“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

JESUS EXPLICA SEU JULGAMENTO DA MULHER ADÚLTERA


JESUS EXPLICA SEU JULGAMENTO DA MULHER ADÚLTERA

Diz Jesus:

“O que me estava ferindo era a falta de caridade e de sinceridade dos acusadores. Não é que eles estivessem mentindo em suas acusações. A mulher era realmente culpada. Mas eles não eram sinceros, fazendo-se de escandalizados por uma coisa por eles cometida milhares de vezes, e que somente com grande astúcia, e grande sorte, haviam conseguido que permanecesse oculta. A mulher, em seu primeiro pecado, tinha sido menos astuta e de menos sorte. Mas nenhum de seus acusadores, porque as mulheres, ainda que não levantassem a voz para acusá-la, no fundo de seus corações a acusavam, nenhum deles e delas estava livre de culpa.
Adúltero é quem vai além do ato, e deseja o ato com todas as suas forças. A luxúria existe, tanto em quem peca, como em quem deseja pecar. Não basta deixar de fazer o mal. É necessário também não desejar fazê-lo. Lembra-te, Maria, da primeira palavra do teu Mestre, quando te chamei da beira do precipício onde estavas: “O mal, não basta deixar de fazê-lo, é necessário também não desejar fazê-lo.” Quem acaricia pensamentos de sensualidade, e os excita por meio de leituras e espetáculos, procurados propositalmente, e com hábitos mal, são provocados os desejos da sensualidade, é tão impuro como quem materialmente comete a culpa. Eu ouso dizer: é ainda mais culpado. Porque vai com o pensamento contra a natureza. O único atenuante desse homem é alguma doença orgânica ou psíquica. Quem não tem tal atenuante, está dez graus abaixo do animal mais imundo.
Para condenar com justiça, seria necessário que estivessem imunes de culpa. Eu vos remeto a ditados passados, quando falo das condições essenciais para ser Juiz. A Mim não eram desconhecidos os corações daqueles fariseus e daqueles escribas, nem daqueles dos que se haviam unido a eles para investirem contra a culpada. Pecadores contra Deus e contra o próximo, estavam com suas culpas, contra o próximo e sobretudo as culpas numerosas contra as suas próprias mulheres. Se, por um milagre, Eu tivesse mandado ao sangue deles que escrevesse o pecado sobre suas frontes, entre as muitas acusações, teria o primeiro lugar a de adúlteros de fato, ou por desejo.
Eu já o disse: “O que vem do coração é o que contamina o homem.” E, exceto o meu coração, não havia nenhum outro entre os juízes que tivesse o coração não contaminado. Sem sinceridade e sem caridade. Nem mesmo o fato de serem semelhantes a ela na fome da concupiscência os levava a ter caridade. Eu é que tinha caridade para com a aviltada. E Eu era o único que teria devido ter repugnância por ela. Mas, recordai-vos disto: “Que quanto mais alguém é bom, mais é compassivo para com os culpados.” Ele não perdoa a culpa em si mesma. Isto não. Mas se compadece dos fracos que, diante da culpa não souberam resistir.
O homem! Oh! Mais frágil do que um caniço ou um leve convólvulo, o fácil de ser vencido pela tentação, e inclinado a se agarrar ao que ele espera que lhe traga algum conforto. Porque muitas vezes a culpa vem, especialmente no sexo mais fraco, é por causa desta procura de conforto. Por isso, Eu vos digo que quem falta ao afeto para com a mulher, e tem para com sua própria filha, é noventa por cento responsável pela culpa de sua mulher ou de sua filha, e nisso ele terá que responder por elas. Tanto o afeto estulto, que é apenas uma estúpida escravidão de um homem e uma mulher, ou de um pai a uma filha, como também uma falta de cuidado nos afetos, ou pior, uma culpa de sua própria sensualidade, que leva um marido a outros amores, ou os pais a outros cuidados, que não sejam os com as filhas, são estímulos para o adultério e a prostituição e, como tais, são por Mim condenados.
Sois seres dotados de razão, guiados por uma Lei divina e por uma Lei moral. Aviltar-se por isso é ter uma conduta de selvagens ou de animais, isso deveria causar horror a vossa grande soberba. Mas a soberba que, neste caso até que seria útil, vós a tendes para coisas muito diferentes.
Eu olhei para Pedro e João de maneira deferente, porque ao primeiro, um homem, eu quis dizer: “Pedro, não faltes tu também, com a caridade e a sinceridade”, e dizer-lhe ainda, como a meu futuro Pontífice: “Lembra-te desta hora, e julga como o teu Mestre, no futuro.” E ao segundo, um jovem com alma de criança, Eu quis dizer: “Tu podes julgar e não julgas, porque tens o mesmo coração que Eu.”
Eu havia afastado os dois, antes de chamar a mulher, para não aumentar a humilhação dela com a presença de duas testemunhas. Aprendei, ó homens sem piedade. Por mais que alguém seja culpado, seja sempre tratado com respeito e caridade. Não te alegres com o seu aniquilamento, não te irrites contra ele nem com olhares curiosos. Piedade, tende piedade de quem cai!
À culpada Eu mostro o caminho que deve seguir para redimir-se e voltar para sua casa, humildemente pedir perdão, e consegui-lo com uma vida honesta. Não ceder à carne. Não abusar da bondade divina nem da bondade humana para não ter que descontar mais duramente do que agora uma dupla ou múltipla culpa. Deus perdoa, a perdoa porque é Bondade, Mas o homem por mais que Eu tenha dito: “Perdoa ao irmão setenta vezes sete vezes”, não sabe perdoar nem duas vezes.
Eu não dei a ela paz e benção, porque não havia nela aquele completo rompimento com o pecado, que é requerido para sermos perdoados. Em sua carne, e, infelizmente em seu coração não havia ainda nela a repugnância pelo pecado. Maria de Magdala, ao perceber o sabor o meu Verbo, passou a sentir desgosto pelo pecado, e veio a Mim com uma vontade total de ser outra. Nesta mulher havia ainda uma hesitação se devia atender ás vozes da carne ou as do espírito.
Nem ela, nem a perturbação daquela hora, nada tinha podido ainda mover o machado contra o tronco da árvore, e cortá-lo, para assim poder ela ir, sem aquele peso tão indesejado, para o Reino de Deus. Estaria mutilada nas coisas que causavam sua ruína, mas restabelecida, a caminho das coisas que levam à salvação.
Queres saber se depois se salvou? Nem para todos fui Salvador. Para todos quis ser, mas não o fui porque nem todos tiveram vontade de ser salvos. E isto foi uma das mais penetrantes dores de minha agonia no Getsêmani.
Vai em paz, Maria de Maria, e não queiras mais pecar, nem mesmo por inépcia. Sob o manto de Maria, só há coisas puras. Lembra-te disso.


(de Jesus à Valtorta – O Evangelho como me foi Revelado, Vol. 7, pg.464 a 466)

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