“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

segunda-feira, 8 de abril de 2019

JESUS FALA AOS APÓSTOLOS SOBRE SUA PAIXÃO IMINENTE






JESUS FALA AOS APÓSTOLOS SOBRE SUA PAIXÃO IMINENTE


(O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta – Vol. 9- pgs. 310 à 315)


“Eu mandei para a frente as mulheres, pois Eu quero falar a vós sozinhos. Nos primeiros tempos em que Eu estava convosco, Eu vos disse: “Não perturbeis à Mãe, contando más ações feitas contra seu Filho.” Pareciam ações muito graves aquelas... Agora, vós três sois testemunhas das ações que foram o começo de uma série, com a qual será levado à morte o Filho do Homem, - tu, João, tu Simão e tu, Judas de Keriot – bem podeis estar vendo como as primeiras eram como uns grãos de areia que estavam caindo do alto, em comparação com a grande pedra, com as grandes pedras que agora já estão sendo usadas. Mas, naquele tempo, o que havia em vós, e, Mim e em minha Mãe era uma falta de preparação para conhecer a maldade humana. Tanto no bem, como no mal. É isto. O homem não chega a ser bom ou mau de repente. Mas sobe ou desce, pouco a pouco. O mesmo acontece com a dor. Agora vós que sois bons, crescestes no Bem, e podeis verificar, sem vos escandalizardes, como teria acontecido naquele tempo, e que ponto de perversidade pode descer o homem que se insataniza, e como Eu e minha Mãe o vemos e podemos suportar, sem com isso morrermos, apesar de toda dor que nos causa o homem. Temos agora a nossa alma robustecida. Todos nós. No Bem, no Mal ou na Dor. Contudo, ainda não chegamos ao cume... Ainda não chegamos ao cume... Oh! Se soubésseis qual é e como é alto o cume do Bem, o do Mal e o da Dor! Mas Eu vos repito as palavras daquele tempo. Não repitais para a Mãe o que o Filho do Homem está para dizer-vos. Ela sofrerá demais. Aquele que deve ser morto bebe a piedosa mistura que atordoa, a fim de poder esperar, sem ficar tremendo a cada instante, a hora do suplício. O vosso silêncio será como a bebida piedosa para Ela, a Mãe do Redentor! Agora Eu quero, a fim de que nada fique escuro para vós, explicar-vos o que significam as profecias. E vos peço que fiqueis comigo, pois Eu quero ficar convosco. Eu sinto necessidade de não ficar sozinho.”
...”Eu quero nesta hora, que ainda me é dada, aperfeiçoar o conhecimento de Cristo em vós. No começo, com o João, o Simão e o Judas, Eu fiz que se conhecesse a Verdade das profecias a respeito do meu nascimento. As profecias me anunciaram como melhor não o poderia pintar nem o mais exímio dos pintores, desde o meu alvorecer, até o fim dos meus dias. Pois o alvorecer, e o fim de cada dia são as duas fases às quais deram mais destaque os profetas. Agora o Cristo que desceu do Céu, o Justo que as nuvens deixaram chover sobre a terra, o Rebento sublime, está para ser morto. Está como um cedro a ser espedaçado pelo raio. Falemos agora de sua morte. Não fiqueis suspirando, nem balançando a cabeça. Não fiqueis murmurando em vosso coração, não maldigais os homens. Isso nada adianta.
Nós estamos subindo para Jerusalém. A Páscoa já está próxima. Este será para vós o primeiro dos meses do ano. Este será para o mundo o princípio de um novo tempo. Que não cessará nunca mais. Inutilmente, de vez em quando, o homem procurara inventar um tempo novo, tendo o nome de um ídolo deles. Serão fulminados e castigados. Não existe mais do que um Deus no Céu e um Messias sobre a terra: o Filho de Deus, Jesus de Nazaré. Ele, visto que de si Ele tudo dá, tudo pode querer, e põe o seu selo real, não sobre aquilo que é carne, mas sobre o que é tempo e espírito.
No décimo dia deste mês, cada um tome um cordeiro por família e por casa. E, se não bastar o número das pessoas da casa para consumar o cordeiro, que ele chame o vizinho com os seus, até o número que seja capaz de consumir todo o cordeiro. Porque o sacrifício e a vítima devem ser completas e consumados. Nem uma migalha deve sobrar deles. E não sobrará. São muitos demais aqueles que desejam alimentar-se com o cordeiro. É um número sem limites, para um banquete também ilimitado no tempo, e não é preciso fazer-se fogo para consumir os restos, porque restos não há. Aquelas partes que tiverem sido oferecidas, e forem rejeitadas pelo ódio, serão consumidas pelo próprio fogo da vítima, isto é, por seu amor.
