“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

COMPARAÇÃO ENTRE OS PECADORES CONVERTIDOS E OS QUE NÃO PECARAM





COMPARAÇÃO ENTRE OS PECADORES CONVERTIDOS E OS QUE NÃO PECARAM

...Depois, subindo para o alto da escadaria de uma casa, faz o seu gesto habitual de abrir os braços, gesto de que Ele faz uso antes de começar a falar, e para impor silêncio. E, tendo-o conseguido, recolhe as dobras do seu manto que, com aquele gesto abriu-se sobre o peito, conserva-o firme com a esquerda, enquanto abaixa a direita, como no gesto de quem faz um juramento, e diz:
“Escutai, ó cidadãos de Jericó, as parábolas do Senhor, e cada um depois as medite em seu coração, e delas tire, com que nutrir o seu espírito. E o podes fazer, porque não é de ontem, nem do mês passado, nem mesmo desde o outro inverno, que vós conheceis a palavra de Deus. Antes que Eu fosse Mestre, João, meu precursor, vos havia preparado para a minha vinda, e, depois que Eu vim, os meus discípulos araram sete e mais sete vezes este chão, para semear nele toda a semente que Eu lhes havia dado. Portanto, vós podeis compreender a palavra e a parábola.
A que compararei Eu aqueles que, depois de terem sido pecadores, se convertem? Eu os compararei a uns doentes, que ficam sãos. E a que compararei os outros, que publicamente não pecaram, ou então, raros como pérolas negras, nunca cometeram, nem mesmo ocultamente, culpas graves? Eu os compararei a pessoas sãs. O mundo é composto dessas duas categorias. Tanto em seu espírito, como na carne e no sangue. Mas, se iguais são as comparações, diferente é o modo que o mundo usa com os doentes curados, que estavam doentes em sua carne, do modo que ele usa para com os pecadores convertidos, isto é, com os doentes em seu espírito, e que voltam a ter saúde.
Nós vemos que, quando por exemplo, um leproso que é o doente mais perigoso, e o mais isolado por ser perigoso, obtém a graça da cura, depois de ter sido examinado pelo sacerdote e purificado, é readmitido no convívio das pessoas, até os da sua cidade se congratulam com ele, porque ficou são, porque ressuscitou para a vida, para a família, para os negócios. Grande festa se faz na família e na cidade, quando alguém que era leproso consegue obter graça e sarar! É uma competição o que se faz os parentes e os concidadãos, para levar-lhe isto ou aquilo, e procuram saber se ele está só ou sem casa, ou sem móveis, e lhe oferecem cama ou mobília, e todos dizem: “Ele é um predileto de Deus. O dedo de Deus o curou. Prestemos-lhe, pois, uma homenagem, honremos Aquele que o criou, e recriou.” É justo fazer assim. Mas quando, desventuradamente, alguém tem os primeiros sinais da lepra, com que amor angustiado os parentes e os amigos o acumulam de ternuras, enquanto ainda é possível fazê-lo, como que para dar-lhe tudo de uma vez, o tesouro dos afetos que lhe teriam dado durante muitos anos, para que ele o leve consigo, para o seu sepulcro de vivo.
Mas, por que então, não se faz assim com os outros doentes? Um homem começa a pecar, e seus familiares, e sobretudo os concidadãos, não o estarão vendo? Por que então, não procuram com amor, arrancá-lo do perigo do pecado? Uma mãe, um pai, uma esposa, uma irmã, ainda o fazem, mas é mais difícil que o façam os irmãos, e não digo que o façam os filhos do irmão do pai ou da mãe. Os concidadãos, afinal, só sabem criticar, escarnecer, xingar, ficar escandalizados, exagerar os pecados do pecador, mostrá-lo com o dedo, conservá-lo afastado como um leproso aqueles que são mais justos, ou, então tornaram-se seus cúmplices, para gozarem ás costas dele aqueles que não são justos. Mas não há, a não ser raramente nem uma boca, e muito menos um coração que vá ao infeliz com piedade e firmeza, com paciência e amor sobrenatural, e se empenhe em frear a queda dele no pecado. E como? Por acaso não é mais grave, verdadeiramente grave e mortal, a doença do espírito? Não nos prima ela, e para sempre, o Reino de Deus? A primeira das caridades para com Deus e para com o próximo não deve ser este trabalho de curar um pecador para o bem de sua alma e para a Glória de Deus?
E, quando um pecador se converte, para que aquela obstinação de julgá-lo, aquele quase amargurar-se por ter ele voltado á saúde espiritual? Será porque vedes desmentidos os vossos prognósticos certos de condenação de um vosso concidadão? Mas vós deveríeis sentir-vos felizes com isso, porque quem está desmentindo é o Deus misericordioso, que vos dá a medida de sua bondade, para dar-vos coragem em vossas culpas mais ou menos graves. E, por que ficar persistindo em querer ver que está sujo, desprezível, digno de ficar em isolamento, aquilo que Deus e a boa vontade de um coração fazem puro, admirável, digno de estima dos irmãos, antes de sua admiração? Bem que vos rejubilais se um boi vosso, um asno ou camelo, ou uma ovelha da grei, ou o pombo preferido se curam de uma doença. Bem que vos alegrais, se um estranho, de cujo nome mal vos lembrais, porque os ouvistes falar no tempo em que ele ficou isolado como leproso, mas tendo saído do isolamento curado. E, por que então não vos alegrais com essas curas do espírito, com essas vitórias de Deus? O Céu se alegra, quando um pecador se converte. O Céu: Deus, os Anjos puríssimos, aqueles que não sabem o que é pecar. E vós, vós homens, quereis ser mais intransigentes do que Deus?
Tornai, tornai justo o vosso coração, e reconhecei o Senhor, não somente como estando presente por entre as nuvens de incensos e os cânticos do Templo, no lugar onde somente a Santidade do Senhor, no Sumo Sacerdote, é que deve entrar, e deveria ser santo, como o seu nome o indica. Mas também no prodígio desses espíritos ressuscitados, desses altares reconsagrados, sobre os quais o amor de Deus desce com os seus fogos, para acender o fogo do sacrifício.
... E, se de um pecador que, há tempo, vos fez ver um espetáculo escandaloso, recebeis agora espetáculos edificantes, não queirais zombar dele, mas imitá-lo, porque nunca ninguém foi tão perfeito, que fosse impossível a um outro poder ensiná-lo. E o Bem é sempre uma lição que se acolhe, mesmo quando aquele que o está praticando, em tempos passados era objeto de reprovação. Imitai e ajudai. Porque assim fazendo dais glória ao Senhor, e demonstrareis que entendestes o seu Verbo. Não queirais ser como aqueles que em vossos corações vós criticais, porque as ações deles não correspondem ás suas palavras. Mas fazei que toda vossa boa ação seja o coroamento de toda vossa boa palavra. E, então verdadeiramente sereis olhados e ouvidos benevolamente pelo Eterno.”

(O Evangelho como me foi Revelado, Vol. 8, pgs. 131,132,133-Maria Valtorta)

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