“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

sábado, 27 de abril de 2019

NO GETSÊMANI COM OS APÓSTOLOS







NO GETSÊMANI COM OS APÓSTOLOS

O Evangelho como me foi revelado – Maria Valtorta – Vol. 9 – pg. 352 a 355

Já chegou a tarde, e Jesus ainda está no olival. E lá está com os seus apóstolos. E continua a falar.
“Mais um dia já passou. Agora vem a noite, e depois vem amanhã. Em seguida vem um outro amanhã, e depois a Ceia Pascal.”
“Onde a faremos, Senhor mau? Neste ano estarão também as mulheres?”, pergunta Filipe.
“Mas nós não tomamos nenhuma providência, e a cidade está cheia, além da medida. Parece que neste ano todos os de Israel, até o prosélito mais distante, acorrerão, a fim de participarem do rito”, diz Bartolomeu.
Jesus olha para ele e, como se estivesse recitado um salmo, diz: “Reuni-vos, apressai-vos, acorrei de todos os lugares para a minha vítima, que Eu imolo por vós, para a grande Vítima imolada sobre os montes de Israel, a fim de comerdes sua Carne e beberdes o seu Sangue.”
“Mas, qual é a vítima? Qual é? Tu ficas parecendo alguém que ficou tomado por uma ideia fixa. Tu só falas de morte... e nos fazes sofrer”, diz, com veemência Bartolomeu.
Jesus ainda fica olhando para ele, deixando de olhar para Simão, que está inclinado sobre Tiago de Alfeu e sobre Pedro, conversando com eles, e dizendo: “Como? Tu ainda me perguntas? Tu não és mais um daqueles pequeninos que, para serem ensinados, precisam receber a septiforme luz. Tu já está douto na Escritura, antes que Eu te chamasse, por meio de Filipe, naquela manhã de primavera. Da minha primavera. E tu ainda me perguntas qual é a vítima imolada sobre os montes, à qual virão todos para se alimentarem? E me chamas de louco, com uma ideia fixa, porque só falo de morte? Oh! Bartolomeu! Como o grito que dão as escoltas, aqui estou Eu na vossa escuridão, que nunca se abriu a luz, e lancei uma vez, duas vezes, três vezes o grito anunciador, mas vós nunca o quisestes entender. Vós o sofrestes por um momento, e depois... Como umas crianças, esquecestes logo as palavras sobre morte, voltastes festivos ao vosso trabalho, certos de vós mesmos, e cheios da esperança de que as minhas e as vossas palavras persuadissem sempre mais o mundo a seguir e amar seu Redentor.
Não! Só depois que esta terra tiver pecado contra Mim, e lembrai-vos que são palavras do Senhor ao seu Profeta, só depois é que o povo, e não somente este, sozinho, mas o grande povo de Adão, começará a gemer: “Vamos ao Senhor. Ele, que nos feriu, nos curará.” E dirá ao mundo dos redimidos: “Daqui a dois dias, isto é, daqui a dois tempos de eternidade, durante os quais nos terá deixado à mercê do inimigo que, com todas as armas nos terá espancado e matado, como nós espancamos o Santo e o matamos, - e o espancamos e matamos, porque sempre haverá Cains, que matarão, com a blasfêmia e as más obras, ao Filho de Deus, o Redentor, disparando flechas mortais, não sobre sua eterna e gloriosa Pessoa, mas sobre as almas deles por Ele resgatadas, matando-as, e matando-O por isso a Ele, através de suas almas – só depois desses tempos é que virá o terceiro dia, e ressuscitaremos em sua presença, já no Reino de Cristo sobre a Terra, e viveremos diante dele no triunfo do espírito. Nós o conheceremos, aprenderemos a conhecer o Senhor, para estarmos prontos a sustentar-me diante esse conhecimento verdadeiro de Deus, a última batalha em que Lúcifer desafiará o homem, antes que seja dado pelo Anjo o toque da sétima trompa, pela qual se entoará o coro bem-aventurado dos Santos de Deus, tendo eles atingido o número perfeito para sempre, nem o menor dos pequeninos, nem o mais velho dos anciãos poderá jamais aumentar o seu número: “Terminou pobre reino da Terra. O mundo passou, com todos os seus habitantes para a resenha do Juiz vitorioso. E os eleitos estão agora nas mãos do Senhor nosso e do seu Cristo, e Ele é o nosso Rei para sempre. Louvor ao Senhor Deus Onipotente, que era, que é e que será, porque Ele assumiu o seu grande poder, e entrou na posse do seu Reino.”
Oh! Quem de vós será capaz de lembrar-se das palavras desta profecia, que já ressoava nas palavras de Daniel, ainda com um som velado, mas que agora e como um toque, vibra intensamente como a trompa da voz do Sábio, diante de um mundo atônito e diante de vós, mais atônitos ainda do que o mundo? A vinda do Rei – o mundo continuará gemendo com suas feridas, e fechado no sepulcro, meio vivo e meio morto, fechado pelo seu vício septiforme e por suas infinitas heresias, o agonizante espírito de um mundo fechado, fazendo seus últimos esforços dentro do organismo, que morreu de lepra por causa de todos os seus erros – a vinda do Rei está preparada, como a da aurora, e virá a nós como as chuvas da primavera e do outono. A aurora é precedida e preparada pela noite. Esta é a noite. Esta de agora. E, que é que devo fazer-te Efraim? Que devo fazer-te, ó Judá?...
