“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

terça-feira, 15 de outubro de 2019

SOMENTE QUEM FAZ A VONTADE DE DEUS SERÁ SALVO






SOMENTE QUEM FAZ A VONTADE DE DEUS CONQUISTARÁ O REINO DE DEUS


As crianças, alegres como passarinhos, já estão tagarelando, correndo e saltando por entre os campos, tomando um bom banho de orvalho, o que provoca um ou outro pescoção, acompanhado do conseqüente choro. Depois as crianças correm até Jesus, que as acaricia, e com isso Ele reencontra o seu sorriso, como se reproduzisse em si aquelas alegrias inocentes. Uma menina quer colocar na cintura dele um ramalhete de flores, que ela apanhou nos prados, “ porque sua veste fica mais bonita assim”, diz ela, e Jesus a deixa fazer isso, apesar dos Apóstolos estarem resmungando e por isso Jesus diz: “ Mas ficai contentes porque elas me amam! E o amor das crianças tira as tristezas do meu coração.”
Ao mesmo tempo, chegam, e vêm vindo no meio dos peregrinos Jesus, que havia descido da montanha, e o escriba João que vem de sua casa com muitos empregados trazendo cestas de pão, outros trazendo azeitonas, pequenos queijos e um cordeirinho, ou cabritinho, assado especialmente para o Mestre. Tudo é colocado aos pés dele, que cuida de distribuí-los, dando a cada um um pão, um pedaço de queijo e um punhado de azeitonas. Mas, uma mãe, que traz ainda ao peito um menino gorducho, que está rindo com os seus dentinhos novos, Ele dá com o pão um pedaço de cordeiro assado, e o mesmo faz com outros dois ou três, que parecem estar necessitados de um alimento especial.
“Mas isso é para Ti”, diz o escriba.
“Eu irei saboreá-lo, não duvides. Mas vê... se Eu sei que a tua bondade é para muitos, em Mim aumenta o sabor”.
A distribuição termina, e o povo já está partindo o pão e reservando uma parte dele para as outras horas. Também Jesus bebe um pouco do leite que o escriba quis encher para Ele uma taça preciosa, ao tirar o leite de um frasquinho que é trazido por um dos servos (parece um bilha).
“Mas, Tu me deves contentar, dando-me a alegria de ouvir-te”, diz João, o escriba, que foi saudado por Hermes com grande respeito, e com respeito ainda maior por Estevão.
“Não irei negar-te isso. Vem cá para a frente”, e Jesus, tendo-se encostado no monte, começa a falar.
“A vontade de Deus nos deteve neste lugar, porque ir para adiante, depois da caminhada que já fizemos, teria sido uma violação dos preceitos e motivo de escândalo. E que isto não aconteça nunca, enquanto a Nova Aliança não for escrita. É justo santificar as festas e louvar o Senhor nos lugares de oração. Mas todo o criado pode ser lugar de oração, desde que as criaturas saibam fazê-lo com sua elevação para o Pai. A Arca de Noé, à deriva sobre as águas, foi lugar de oração, o lugar de oração para Jonas foi o ventre da baleia. Foi lugar de oração a casa do Faraó, enquanto José nela morou, e a tenda de Holofermes para a casta Judite. E não era tão consagrado ao Senhor o lugar corrompido onde vivia como escravo o Profeta Daniel, consagrado por causa as santidade do servo que santificava aquele lugar, a ponto de merecer as altas profecias sobre o Cristo e o Anticristo, chaves dos tempos de agora e dos últimos tempos? Com maior razão, santo é este lugar que, por suas cores, pelos seus perfumes, pela pureza do seu ar, pela riqueza de seus trigais e pelas pérolas de suas orvalhadas, fala de Deus Pai e Criador, e diz: “Eu creio. E vós também credes, porque nós damos testemunho de Deus.” Seja ele para nós a sinagoga, neste sábado e nele leiamos as páginas sobre as corolas e as espigas, tendo como lâmpada sagrada o sol.
Eu vos falei de Daniel. Disse-vos: “Seja este lugar a nossa sinagoga”. Isto nos faz lembrar do jubiloso “bendizei” dos três santos jovens entre as chamas da fornalha: “Céus e águas, orvalhos e geadas, gelos e neves, fogos e cores, luzes e trevas, relâmpagos e nuvens, montes e colinas, todas as coisas germinadas, passarinhos, peixes e feras, louvai e bendizei o Senhor, juntos com os homens de coração humilde e santo”. Este é um resumo do cântico santo que tanto ensina aos humildes e santos. Podemos rezar e podemos merecer o Céu em qualquer lugar. Nós o merecemos, quando fazemos a vontade do Pai.
Quando este dia começou, fizeram-me observar que, se tudo vem da vontade de Deus, também os erros dos homens são queridos por Ele. Isto é um erro e um erro muito difundido. Haverá um pai que possa querer que seu filho se torne condenável? Não pode. O que vemos, até nas famílias, são alguns filhos que se tornaram condenáveis, mesmo tendo eles um pai justo, que lhes mostra o bem que se deve fazer e o mal do qual se deve fugir. E ninguém que seja reto, acusa aquele pai de ter incitado o filho para o mal.
