“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

terça-feira, 19 de março de 2019

MAIS UMA DAS MUITAS TENTATIVAS DE JESUS PARA REDIMIR JUDAS






MAIS UMA DAS MUITAS TENTATIVAS DE JESUS PARA REDIMIR JUDAS


O Evangelho como me foi revelado – Maria Valtorta – Vol. 9 – Pg. 183 a 187

...”Estás vendo Judas, como é fácil morrer. Estejamos sempre de atalaia, pois a morte está ao redor de nós. Estás vendo como o que parece de pouca importância, quando estamos cheios de vida, torna-se muito importante, gravemente importante, quando a morte se aproxima de nós. Mas, porque queres ter esses medos, e ficar criando-os para ficar com eles no momento de morrer, quando, com uma vida santa, se pode ignorar o que seria o espanto do próximo julgamento feito por Deus? Não te parece que é melhor para ti viver como os justos, para teres uma morte tranqüila? Judas, meu amigo. A divina e paterna misericórdia permitiu esse acontecimento, a fim de que ele fosse um alerta para o teu coração. Ainda estás em tempo, Judas... Por que não queres dar ao teu Mestre, que está para morrer, a grande alegria de saber que te voltaste para o bem?”
“Mas, me podes perdoar ainda, Jesus?”
“E Eu te falaria assim, se Eu não pudesse? Conheces-me ainda bem pouco! Mas Eu te conheço. Eu sei que tu estás como quem foi agarrado por um polvo gigante. Mas, se tu quisesses ainda poderias livrar-te dele! Oh! Sofrerias certamente. Tirar as correntes que te mordem e envenenam seria uma dor... Mas depois, quanta alegria, Judas! Tens medo de não teres força para reagir contra os que te sugestionam? Eu posso absorver-te antecipadamente do pecado de transgressão do rito pascal... Tu és um doente. Para os doentes a Páscoa não é obrigatória. Ora, ninguém há mais doente do que tu, acredita Judas, que o comparecimento diante do Senhor, com o espírito imundo, como o tens agora, não é honrar ao Senhor, mas ofendê-lo. É preciso primeiro...”
“Porque, então, não me purificas e curas?”...
“Eu não te curo! Quando alguém está doente, procura por si mesmo a cura. A não ser que ele seja um menininho, ou um doido, que não sabem querer...”
“Trata-me como um desses. Trata-me como um doido, e toma Tu as providências, ainda que eu não o esteja sabendo.”
“Isso não seria justo, porque tu podes querer. Tu sabes o que é bom e o que é mau para ti. E não valeria o meu ato de curar-te, sem a tua vontade de permanecer curado.”
“Então dá-me esta também.”
“Dá-la a ti? Impor a ti uma vontade boa? E a tua liberdade? Que é que ela se tornaria, então? Que é que ficaria valendo o teu eu de homem, como criatura livre? Seria um brinquedo?”
“Assim como sou brinquedo nas mãos de Satanás, poderia sê-lo nas mãos de Deus!”
“Como tu me feres, Judas! Como me transpassas o coração! Mas disso que me fazes Eu te perdôo... Brinquedo de Satanás, tu disseste. Eu não diria uma coisa tão horrível...”
“Mas pensavas nela, porque é verdadeira, e porque Tu a conheces, se é verdade que Tu lês nos corações dos homens. Se assim é, Tu sabes que eu não sou mais livre por mim mesmo... Ele me prende e ...”
“Não. Ele não se aproximou de ti tentando-te, experimentando-te, e tu o acolheste. Não existe possessão, se não houver no irmão alguma adesão a qualquer tentação de Satanás. A Serpente intromete a cabeça por entre as barreiras fincadas e colocadas em defesa dos corações, mas ela não entraria, se o homem não lhe alargasse uma passagem para ela ir admirar seu aspecto sedutor, e para ouvi-la e seguir seus passos. Se isto é que o homem é: um súcubo, um possesso, mas porque ele quer. Também Deus emite dos Céus suas dulcíssimas luzes, as do seu amor paterno, e suas luzes penetram em nós. Ou melhor, para quem tudo é possível, desce