Simão, Bartolomeu, Judas e primos, vós, mais doutos quanto ao Livro, reconhecereis estas palavras? Não são de nenhum espírito louco, mas de alguém que possui a Sabedoria é que eles vêm. Como um rei que abre com segurança os seus cofres, porque ele sabe onde é que está a pedra preciosa que ele está procurando, pois ele a pôs lá dentro, assim é que Eu cito os profetas. Eu sou a palavra. Há séculos que Eu a falei através de lábios humanos. Mas Eu a falarei através de lábios humanos, durante séculos. Mas tudo o que foi dito de sobrenatural é palavra minha. Não poderia o homem, ainda que fosse o mais douto e santo, subir, como uma águia com alma, além dos limites deste mundo cego, para colher e dizer os mistérios eternos.
O futuro não está presente, a não ser na Mente Divina. A estultice está naqueles que, não soerguidos pela Nossa Vontade, pretendem fazer profecias e revelações. Deus logo os desmente e golpeia, porque só Um é que pode dizer: “Eu sou”, e dizer:”Eu vejo”, ou dizer: “Eu sei”. Mas, quando uma vontade que não se pode medir, que não se pode julgar, e que a aceita de cabeça inclinada de quem diz: “Eis-me aqui, sem discussão”, e diz também: “Vem, sobe, odeia, vê, repete”, então ela, mergulhada no eterno presente do seu Deus, a alma chamada pelo Senhor para ser “voz”, ela vê e treme, vê e chora, vê e jubila. Então, a alma chamada pelo Senhor para ser “palavra”, ouve, e chegando ao êxtase ou ao suor agônico, diz as tremendas palavras do Deus eterno. Porque cada palavra de Deus é tremenda, tendo provindo daquele, cujo veredicto é imutável, cuja justiça é inexorável, e, sendo voltado para os homens, entre os quais muitos são amor e bênção, e não serem fulminados e condenados. Pois bem. Estas palavras ditas e não consideradas bem, são a causa de tremendas culpas e de punição para aqueles que, tendo-as ouvido, as rejeitam. E assim é.
E que é que Eu ainda devia fazer-vos, ó Efraim, ó Judá, ó mundo, que Eu não a tenha feito? Eu vim por te amar. A minha terra, e a minha palavra foi para ti uma espada que te mata, porque tu te aborrece com ela? Oh! Mundo que matas o teu Salvador, pensando que está fazendo uma coisa justa, pois a tal ponto estás satanizado, que nem compreendes mais qual é o sacrifício que Deus exige, sacrifício do próprio pecado e não o de um animal imolado, e consumido com a alma suja! Ora, afinal, que foi que Eu te disse nestes três anos? Que foi que Eu preguei? Eu disse: “Procurai conhecer a Deus em suas leis e em sua natureza.” E Eu me esgotei, como um vaso de argila porosa, quando é colocado ao sol, ao espargir sobre vós o conhecimento vital da Lei e de Deus. E tu continuaste a oferecer holocaustos, mas sem primeiro fazer a única coisa necessária a imolação oferecida a Deus da tua má vontade!
Agora Deus eterno te diz, ó cidade do pecado, ó povo infiel! E, na hora do juízo, contra ti será usado o chicote, que não será usado em Roma e Atenas, que são uns obtusos, e não conhecem a palavra e a Sabedoria, mas que, como umas crianças mal cuidadas pela sua nutriz, e tendo ficado deixadas como uns animais em suas capacidades, passarem para os braços santos da minha Igreja, a minha única e sublime esposa, da qual me serão dados à luz inumeráveis filhos dignos de Cristo, tornar-se-ão adultas e capazes, e me darão palácios reais e milícias, templos e santos que povoarão o Céu como umas estrelas, e então, Deus eterno te diz: “ Não me agradas mais, e não aceitarei nenhuma oferta de suas mãos. Vossas ofertas serão semelhantes ao esterco, e Eu as recusarei, jogando-as para trás sobre vossas faces, e nelas elas ficarão grudadas. As vossas solenidades todas, todas são umas exterioridades, e me causam repugnância. Eu cancelo o pacto com a estirpe de Aarão, e o faço com os filhos de Levi. Aí está, este é o meu Levi, e com ele para sempre Eu fiz um pacto de vida e de paz, e ele me foi fiel nos séculos dos séculos, até ao sacrifício. Ele teve o santo temor do Pai, e tremeu pela sua irritação de ofendido, ao som do meu Nome ofendido. A Lei da verdade esteve sobre a sua boca, e sobre seus lábios não houve iniqüidade, ele caminhou comigo na paz e na equidade, e a muitos afastou do pecado. O tempo chegou no qual em todos os lugares, e não somente sobre o único altar de Sião, sendo vós indignos de oferecê-lo, será sacrificado e oferecida ao meu Nome a vítima pura, imaculada, aceitável ao Senhor.”
“Estais reconhecendo estas eternas palavras?”
“Nós as estamos reconhecendo, ó Senhor nosso. E, podes crer, ficamos abatidos, como quem tomou um solavanco. Mas, não é possível desviar o destino?”
“Chamas a isso destino, Bartolomeu?”
“Eu não saberia dar outro nome.”
“Reparação. Este é o nome. Não se ofende ao Senhor, sem que a ofensa seja reparada. E Deus Criador foi ofendido pelo primeiro que foi criado. E, desde então, a ofensa foi sempre aumentando. E não valeu a grande água do Dilúvio, nem o fogo que choveu sobre Sodoma e Gomorra, para tornar santo o homem. Nem a água nem o fogo. A Terra é uma Sodoma sem limites, onde passeia livre como um rei o Lúcifer. Que venha agora uma trindade para lavá-la: o fogo do Amor, a água da dor e o Sangue da Vítima. Aí está ó Terra, o meu dom. Eu vim para to dar. E agora, iria Eu fugir ao cumprimento? Já é a Páscoa. Não se pode fugir.”


O EVANGELHO COMO ME FOI REVELADO

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