“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

quarta-feira, 13 de março de 2019

PARÁBOLA DO TECIDO RASGADO





PARÁBOLA DO TECIDO RASGADO
(O Evangelho como me foi revelado – Maria Valtorta – Vol. 9-pgs.112,113 e 114)



“Eu comparo a alma a um tecido. Quando ela é infundida no homem nova e sem rasgões, só tem a mancha original, mas não tem feridas em sua estrutura, nem outras manchas, nada de puído. Depois, com o tempo, e com a acolhida dada aos vícios, ela vai-se consumindo, até chegar ao ponto em que se rompe pelas imprudências, e se mancha, e pelas desordens fica ferida. E então, quando fica lacerada, não é preciso fazer-se para ela um remendo mal feito, que dá origem a mais numerosos rasgões, mas, sim, um remendo suficientemente longo, capaz de anular, quanto possível, a ruína que foi feita. E, se o tecido estiver rasgado demais, se estiver rasgado até o ponto de ter perdido um pedaço, não se deve com soberba pretender anular  por si mesmo a ruína, mas é preciso ir a Quem pode tornar novamente inteira a alma, porque tudo lhe foi concedido fazer, tudo Ele pode fazer. Eu falo de Deus, meu Pai, e do Salvador, que sou Eu. Mas o orgulho do homem é tal, que maior é a ruína de sua alma e ele procura remendá-la com remédios incompletos, que vão criando um mal-estar sempre maior.
Poder-me-íeis objetar que um rasgão sempre se verá. Até  a Salomé já o disse. Sim, ver-se-ão sempre as feridas que uma alma recebeu. Mas a alma luta em sua batalha, e, por isso, é muito possível que seja ferida. Pois muitos são os inimigos que ela tem ao redor de si. Mas ninguém, ao ver um homem coberto de cicatrizes, sinais de outras tantas gloriosas feridas recebidas na batalha para conseguir a vitória, pode dizer: “Este homem é imundo”, mas dirá: “Este homem é um herói. Aí estão os sinais purpúreos do seu valor.” Nunca se verá um soldado que evite os curativos de uma gloriosa ferida. Pelo contrário, ele vai ao médico, e lhe diz com um santo orgulho: “Eis-me aqui. Eu combati e venci. Não me poupei, como estás vendo. Agora, cura-me, á fim de que eu esteja pronto para outras batalhas e vitórias.” Mas, ao contrário, aquele que está todo chagado com doenças imundas, que lhe foram causadas pelos vícios infames, se envergonha de suas chagas, diante dos familiares e amigos, e até diante dos médicos, e ás vezes se torna tão desvairado, que as conserva escondidas, até que o seu fedor as revele. Mas nesse ponto já é muito tarde para buscar cura. Os humildes são sempre sinceros, e também são valorosos, pois não precisam envergonhar-se das feridas provenientes da luta. Os soberbos são sempre mentirosos e vis por seu orgulho, até morrerem, sem terem querido ir a quem pode curá-los e dizer-lhe: “Pai, eu pequei. Mas, se quiseres podes curar-me”. Muitas são as almas que pelo orgulho não querem confessar uma culpa inicial e chegam assim à morte. E, então, também para elas sua chegada já é tarde demais. Não refletem como a misericórdia divina é mais poderosa e ampla do que qualquer gangrena, por mais forte e ampla que ela seja e que tudo pode ser recuperado. Mas elas, as almas dos orgulhosos, quando caem em desespero, pois elas estão sem Deus, e dizem: “Já é tarde demais, e dão a si mesmos a última morte, a condenação."


(O Evangelho como me foi revelado – Maria Valtorta)

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