“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

quinta-feira, 27 de julho de 2017

JESUS FALA DE SUA IMINENTE PAIXÃO


TERCEIRO ANO DA VIDA PÚBLICA DE JESUS

JESUS FALA DE SUA IMINENTE PAIXÃO


“Escuta, Porfíria. Tu és uma boa mulher e uma boa discípula. Eu gostei muito de ti, desde que te fiquei conhecendo, e com muita alegria te escolhi como discípula, e te confiei o menino. Sei que tu és prudente e virtuosa como poucas. E sei que sabes calar-te. É esta uma virtude raríssima nas mulheres. Por todas estas coisas é que Eu vim falar-te em segredo, e contar-te uma coisa que ninguém sabe, nem mesmo os Apóstolos, nem Simão. Eu te conto, porque Eu preciso dizer-te como é que deves proceder para o futuro com Marziam... e com todos... Eu tenho certeza que tu irás contentar o teu Mestre no que te vou pedir, e que serás prudente como sempre...”
Porfíria que ficou vermelha como uma púrpura, ao ouvir o elogio do seu Senhor, só fica fazendo sinal de que sim, com a cabeça, muito comovida, ela que é tão tímida e habituada a ser sempre pressionada pela vontade de prepotentes, que lhe impõem suas vontades, sem saberem se ela está disposta a consentir, está por demais comovida para ser capaz de responder, com palavras, que consente.
“Porfíria... Eu não voltarei nunca mais a estes lugares. Nunca mais, até que tudo se tenha cumprido... Tu sabes, não é verdade, o que é que Eu devo cumprir?”
Porfíria, a estas palavras, deixou cair os seus cabelos, que ela ainda estava segurando recolhidos sobre a nuca com a mão esquerda, e mais do que um grito, um soluço a sufoca, e a faz levar as duas mãos ao rosto, enquanto ela cai de joelhos, gemendo. “Eu já sei, Senhor meu Deus...”, e chora com um pranto silencioso, que só se nota pelas lágrimas, que vão pingando no chão, passando pelos dedos que ela tem apertados sobre o rosto.
“Não chores, Porfíria. Para isto é que Eu vim. Eu estou pronto... e prontos estão àqueles que, a serviço do Mal, estão servindo ao Bem, na verdade, porque farão chegar a hora da Redenção. Poderia cumprir-se até agora, porque tanto Eu como eles estamos preparados... e qualquer outra coisa que aconteça ou evento que sobrevier, não serão nada mais do que... um aperfeiçoamento para o delito deles... e para o meu Sacrifício. Mas também estas horas, que ainda são muitas que virão antes daquela hora, servirão... Há ainda alguma coisa para cumprir-se e a dizer-se, a fim de que tudo o que estava para cumprir-se, segundo o meu conhecimento, seja feito... Mas Eu não voltarei mais aqui... Olho pela última vez para este lugar... e entro pela última vez nesta casa honesta... Não chores... Eu não quis ir-me embora, sem dar-te o adeus e a bênção do Teu Mestre. Eu levarei comigo Marziam. Levá-lo-ei comigo, indo para os confins da Fenícia, e depois, quando subir para a Judéia, para a Festa dos Tabernáculos. Não me faltarão meios para mandá-lo de volta, antes do inverno rigoroso. Pobre rapaz! Alegrar-se-á comigo por algum tempo. E depois... Porfíria, não é bom que Marziam esteja presente na minha hora. Por isso, tu não o deixarás partir para a Páscoa... e”
“E o preceito, Senhor?”
“Eu o desobrigo do preceito. Eu sou o Mestre, Porfíria, e sou Deus, como tu sabes. Como Deus, Eu o posso desobrigar, antecipadamente, por uma omissão assim, que nem chega a ser omissão, porque Eu ordeno por motivo justo. A Obediência a uma minha ordem já é uma licença de deixar de cumprir o preceito, porque a obediência a Deus – e esta é até um sacrifício para Marziam--, é sempre superior a qualquer outra coisa. Eu sou o Mestre. Não é bom Mestre quem não sabe meditar sobre consequências, que um esforço superior àquele que o discípulo agüenta a suportar, pode produzir nele. Também, ao querer impor as virtudes, é necessário ser prudentes, e não ficar pretendendo logo o máximo que a formação espiritual ou as forças gerais não lhe permitam fazer. Exigindo-se uma virtude ou um domínio espiritual forte demais, e até das físicas, atingidas já pela criatura humana, pode acontecer que surja uma dispersão das forças já acumuladas e uma fragmentação do indivíduo nos seus três graus : o espiritual, o moral e o físico. Marziam, pobre menino, já sofreu demais e conheceu demais a brutalidade dos seus semelhantes, até o ponto de quase odiá-los. Ele não poderia suportar o que vai ser a minha Paixão, um mar de amor doloroso, no qual Eu lavarei os pecado do mundo e um mar de ódio satânico, que procurará submergir a todos os que Eu amei, e até os mais fortes se dobrarão sob a maré de Satanás, pelo menos por um breve tempo... Mas Eu não quero que Marziam se dobre e beba daquela onda de desolação. Ele é um inocente... e me é muito querido. Eu tenho piedade, muita piedade de quem já sofreu mais do que as suas próprias forças agüentavam. Eu chamei de novo, mas outro mundo, o espírito de João de Endor...”
“Morreu João? Oh! Marziam havia escrito muitos rolos para ele... Vai ser uma nova tristeza para o rapaz...”
“Eu lhe falarei da morte de João... Eu dizia que o tirei desta vida justamente para preservá-lo do abalo emocional daquela hora, o próprio João já havia sofrido muito da parte dos homens. Por que despertar sentimentos que estavam adormecidos? Deus é bom. Ele prova os seus filhos. Mas Ele não é um experimentador descuidado... Oh! Se os homens soubessem fazer assim! Como seria menor o número das ruínas dos corações, como também simplesmente, quanto menor seria o número de perigosas borrascas nos corações... “


(de Jesus à Valtorta – O Evangelho como me foi Revelado, Vol. 7. Pg. 263, 264, 265)

Sem comentários:

Enviar um comentário