TERCEIRO MANDAMENTO
“Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo. Trabalharás
seis dias e neles farás todos os teus trabalhos, mas o sétimo dia é o sábado
dedicado ao Senhor, o teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem
teus filhos ou filhas, nem teus servos ou servas, nem teus animais, nem os
estrangeiros que morarem em tuas cidades. Pois em seis dias o Senhor fez os
céus e a terra, o mar e tudo o que neles existe, mas no sétimo dia descansou.
Portanto, o Senhor abençoou o sétimo dia e o santificou.” (Ex 20;8;9;10;11)
Isto está dito no mandamento sobre o repouso sabático. Neste
mandamento de santificação das festas, como sabemos foi substituído por Pedro
quando realizou o Missal num domingo no Cenáculo em Jerusalém, e desde então
celebrou-se o Dia do Senhor, dia da Ressurreição de Cristo. “Ora,
no primeiro dia da semana, tendo-nos ajuntado os discípulos a partir o pão...”(At
20.7)
“Não Maria. Não é Pedro. Ele na verdade vai-se tornando cada
vez mais firme, e agora que ele ficou sabendo com que intenção Lázaro quis usar
a casa do Cenáculo, decidiu começar os ágapes regulares e celebrar os mistérios
regularmente, no dia depois de cada sábado. Porque ele diz que agora o dia do
Senhor é aquele, pois é o dia em que Ele ressuscitou e apareceu à muitos para
confirma-los na fé sobre a sua Natureza eterna de Deus. Não existe mais o
sábado, como existia para os hebreus. Não há mais o sábado porque para os
cristãos não há mais sinagoga, mas a Igreja, assim como haviam predito os
Profetas. Mas agora há e sempre haverá o dia do Senhor, em memória do
Homem-Deus, do Mestre, Fundador, Pontífice eterno, depois de ter sido Igreja
Cristã. Desde o dia depois do próximo sábado, celebrar-se-ão os ágapes entre
cristãos, que serão muitos, na casa do Cenáculo.( Valtorta-Vol.10, pg. 447)
Pedro já estava tomado pelo Espírito Santo Paráclito,
portanto falava e agia de acordo com o pensamento de Deus, para efetivar a Nova
Aliança com os homens, com a Nova Arca viva que gerou a segunda pessoa da
Trindade, com a Boa Nova dos Evangelhos da Graça, com a libertação da culpa
original para os homens de boa vontade.
O sábado é o último dia da semana, simbolizando o dia de
descanso depois de seis dias de trabalho. O domingo é o primeiro dia da semana,
simbolizando o recomeço, uma nova jornada da Nova criação.
“A Nova Lei é fruto da Antiga, ou seja, é a perfeição
atingida pela árvore da Fé.”(Valtorta-Vol.4)
O novo Adão Jesus com a nova Eva Maria, geradores de novos
seres humanos libertos pela Redenção santificadora, através do Sangue e da
Carne de Cristo consumidos na Eucaristia do Sacrifício perpétuo, é a Nova e
única esperança da humanidade para voltar ao Paraíso. Não existe outro caminho
a não ser carregar a Cruz que Cristo carregou. A Nova Era se iniciou com o
nascimento de Jesus e atingiu seu ápice com sua ressurreição dos mortos.
Abre-se uma nova era para os homens, como o dia mais importante para a salvação
das almas, da justificação com a Ressurreição de Cristo. Jesus abre os portões
do Paraíso, com suas inúmeras moradas, para todos os justos. Portanto o Dia do
Senhor aos domingos está acima, tem uma importância muito maior, do que o dia
de descanso sabático instituído no princípio, para que os homens tivessem um
dia todo de orações e adoração. Somente dias de oração aos sábados e os
inúmeros preceitos humanos agregados pelos sinedritas, não possuíam mais os
requisitos necessários para a salvação dos filhos de Deus, que estavam se
perdendo com as tentações de Satanás com o passar dos séculos, era preciso, ou
acabar com a existência humana terrestre ou aceitar as providências divinas com
a vinda de seu Filho como Salvador da humanidade. A renovação do Sacerdócio e
do rito se tornaram necessárias para separar o povo deicida dos cristãos. Não se trata da revogação ou cancelamento deste
mandamento do decálogo, mas da substituição do dia da santificação das festas.
O próprio Deus que instituiu o dia sabático, instituiu o dia do Senhor aos
domingos, quando pela boca de Pedro e o consentimento dos Apóstolos,
conjuntamente com os seus sucessores até os dias de hoje, o pensamento do
Altíssimo assim requisitou com o fogo do Espírito Santo, a terceira pessoa da
Trindade.
“E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro para
estar com vocês para sempre, o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo,
porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e
estará em vocês.”