Eu vos amo ó homens. E vós, meus doze amigos, que Eu mesmo escolhi, vós nos quais estão as doze tribos de Israel, e vós, as treze veias da Humanidade. Tudo Eu reuni em vós, e tudo em vós Eu vejo reunido... Tudo.”
“Mas nas veias do corpo de Adão está também a de Caim. Nenhum de nós levantou a mão contra seu companheiro. Abel, onde está então?, pergunta Iscariotes.
“Tu o disseste. Nas veias do corpo de Adão está também a de Caim. E o Abel sou Eu, o doce Abel, pastor de rebanhos, agradável ao Senhor, porque oferecia as suas primícias ao Senhor, o que era sem imperfeição, pois entre todas as ofertas, oferecia-se antes a si mesmo. Eu vos amo, ó homens. Ainda que não me ameis, Eu vos amo. O Amor é que aumenta e completa a obra dos sacrificadores.
Que o cordeiro seja sem mancha, macho e de um ano. Não há tempo para o Cordeiro de Deus. Ele existe. Igualmente no último dia. E existe igualmente no último dia, como existia no primeiro desta Terra. Aquele que é como o Pai, não conhece em sua natureza divina o que é o envelhecimento. E sua pessoa conhece apenas uma velhice, apenas um cansaço, e é para muitos a desilusão por terem vindo em vão.
Quando souberdes como Eu fui morto, e os outros que virem seu Senhor transformado em um leproso, coberto de chagas, agora estão brilhando com seu pranto ao meu lado, e já não vêem mais esta bela colina, porque o pranto os cega com sua líquida viseira, então dizeis: “Não é disso que Ele morreu, mas por ter sido desconhecido pelos seus mais queridos, e rejeitado por grande parte da humanidade.” Mas, se o Filho de Deus não tem tempo, e por isso Ele é diferente do cordeiro ritual, contudo nisso é igual a Ele, porque é sem mancha, é do sexo masculino e consagrado ao Senhor. Sim. Inutilmente é que os verdugos, isto é, aqueles que me matarão com suas armas, ou por sua vontade ou por traição, quererão se desculpar, dizendo: “Ele era culpado.” Ninguém se for sincero, poderá acusar-me de pecado. Será que vós o podeis?
Estamos na frente da morte. Eu já o estou. E há outros que também o estão. Quem são eles? Não queres saber quem são, Pedro? Todos. A morte vem chegando, pouco a pouco, e arrebata a quem menos a espera. Mas também aqueles que tem ainda muita vida pela frente, de uma hora para outra, estão diante da morte, pois o tempo é como um relâmpago, em comparação com a eternidade, e porque na hora da morte, até a mais longa das vidas se reduz a nada, e as ações dezenas e dezenas de anos que já ficaram para trás, desde aqueles da primeira idade, voltam agora, em grande número para dizerem: “Eis, ontem mesmo estava fazendo isso.” Ontem! Sempre se fala de ontem, quando a gente morre! E sempre é pó tanto a honra como o ouro, pelos quais tanto sofreu a criatura! E perde todo o sabor o fruto, atrás do qual corremos, como uns loucos. Ontem! É sempre ontem, quando se morre. A mulher? A bolsa? A ciência? Que foi que sobrou? Nada! Somente a consciência e o Juízo de Deus, para diante do qual vai a pobre consciência, desamparada pelas proteções humanas e pelas riquezas e carregada somente com as obras que houver praticado.
“Apanhem o seu sangue, e ponham parte dele sobre os umbrais e a arquitrave. E o Anjo, em sua passagem não ferirá as casas nas quais estiver o sinal do sangue. Apanhai o meu sangue. Ponde-o não sobre as pedras mortas, mas sobre o coração morto. É uma nova circuncisão. Eu não ofereço sacrifício com as partes inúteis, mas corto a minha magnífica, sadia e pura virilidade, e faço dela um completo sacrifício, e também dos membros mutilados, das veias abertas, e tomo o meu sangue, para traçar com ele sobre a humanidade anéis de salvação, anéis de eternos esponsais com Deus, que está nos Céus, com o Pai que me espera, e lhe digo: “Eis ai! Agora não podes mais rejeitá-los, porque rejeitarias o teu sangue.”
E Moisés disse: “...E depois mergulhai um pequeno maço de hissopo no sangue e aspergi com ele os umbrais.” Então, será que não basta o sangue? Não basta. Ao meu sangue deve se ajuntar o vosso arrependimento. Sem arrependimento, um arrependimento amargo, mas salutar, inutilmente Eu terei morrido por vós.
