“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

quinta-feira, 11 de abril de 2019

A TARDE NO GETSÊMANI






A TARDE NO GETSÊMANI OS APÓSTOLOS CHAMADOS À REALIDADE DEPOIS DA EBRIEDADE DO TRIUNFO

(O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta –Vol. 9- pg. 330 a 334)


Jesus Fala:

“Depois do triunfo desta manhã, bem diferente está o vosso espírito. Que é que Eu devo dizer? Quem é que ficou tranqüilizado? Segundo a humanidade, ficou tranqüilizado. Pois vós, quando estáveis entrando na cidade, estáveis tremendo por causa de minhas palavras. Parecia que cada um estava com medo, por si próprio, dos valentões que estão do outro lado dos muros, sempre prontos a assaltá-lo, ou fazê-lo prisioneiro.
Em cada homem há um outro homem, que se revela nas horas de perigo. Nele há também o herói que se revela nas horas de maior perigo, sai para fora daquele homem manso, que todos sempre olhavam e julgavam não valer nada, o herói que, na hora da luta, diz: “Eis-me aqui!”, e que diz ao inimigo, ao prepotente: “Vem cá! Vem medir-te comigo”. E aí está o santo que, enquanto todos fogem aterrorizados, diante da ferocidade dos que querem fazer vítimas, lhes diz: “Levai-me como refém e como vítima. Eu pagarei por todos.” E aí está o cínico que das infelicidades dos outros quer tirar um proveito para si próprio, e ainda se ri sobre os corpos mortos das vítimas. Aí está o traidor que tem uma coragem, que é própria dele: a de fazer o mal, o traidor, que é como um amálgama do cínico com o velhaco, pois este é também uma das categorias que gostam de se manifestar nas horas dolorosas. Porque cinicamente ele tira proveito de uma desventura e, velhacamente, passa para o partido mais forte, e ousa, contanto que daí leve vantagem, enfrentar o desprezo dos inimigos e as maldições dos abandonados. E, enfim, aí está e é o tipo mais comum, o do velhaco, que na hora séria, só é capaz de ficar se queixando por ter-se dado a conhecer, como sendo de um partido, ou seguidor de um homem, e que agora estão atingidos pela maldição, e tem que fugir... Esse velhaco não é tão delinqüente como o cínico, nem tão repugnante como o traidor. Mas ele mostra a imperfeição de sua natureza espiritual. Vós... sois esses tais. Não digais que não. Eu leio em vossas consciências.
Esta manhã, vós assim pensáveis, falando um com o outro: Que é que nos acontecerá? Teremos que ser levados para a morte nós também. E a parte mais baixa gemia: “E em muito alto grau.” Sim. Ter-vos-ei enganado alguma vez? Desde as minhas primeiras palavras, Eu vos falei de perseguição e morte. E, quando um de vós, por um excesso de admiração quis me ver, e quis apresentar-me como um rei desta terra, sempre pobre, mesmo sendo rei e restaurador do Reino de Israel, Eu logo corrigi aquele erro, e disse: “Eu sou rei do espírito.” Eu ofereço privações, sacrifício e dores. Não tenho outra coisa. Mas depois da minha e da vossa morte, na minha fé, Eu vos darei um Reino eterno: o Reino dos Céus. Será que o que Eu vos disse foi coisa diferente? Não. Vós dizeis que não.
E vós, então, me dizíeis também: “É só isso que queremos. Contigo, como Tu, por Ti queremos viver e ser tratados, e padecer. Pois, sim. Vós faláveis assim. E éreis bem sinceros. Mas era porque somente raciocináveis como crianças, como umas crianças distraídas. Pensáveis que para vós o seguir-me era fácil, e estáveis tão impregnados pela sensualidade, que nem podíeis admitir que fosse verdade aquilo que Eu dizia. Vós pensáveis assim: “Ele é o Filho de Deus. E diz isso para provar o nosso amor. Mas Ele não poderá ser atacado pelo homem. Ele, que opera milagres, fará mais um em seu favor!” E cada um acrescentava: “Eu não posso crer que Ele vai ser traído, preso e morto.” Tão forte era aquela vossa fé humana no meu poder, que chegáveis a não ter fé nas minhas palavras, a Fé verdadeira, espiritual, santa e santificante.
“Ele que faz milagres, irá fazer também um em favor de si próprio!” Era isso que dizíeis. Não um só, mas muitos desses milagres Eu ainda farei. Contudo, dois deles serão tais, como a mente humana nem pode pensar. Serão tais como somente os que acreditam no Senhor poderão admitir. Todos os outros, nos séculos dos séculos, dirão: “É impossível!” E, até depois da morte, Eu serei objeto de contradição para muitos.
Em uma amena manhã de primavera, Eu anunciei do alto de um monte as diversas bem-aventuranças. Há ainda mais uma: “Bem-aventurados aqueles que saberá crer, sem ver.” Eu já disse andando pela Palestina: “Felizes aqueles que ouvem a palavra de Deus, e a observam.” E ainda: “Felizes daqueles que fazem a vontade de Deus.”, e outra e mais outra Eu disse, porque na Casa de meu Pai numerosas são as alegrias que estão esperando os Santos. Mas também esta outra existe. Oh! Felizes daqueles que crerem sem terem visto com os olhos corporais. Muitos santos haverá que, estando na terra, já estarão vendo a Deus, o Deus escondido no Mistério de amor.
