ENSINAMENTOS ETERNOS
Diz Jesus:
“Filhos, minhas
palavras estão chegando ao fim, como está chegando ao fim este dia que já
declina com o Sol para o lado do ocidente. Desta reunião no monte quero que vós
lembreis das palavras que aqui vos foram ditas. Esculpi-as em vossos corações.
Tornai a lê-las seguidamente. Que elas vos sirvam sempre de guia. E sobretudo
sede bons com quem é fraco. Não julgueis para não serdes julgados. Recordai-vos
de que poderia chegar o momento no qual Deus vos fizesse lembrar: “Assim tu
julgaste. Por isso sabias que isso era mal. Com conhecimento do que fazias,
cometeste o pecado. Cumpre agora a tua pena".
A caridade já é uma
absolvição. Tende a caridade em vós para com todos e sobre tudo. Se Deus vos dá
tantos auxílios para que vós conserveis retos, não vos enchais de orgulho por
isso. Mas procurai subir, porque é a escada da perfeição e estendei a mão aos
cansados, aos ignorantes, aos que são presas de súbitas desilusões. Por que
ficar observando com tanta atenção o cisco no olho do teu irmão, se não procura
tirar antes a trave que está no teu? Como podes dizer ao teu próximo: “Deixa
que eu tire do teu olho esse cisco”, enquanto a trave que está no teu te faz
cego? Não sejas hipócrita, filho: tira primeiro a trave que está no teu olho e,
depois, poderás tirar o cisco do olho do teu irmão, sem que o leses gravemente.
Assim como não deveis
cometer faltas de caridade, não tenhais também a imprudência. Eu vos disse: “Estendei
vossas mãos aos cansados, aos ignorantes, àqueles que são presas de imprevistas
desilusões.” Mas, se é caridade instruir os ignorantes, animar os cansados, dar
novas asas àqueles que, por muitas causas, as quebraram é imprudência revelar
as verdades eternas aos que estão infeccionados pelo satanismo, os quais se
apropriam delas para se fingirem de profetas, para se insinuarem entre os
simples, para corromper, falsificar e sujar sacrilegamente as coisas de Deus.
Respeito absoluto, saber falar e saber calar-se, saber refletir e saber agir,
aí estão as virtudes do verdadeiro discípulo para fazer prosélitos e servir a
Deus. Vós tendes uma razão e, se usais dela com justiça, Deus vos dará todas as
suas luzes, para guiar ainda melhor a vossa razão. Pensai que as verdades
eternas são semelhantes a pérolas, e nunca se viu jogar pérolas aos porcos, que
preferem as bolotas e a lavagem mal cheirosa ás pérolas preciosas, e até as
esmagariam sem dó com os seus pés, para depois, com a fúria de quem foi
ludibriado, virarem-se contra vós para despedaçar-vos. Não deis as coisas
santas aos cães. Isto serve para agora e para depois.
Muitas coisas Eu vos
disse, meus filhos. Escutai as minhas palavras, quem as escuta e as põe em
prática é comparável a um homem que refletiu, quando queria construir uma casa
e escolheu um lugar rochoso. Certamente ele se cansou para construir as bases.
Teve que trabalhar com picareta e buril, teve que calejar suas mãos e cansar os
seus rins. Mas depois ele pôde passar argamassa de cal nas fendas da rocha e ir
colocando os tijolos e fechando com eles as paredes, formando como que uma
fortaleza, e a casa foi crescendo tanto, sólida como um monte. Vieram as intempéries,
os aguaceiros. As chuvas fizeram transbordar os rios, assobiaram os ventos, as
ondas bateram na casa, mas ela resistiu a tudo. Assim é aquele que tem uma fé
bem fundada. Mas, ao contrário, quem ouve com superficialidade e não se esforça
para gravar em seu coração as minhas palavras, porque sabe que isso exige
trabalho, que é preciso passar pela dor, extirpar muitas coisas, esse tal é
semelhante a quem por preguiça e estultícia constrói sua casa sobre a areia.
Nem ainda bem chegou a tempestade, a casa rapidamente construída, rapidamente
cai, e o estulto fica olhando desolado para os escombros dela e para a ruína do
seu capital.
Mas aqui há mais do
que uma ruína, porque esta ainda pode ser reparada com despesas e trabalho.
Aqui, tendo vindo abaixo o edifício mal construído de um espírito, não se tem
mais nada para construí-lo de novo. Na outra vida não se edifica. Ai de quem lá
se apresentar com escombros!
Terminei. Agora, vou
descer para o lago e vos abençôo em nome de Deus Uno e Trino. A minha paz
esteja convosco.”
(O Evangelho como me
foi Revelado – Maria Valtorta- Vol. 3 – pg. 133,124,135)
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