aos corações dos homens. É um seu direito. Por que é, então, que o homem, que sabe tornar-se escravo, súcubo do Horrendo, não sabe fazer-se servo de Deus, ou melhor, filho de Deus, e expulsa seu Pai Santíssimo? Não me respondes? Não me dizes porque foi que preferiste Satanás a Deus? Contudo ainda estarias sem tempo para te salvares! Tu sabes que Eu vou morrer. Ninguém, como tu, sabe disso... Eu não me recuso a morrer. Eu vou. Vou para a morte, porque a minha morte será a vida para muitos. Por que não queres tu ser um deles? Será que para ti, meu amigo, meu pobre e doente amigo, é que será inútil a minha norte?”
“Será inútil para muitos, não te iludas. Farias melhor, se fugisses e fosses viver longe daqui, gozar a vida, ensinar a tua doutrina, porque é boa, mas não te sacrificares.”
“Ensinar a minha doutrina! Mas que é que Eu ensinaria de mais verdadeiro, se Eu fizesse o contrário do que Eu ensino? Que Mestre Eu seria, se pregasse a obediência à vontade de Deus, e não a cumprisse, o amor aos homens, e depois não os amasse, a renúncia à carne e ao mundo e não dar escândalo, e depois escandalizasse, não somente os homens, mas até os anjos, e assim por diante? Por meio de ti foi o Satanás que falou neste momento. Como ele falou em Efraim, e como muitas vezes falou e agiu, por meio de ti, para me perturbar. Eu reconheço todas essas ações de Satanás, levadas a efeito por meio de ti, e Eu não te odiei, não fiquei cansado contigo, mas somente senti uma pena infinita. Como uma mãe que vigia os progressos de uma doença, que vai levando para a morte o seu filho, assim Eu vim observando o progresso que o mal vinha fazendo em ti. Como um pai que não toma como incômodo coisa alguma, contanto que encontre os remédios para o seu filho doente, assim Eu não me poupei a nada, a fim de procurar salvar-te; superei a repugnância, os desprezos, as amarguras, os desconfortos... Como um pai e uma mãe desolados, desiludidos com todos os recursos humanos, e que se voltam para o Céu para obterem a vida de seu filho, assim Eu tenho gemido, e gemo, implorando um milagre que te salve, estando tu já á beira do abismo, que já está tirando a terra debaixo dos teus pés, Judas, olha para Mim. Daqui a pouco o meu sangue será derramado pelos pecados dos homens. Dele não restará nem uma gota. Beberão dele as covas, as pedras, as ervas, as cordas, os espinhos de nabacá... e o beberão os espíritos que esperam a salvação... Será que só tu é que não queres beber? Eu, para ti somente daria todo o meu sangue. Tu és o meu amigo. E de boa vontade se morre pelo amigo! Para salvá-lo como dizem. Eu morro, mas Eu continuarei a viver no amigo, para salvá-lo. Dizem: “Eu morro. Mas Eu continuarei a viver no amigo, ao qual Eu dei a minha vida. Como uma mãe, como um pai, que continuam a viver em sua prole, mesmo depois de já terem morrido. Judas, Eu te suplico isto. Não peço outra coisa, nas vésperas de minha morte. Ao condenado também os juízes, e até os seus inimigos costumam conceder uma última graça, atendem ao último desejo dele. Eu te peço que não te condenes. Não o peço somente ao Céu, mas a ti, á tua vontade. Pensa em tua mãe, Judas. Que será de tua mãe, depois? Como ficará o nome de tua família? Eu pelo ao teu orgulho, pois ele é que está mais feroz do que nunca, e não quer defender-te para livrar-te da desonra. Não te desonres, Judas. Pensa. Passarão os anos e os séculos, cairão os reinos e os impérios, diminuirá o brilho das estrelas, mudará a configuração da terra, e tu serás sempre Judas, como Caim é sempre o Caim, se tu persistires no teu pecado. Os séculos chegarão ao fim, e só ficarão o Paraíso e o Inferno, e no Paraíso e no Inferno, para os homens que