HOMEM O REI DA TERRA
Diz Jesus:
“Deus quer um rei no universo que Ele havia
criado do nada. Um rei que, pela natureza da matéria, fosse o primeiro entre
todas as criaturas criadas e dotadas de matéria. Um rei que, pela natureza do
espírito, fosse quase divino, fundido na Graça como no seu inocente primeiro
dia. Mas a Mente suprema, onde são notórios todos os acontecimentos mais
distantes em séculos, cuja vista vê incessantemente tudo quanto era, é, e será,
enquanto contempla o passado e observa o presente, eis que aprofunda o olhar no
último futuro sem ignorar a morte do último homem, sem confusão nem
descontinuidade, esta Mente nunca ignorou o rei criado por Ele, para estar ao
seu lado, semidivino, no Céu, herdeiro do Pai. Ao entrar adulto no seu reino,
depois de ter vivido na casa da mãe, a terra com a qual foi feito, durante a
sua infância de Eterno, na sua jornada sobre a terra, este rei teria cometido
contra si mesmo o delito de matar-se na Graça e o latrocínio de furtar-se do
Céu.
Por que então o criara?
Certamente muitos se perguntam isto. Teríeis
preferido não existir? Este dia não merecia ser vivido, por si mesmo, tão
pobre, nu e amargo pela vossa maldade, mas para conhecer e admirar a Beleza
infinita que a mão de Deus semeou no universo?
Para quem teria feito aquele líquido azul,
que é um espelho para o céu, um caminho para a terra, sorriso das águas, voz
das ondas, palavra também essa que como os sussurros de seda farfalhando, com
risadinhas de crianças serenas, com suspiros de velhos que lembram e choram,
com bofetões violentos e com chifradas, mugidos e estrondos, sempre fala e diz:
“Deus”? O mar é para vós, como o céu e os astros. E com o mar, os lagos, os
rios, os pântanos, os riachos e as nascentes puras, que servem a todos para vos
transportar, nutrir, dessedentar e purificar, e que vos servem, servindo o Criador,
sem saírem para fora dos seus limites, afogando-vos, como mereceis.
Para quem teria feito todas as inumeráveis famílias dos animais, como flores que voam cantando, os servos que correm, que trabalham, nutrem e são recreação para vós, os reis?
Para quem teria feito todas as inumeráveis
famílias das plantas, e das flores que parecem borboletas, que parecem jóias e
passarinhos imóveis, dos frutos que parecem os cofres de pedras preciosas, como
tapetes para vossos pés, proteção para as vossas cabeças, recreação útil,
alegria para a vossa mente, membros, vista e olfato?
Para quem teria feito os minerais nas
entranhas da terra, os sais dissolvidos nas fontes de águas geladas ou
ferventes, as fontes sulfurosas, as iodadas, as alcalinas? Não teria sido para que
alguém gozasse de tudo, alguém que não era Deus, mas filho de Deus? O homem.
Para a alegria de Deus, para as necessidades
de Deus, nada era preciso. Deus se basta a Si mesmo. Não tem que se contemplar
para alegrar-se, nutrir-se, viver e repousar. Tudo o que foi criado não aumentou
um átomo a sua infinita alegria, sua beleza, seu poder. Mas tudo Ele fez pela
sua criatura, que Ele quis colocar como rei na Sua obra: o homem.”
(O Evangelho como me foi revelado- Valtorta-Vol 1, pg
34,35,36)
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