Deus é Pai, os homens são os filhos. Deus mostra o bem e diz: “Eis que eu te ponho nesta contingência para o teu bem”, ou também quando o Maligno e os homens seus servos procuram infelicidade para o homem, Deus diz: “Eis que nesta hora penosa tu ages assim, e, assim fazendo, este mal vai servir para um eterno bem.” Vos aconselha. Mas não vos força. E então se alguém, mesmo sabendo qual é a vontade de Deus, prefere fazer tudo ao contrário, pode-se dizer que esse oposto é que é a vontade de Deus? Não se pode.
Amai a vontade de Deus. Amai-a mais do que a vossa e segui-a contra as seduções e potências das forças do mundo, da carne e do demônio. Também essas coisas têm aas suas vontades. Mas em verdade Eu vos digo que é bem infeliz quem a elas se apega. Vós me chamais de Messias e Senhor. Vós dizeis que me amais e me cantais hosanas. Vós me seguis, e isso parece amor. Mas, em verdade, Eu vos digo que nem todos entre vós entrarão comigo no Reino dos Céus. Mesmo entre os meus mais antigos e próximos discípulos, haverá aqueles que ali não entrarão, porque muitos farão a sua vontade, e a vontade da carne, do mundo e do demônio, mas não a do meu Pai. Não quem me diz: “Senhor! Senhor!” entrará no Reino dos Céus, mas os que fazem a vontade de meu Pai. Somente esses entrarão no Reino de Deus.
Dia virá no qual Eu, que vos estou falando, depois de ter sido Pastor, serei Juiz. Que não vos iluda o aspecto atual. Agora meu cajado reúne as almas dispersas e é doce para vos convidar a vir ás pastagens da Verdade. Então o cajado será substituído pelo cetro do Juiz Rei, e bem outro vai ser o meu poder. Não com doçura, mas com uma justiça inexorável, é que Eu irei separar as ovelhas apascentadas pela Verdade das que misturaram a Verdade com o erro, ou nutriram-se somente com o erro. Uma primeira vez e depois ainda uma outra Eu farei isso. E ai daqueles, entre a primeira e a segunda aparição  diante do Luiz, não se tiverem purificado, pois não poderão mais purificar-se dos seus venenos. A terceira categoria não se purificará. Pena alguma conseguiria purificá-la. Ela quis somente o erro e que no erro fique.
E mesmo entre estes, ainda haverá quem gema dizendo: “Mas como Senhor? Nós não profetizamos em teu nome, em teu nome não expulsamos os demônios, em teu nome não fizemos muitos prodígios?” E Eu, naquele momento, com toda a clareza, lhes direi: “Sim, vós ousastes revestir-vos com o meu Nome a fim de parecerdes ser quem não éreis. Quisestes fazer passar o vosso satanismo, como se estivésseis vivendo vossa vida em Jesus. Mas os frutos de vossas obras vos acusa. Onde estão os que vós salvastes? As vossas profecias, onde foi que se cumpriram? Os vossos exorcismos, a que conclusão chegaram? Os vossos prodígios, que cúmplices tiveram? Oh! bem que tem poder o meu inimigo! Mas não é maior do que o meu. Ele vos ajudou, mas foi para fazerdes maior presa e, por vosso trabalho, o círculo dos pervertidos pela heresia cresceu muito. Sim, vós fizestes prodígios. E até aparentemente, maiores do que os dos verdadeiros servos de Deus, os quais não são estriões para fazerem as multidões ficarem embasbacadas, mas têm uma humildade e uma obediência que fizeram ficar maravilhados os anjos. Estes, os meus verdadeiros servos, com suas imolações, não criam fantasmas, mas os destroem nos corações, estes, os meus verdadeiros servos, não se impõem aos homens, mas mostram Deus às almas dos homens. Eles não fazem mais que a vontade do Pai, e levam os outros a cumpri-la, assim como a onda impele e atrai a onda que a precede e a que a segue, sem precisar colocar-se em um trono, para dizer a elas: “Prestai atenção!” Eles, os meus verdadeiros servos, fazem o que Eu digo, sem pensar senão em fazê-lo e as suas obras têm um sinal meu, uma paz inconfundível, de humildade e ordem. Por isso, Eu posso dizer-vos: estes são os meus servos, a vós, Eu não vos conheço. Ide-vos embora, para longe de Mim, vós todos praticantes de iniqüidades.
Isso será o que direi, então. E será esta uma palavra terrível! Tomai cuidado para que não a mereçais, e vinde pelo caminho seguro, ainda que difícil, da obediência, para alcançardes a glória do Reino dos Céus.
Agora, gozai do vosso repouso do sábado, louvando a Deus com todo o vosso ser. A paz esteja com todos vós.”

(O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta – Vol. 3 – pg 141 a 145)    

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