ressuscitaram julgados merecedores de ficar de alma e corpo para sempre, lá onde for justo que fiquem, tu estarás para sempre como Judas, o maldito, o maior dos culpados, se não te arrependeres. Eu descerei para livrar os espíritos do Limbo, e os tirarei em grande número do Purgatório, e tu... A ti, do lugar para onde tiveres ido não poderei tirar-te, Judas. Eu vou morrer, mas vou feliz, porque chegou a hora que Eu esperava, há muitos milênios, é a hora de reunir os homens com o Pai deles. Muitos serão os que Eu não reunirei. Mas o número dos salvos, que Eu contemplarei ao morrer, me consolará na mágoa de ter morrido inutilmente por tantos. Mas, Eu te digo, será horrível verte entre eles, a ti, meu apóstolo, meu amigo. Não me causes essa dor inumana... Eu te quero salvar, Judas. Salvar. Olha: nós estamos descendo para o rio. Amanhã ao alvorecer, quando todos estiverem dormindo, nós o atravessaremos, nós dois, e tu irás para Bozra, ou para Arbela, ou Aera, como quiseres. Tu conheces as casas dos discípulos. Em Bozra procura Joaquim e Maria, a leprosa que por Mim foi curada. Eu te darei um escrito para eles. Nele Eu direi que para tua saúde precisas de um repouso tranqüilo e de um ar puro. É verdade, infelizmente, porque tu estás doente no espírito, e o ar de Jerusalém te faria mal. Mas eles entenderão que tu estás doente de corpo. Ficarás lá, enquanto Eu não for buscar. Quanto aos teus pensamentos, Eu pensarei neles. Mas não vás a Jerusalém. Estás vendo? Eu não quis as mulheres, com exceção das mais fortes entre elas e as que, pelo seu direito de mães, devem estar perto de seus filhos.”
“A minha também?”
“Não. Ela não estará em Jerusalém.”
“Ela também é mãe de um apóstolo, e sempre te prestou honras.”
“Sim. Ela tem o direito, como as outras, de estar perto de Mim, que ela ama com uma perfeita justiça. Mas, justamente por isso, ela não estará lá. Porque Eu lhe disse que não estivesse, e ela sabe obedecer.”
“Por que é que ela não deve estar lá? Haverá alguma coisa nela que a torne diferente da mãe dos teus irmãos e da dos filhos de Zebedeu?”
“Tu sabes porque é que digo isso. Mas, se tu me dás ouvidos, se vais a Bozra, Eu mandarei avisar à tua mãe, e falarei a ela que vá contigo, para que ela, que é tão boa, te ajude a ficar são. Podes crer. Só nós é que amamos assim, sem medida. Três são os que te amam no Céu: O Pai, o Filho e o Espírito Santo, que olharam para ti e estão esperando o tua vontade para fazerem de ti a jóia preciosa da Redenção, a presa maior, arrebatada do abismo. E outros três na Terra: Eu, tua mãe e minha mãe. Faze-nos felizes, ó Judas. Nós do Céu, nós da Terra somos os que te amamos com verdadeiro amor.”
“Tu me dizes: só três são os que me amam. Os outros não.”
“Não como nós. Mas te amam muito. Eliza te defendeu. Os outros estavam preocupados contigo. Quando tu estás longe, todos te têm em seus corações e o teu nome nos lábios. Tu não conheces todo o amor que te rodeia. O teu opressor te esconde. Mas, crê em minha palavra.”
“Eu creio em Ti. E procurarei que fiques contente. Mas eu quero agir por mim mesmo. Eu errei. E agora devo saber curar-me do mal.”
“Unicamente Deus é que pode agir por si mesmo. Este teu pensamento é de soberba. Na soberba ainda está Satanás. Sê humilde, Judas. Aperta esta mão amiga, que se te oferece. Refugia-te neste coração que, para proteger-te, se abre. Aqui comigo, o Satanás não te poderá fazer mal.”
“Eu já experimentei estar contigo... Mas fui sempre descendo... É inútil!”
“Não digas isso! Não o digas! Repele esse desânimo. Deus tudo pode. Abraça-te com Deus. Judas! Judas!...”


O EVANGELHO COMO ME FOI REVELADO – MARIA VALTORTA

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