Esta é a primeira palavra que no livro fala do Cordeiro Redentor. Mas o Livro está espargido por ela. Assim como a cada novo surgir do Sol, mais perfeita se vai tornando a florescência destes ramos, assim, pouco a pouco, à medida que cada ano sucede aos que já passaram e se aproxima do tempo da Redenção, pode-se já ver como espessa já se vai tornando a florescência.
E Eu agora com Zacarias, vos digo a vós e para Jerusalém: “Eis que o Rei vem, cheio de mansidão, cavalgando uma jumenta acompanhada pelo jumentinho. Ele é pobre.” Mas Ele arruinará os poderosos que oprimem o homem. Ele é manso, e, no entanto, o seu braço levantado para abençoar, vencerá o demônio e a morte. Ele anunciará a paz, pois Ele é o Rei da Paz. “Ele quando estiver pregado, estenderá o seu domínio de um até o outro mar.” Ele não grita nem despedaça, não apaga a chama de quem tem mais fumaça do que luz, daquele que é mais fraqueza do que força, daquele que merece a verdade. “O teu Messias, ó cidade de Sião, o teu Messias, ó povo do Senhor, o teu Messias, ó povo da Terra.”
“Sem ficar triste, nem turbulento”, e vós estais vendo como em Mim não há aquela tristeza, cheia de desgostos, do vencido, nem aquela odiosa do perverso, mas somente a seriedade de quem está vendo até que ponto pode chegar o possuído por Satanás, que está no homem, e vedes como podendo Eu o fazer virar cinza, e isso, só com um ato de minha vontade, Eu, durante estes três anos vim estendendo as mãos, em um gesto de amor, a todos, sem parar, e agora estas minhas mãos terão que se estender para serem feridas! “Sem ser triste ou turbulento, Eu chegarei a estabelecer o meu Reino. É o Reino de Cristo, ao qual está a salvação do mundo.
Diz-me o Pai, o Senhor Eterno: “Eu te chamei, te tomei pela mão, fiz de Ti a Aliança entre os povos de Deus, e te fiz Luz das nações!” E Luz Eu tenho sido. Luz para abrir os olhos dos cegos, palavra para dar fala aos surdos, chave para abrir os cárceres subterrâneos daqueles que estavam nas trevas do erro.
E agora Eu que sou tudo isso, vou morrer. Entro na escuridão da morte. Da morte, entendeis?... As primeiras coisas anunciadas, eis que estão se cumprindo, digo Eu também com o Profeta. As outras, Eu vô-las darei, antes que o demônio nos separe.
Eis Sião, lá no fundo. Ide pegar a jumenta e o jumentinho. Dizei ao homem: “O Rabi Jesus precisa deles.” E dizei a minha Mãe que Eu estou chegando. Ela está sobre aquele outeiro, com as Marias. Está me esperando. É o meu triunfo humano... Que seja também o triunfo dela. Sempre unidos. Oh! Unidos!
E quem é que tem um coração de hiena, a qual, com um golpe de sua pata cheia de garras, arranca o coração do coração materno, isto é, a Mim, que sou seu Filho? Será um homem? Não. Todo homem nasce de uma mulher. E, por uma reflexão instintiva e moral, ele não pode tornar-se feroz para com uma mãe, porque pensa na sua. Portanto o homem não o é. Quem então será? Um demônio? Mas será que um demônio ofende a Vencedora? Para ofendê-la precisa tocar nela. Mas Satanás não suporta a Luz virginal da Rosa de Deus. E então? Quem vós direis que será? Não dizeis nada? Eu, na hora, o direi, o demônio mais astuto se encarnou no homem mais corrompido e, como o veneno contido nos dentes da áspide, fica fechado nele, que pode aproximar-se da Mulher, e assim, traiçoeiramente mordê-la.
Maldito seja o monstro híbrido que é Satanás, e que é o homem! Eu o amaldiçôo? Não. Esta palavra não fica para o Redentor. E, então, Eu digo à alma desse monstro hibrido, o que Eu disse em Jerusalém à monstruosa cidade de Deus e de Satanás: “Oh! Se nesta hora, que ainda te é dada, tu soubesses ver o teu Salvador!” Não há Amor maior do que o meu! E não há maior poder! Até o Pai consente que Eu lhe diga: “Eu quero”, nem Eu sei dizer palavras que não sejam de piedade para com aqueles que caíram e que me estendem seus braços, lá do seu abismo.
Ó alma do maior dos pecadores, o teu Salvador, perto já das soleiras da morte, se inclina sobre o teu abismo, e te convida a que lhe dês a mão. É verdade que não impedirás a minha morte... Mas tu... te salvarias, tu a quem Eu ainda amo, e a alma do teu amigo não tremeria de horror, ao pensar em morrer e com uma morte destas...”
Jesus se cala... Está oprimido...

O EVANGELHO COMO ME FOI REVELADO – MARIA VALTORTA

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