Mas vós, depois dos três anos que estais comigo, ainda não chegastes a ter essa fé. E só credes naquilo que vedes. Por isso, a partir desta manhã, depois do triunfo, dizei: “É aquilo que nós dizíamos: Ele triunfa. E nós com Ele.” E, como passarinhos que mudam as penas que foram arrancadas por algum malvado, vós vos pondes a voar, cheios de alegria, seguros, livres daquele aperto que minhas palavras vos haviam posto no coração. Ficareis mais aliviados, então, até no espírito? Não. E neste estais ainda menos aliviados. Porque estais ainda mais despreparados para a hora que está chegando. Vós bebestes os hosanas, como um vinho forte e agradável. E ficais ébrio com ele. Será que um ébrio pode ser um forte? Basta a mãozinha de um menino para fazê-lo cambalear e cair. Assim sois vós. E bastará a aparição dos valentões para fazer-vos fugir como umas tímidas gazelas, ao verem aparecer sobre uma das rochas do monte o focinho aguçado do chacal e, velozes como o vento, elas se dispersam pelas solidões do deserto.
Oh! Tomai cuidado para que não morrais de uma sede horrível sobre aquela areia ardente, que é o mundo sem Deus! Não digais, não digais, ó meus amigos, o que diz Isaías, aludindo a esse vosso estado de espírito falso e perigoso. Não digais: “Este homem só sabe falar de conjuras, mas não é preciso ter-se medo, não é preciso ficar-se espantado. Não devemos temer aquilo que Ele nos profetiza. Israel o ama. E isso nós o vimos. Quantas vezes o tenro pé nu de um pequenino pisa nas ervas floridas do prado, colhendo flores para levá-las à mamãe, e crê encontrar somente caules e flores e, a fim de as levar para a mamãe, quando está quase pondo o calcanhar sobre a cabeça de uma serpente, e leva uma mordida, e morre! As flores escondiam as serpentes. Também esta manhã... Até nesta manhã! Eu sou o Condenado coroado de rosas! Quanto duram as rosas? Que é que sobra depois que sua corola se despetalou? Somente os espinhos.
Isaías o disse – serei para vós, e a vós Eu digo que serei para o mundo santificação, mas também uma pedra de tropeço, pedra de escândalo, um laço e uma ruína para Israel e para a Terra. Santificarei aqueles que tiverem boa vontade e farei cair e ser reduzidos a pedaços aqueles que tiverem má vontade. Os Anjos não dizem palavras de mentira, nem palavras de pouca duração. Eles vêm de Deus, que é Verdade e é Eterno, e o que dizem é verdade e palavra imutável. Eles disseram: “Paz aos homens de boa vontade”, foi quando nascia, ó Terra, o teu Redentor. Mas, para se obter a paz que vem de Deus, isto é, a santificação e a glória, é preciso ter “Boa Vontade”. É inútil o meu nascimento, inútil a minha morte para aqueles que não têm essa boa-vontade. O meu vagido e o meu estertor, o meu primeiro passo e o último, a ferida da circuncisão e a da consumação terão sido em vão, se em vós, se nos homens não houver a boa vontade de se redimir e se santificarem. Eu vo-lo digo: muitíssimos tropeçarão em Mim, que estou posto como uma coluna de sustentação, e não como armadilha para o homem, e cairão porque estão ébrios de soberba, de luxúria, de avareza, e serão pegos na rede de seus pecados, e presos, e entregues a Satanás. Ponde estas palavras em vossos corações e selai-as para os futuros discípulos.
Vamos. A Pedra se levanta. Demos mais um passo para a frente. Para subirmos ao monte. Ele deve estar esplendente, lá no cume, porque ele é Sol, é Luz e é o Oriente. E o Sol já esplende sobre os cumes. Deve ser sobre o Monte, por que o Templo verdadeiro deve ser visto por todo o mundo. E por Mim mesmo. Eu o edifico com a Pedra viva da minha Carne imolada. Eu colo as partes dela com a cal feita de suor e sangue. E ficarei sobre o meu trono, coberto com uma púrpura viva, coroado com uma coroa nova, e aqueles que estão longe virão a Mim, trabalharão no meu Templo, ao redor dele. Eu sou a base e o cume. Mas ao redor se tornará sempre maior, e o tamanho da casa aumentará. Eu mesmo é que trabalharei as minhas pedras, e formarei os meus operários. Como Eu fui tratado pelo Pai e pelo homem e pelo ódio trabalhado a cinzel, assim Eu também os trabalharei. E, então, em um só dia terá sido tirada a iniqüidade da Terra e sobre a pedra do Sacerdote para sempre se voltarão os olhos, a fim de verem a Deus, e desembocarão as sete fontes, para vencerem o fogo de Satanás.
Satanás... Judas, vamos. E lembra-te de que o tempo urge, e que na noite de quinta feira deve ser entregue o Cordeiro.”

O EVANGELHO COMO ME FOI REVELADO – MARIA VALTORTA

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