(João 14:16,17)
Deus assim quis para distinguir Judaísmo de cristianismo. É o
mesmo decálogo de sempre, aprimorado com a recomendação do Amor. A Boa Nova nos
ensina à renascer espiritualmente, ou seja, deixar infundir o amor em nossos
corações, apagando o passado. A letra já não é mais “o tudo”, mas sim o
significado espiritual da letra da Lei. E o significado espiritual do terceiro
mandamento é este: O homem precisa ter
um dia da semana de louvor e adoração ao Senhor como regra, para que nunca se
esqueça de que Deus é tudo, e sem Ele nada somos. A escritura diz que Deus “descansou”
no sétimo dia, mas na verdade Deus não se cansa, foi uma forma de dizer que o
trabalho havia terminado. Assim como o espírito dos dez mandamentos é: Amar a Deus acima de tudo e ao próximo como
a ti mesmo. Sim, porque quem ama Deus e ao próximo não comete nenhum dos
pecados mencionados nos dez mandamentos.
Diz Jesus: “Chegou o tempo da Misericórdia plena,
depois dos séculos da Justiça. Esta é irmã da primeira. Como duas nascidas do
mesmo ventre; mas, enquanto antes era mais forte a Justiça, e a outra somente
temperava o seu rigor – porque Deus não pode proibir-se de amar- agora a Rainha
é a Misericórdia, e, como se alegra com isso a Justiça, que sofria por ter que
punir!” (Valtorta-Vol.2)
A mudança não foi somente o dia de descanso na Boa Nova
instituída por Jesus Cristo. Naquela época para ser Judeu era necessário ter o
sinal da Aliança feita com Abraão, a circuncisão do prepúcio nos homens. (Gn
17:11 e 13) “E vós circundareis a carne de
vosso prepúcio para que essa circuncisão seja o sinal do concerto que há entre
Mim e vós.” “E esta marca do meu pacto será a vossa carne como sinal duma
eterna aliança.”
Para o cristianismo é necessário batizar em nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo, elevado a Sacramento com o sinal da Cruz na fronte
da criança, simbolizando que sobrenaturalmente recebe o Sangue de Cristo no formato
do sinal, como purificação da culpa original. A circuncisão passou a ser não
mais na carne, mas no espírito, na alma encerrada no coração dos homens, o
verdadeiro Templo de Deus.
A revelação de Deus em três pessoas ficou conhecida através
de Jesus, coisa que antes o povo de Deus não sabia, a não ser pouquíssimos
sábios, que souberam ler as entrelinhas das escrituras, tais como: “Disse
também Deus: Façamos o homem à nossa imagem e
semelhança,...” (Gen 26) Observaram que Deus não disse: “Farei”, mas
“façamos”, sugerindo que a Trindade já estava desde o princípio dos tempos. Também
nos deu um novo mandamento: “Que vos ameis uns aos outros, como eu vos
amei...” (João 13:4) A oração universal do Pai Nosso proferida por
Jesus já indica a intensão de Deus em salvar a todos, e para aceitarem, não
mais com temor, mas como Pai amoroso e misericordioso. Dizer Pai ao Deus todo poderoso
do Sinai, é um sinal da nova perspectiva afetiva, substituindo o medo.
Nesta Nova Aliança não temos mais o Templo ou as Sinagogas, mas
as Igrejas, instituição fundada por Cristo, coroada com os sete Sacramentos que
nos elevam para a salvação: Batismo, Crisma, Eucaristia, Confissão, Unção dos
enfermos, Matrimônio e Ordem. A Igreja Católica é o meio instituído por Deus,
para se chegar a ter Deus no coração e assim conquistar o Reino dos Céus. É
chamada esposa de Cristo por que de seu ventre nascem os futuros filhos de
Deus.
“Não Tiago. Pregação e milagre não são sacramentos. Mas os
Sacramentos serão mais, serão sete, como o sagrado candelabro do Templo e os
dons do Espírito do amor. E em verdade os sacramentos são dons e são chamas,
dados para que o homem arda diante do Senhor pelos séculos dos séculos.”(Valtorta, vol.4)
Somos cristãos, a nova criação de Deus para a humanidade
subsistir, e para isso basta seguir o Caminho, a Verdade e a Vida proposta por
Cristo usando o nosso livre arbítrio, a nossa boa vontade, aceitando esta
doutrina Celeste, Eterna e imutável.
Antonio Carlos Calciolari
Obs. O candelabro mencionado por Jesus, também chamado de
Menorá, tem sete braços onde se coloca óleo de oliva na parte de cima num
orifício. É um candelabro de luz usado pelos Judeus no Templo junto com o Santo
dos Santos. Este candelabro é uma alusão aos sete dons do Espírito Santo:
Fortaleza, Sabedoria, Ciência, Conselho, Entendimento, Piedade e Temor a Deus.
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