TERCEIRO
ANO DA VIDA PÚBLICA DE JESUS
A BEM AVENTURADA ESPOSA DO AMOR ETERNO
“Deus te
abençoe meu Filho, neste dia.”
“Deus
esteja contigo, minha Mãe. Foi difícil a noite para ti?”
“De
fato. Mas também muito feliz. Parecia-me ter-te em meus braços, quando eras
pequeno. E eu sonhei que algo como um nó de ouro saísse de sua boca, produzindo
um som de uma doçura indizível, e que uma voz me estivesse dizendo. Oh! Mas que
voz: “Esta é a Palavra que enriquece o mundo e que dá felicidade a quem a ouve
e lhe obedece. Ela não tem limite em seu poder, nem no tempo, nem no espaço.
Ela salvará.” Oh! Meu Filho! E és Tu, o meu Filho, esta Palavra! Que farei para
viver tanto e para fazer tanto, quanto é necessário para poder agradecer ao
Eterno por me ter feito tua Mãe?”
“Não
fiques pensando nisso, minha Mãe. Cada batida do teu coração já é um
agradecimento a Deus. Tu és o louvor vivo a Deus, e sempre o serás, minha Mãe.
Tu lhe agradeces desde que existes.”
“Não me
parece que estou fazendo isso o tanto que é necessário, Jesus. É uma coisa tão
grande, a que Deus me fez! Afinal que eu estou fazendo a mais do que o fazem
todas essas boas mulheres que, como eu, são tuas discípulas? Dize-lhe isto, meu
Filho, dize ao nosso Pai que me dê um modo de agradecer-lhe, como o dom
recebido por mim o merece.”
“Minha Mãe!
E achas que o Pai tenha necessidade que Eu lhe faça essa pergunta por ti? Ele
já preparou o sacrifício que tu lhe deverás oferecer, para este louvor
perfeito. E perfeita o serás, quando o tiveres oferecido.”
“Meu
Jesus!... Eu compreendo o que queres dizer... Mas, serei eu capaz de pensar
naquela hora? A tua pobre Mãe...”
“És a bem-aventurada Esposa do Amor Eterno!
Minha Mãe, tu és isto. E o Amor pensará em ti.”
“Tu o
estás dizendo, meu filho, e vou descansar sobre a tua Palavra... Mas Tu... reza
por mim, naquela hora, que nenhum desses entende, e que já está para chegar...
Não é verdade? Pois não é verdade mesmo?”
Dizer
qual a expressão do rosto de Maria, durante este diálogo, é impossível. Não há
escritor que possa traduzi-la em palavras, sem deixar de alterá-la com
afetações, ou tintas imprecisas. Somente quem tem coração, e um coração bom,
mesmo sendo um coração viril, é que pode dar ao rosto de Maria, com o poder de
sua mente, a expressão que ela tem neste momento.
Jesus olha
para ela. E essa é outra impressão intraduzível em nossas pobres palavras. E
lhe responde: “E tu, reza por Mim, na hora de minha morte. Sim. Nenhum desses
entende... Mas é culpa deles. É Satanás que cria as fumaças, para que eles não
vejam, e fiquem como uns ébrios, sem entenderem, e por isso, não estão
preparados... e mais fáceis de ser derrubados. Mas Eu e tu os salvaremos das insídias de Satanás. Desde agora, Eu os
confio a ti, minha Mãe. Lembra-te destas minhas palavras. Eu tos confio. Dou-te
a minha herança. Sê para eles a Nutriz. Há pouco Eu estava pensando em
quantos, através dos séculos, irá tornar a viver o homem de Keriot (Judas
Iscariodes), com todas as suas taras. Estava pensando que alguém, que não fosse
Jesus, haveria de repelir este ser tarado. Mas Eu não o repelirei. Eu sou
Jesus. Tu, durante o tempo em que ainda
ficares na terra, como segunda depois de Pedro, na hierarquia eclesiástica, ele
como cabeça e tu como fiel, a primeira de todos como mãe da Igreja, tendo dado
à luz a Mim, que sou Cabeça deste Corpo Místico, tu não repelirás os muitos
Judas, mas socorre e ensina a Pedro, aos irmãos, a João, a Tiago, a Simão, a
Felipe, a Bartolomeu, a André, a Tomé e a Mateus a não repelir, e a socorrer.
Defende-me em meus seguidores, e defende-me contra aqueles que quererão
dispersar e desmembrar a Igreja nascente. E, através dos séculos, sê tu sempre
a que intercede e protege a que defende e ajuda a minha Igreja, os meus
sacerdotes, os meus fiéis do Mal e do Castigo, e também deles mesmos.
Quantos Judas, ó Mãe, através dos séculos! E quantos, como uns deficientes que
não sabem entender, ou uns cegos e surdos, que não sabem ver ou ouvir, ou
estropiados e paralíticos, que não sabem vir. Mãe, todos sob o teu manto! Somente tu podes e poderás mudar os
decretos de castigos do Eterno para um ou para muitos. Porque a Trindade nunca
poderá negar nada à sua flor.”
“Assim
farei meu Filho. No que depende de mim, vai em paz, rumo à tua meta. A tua Mãe
está aqui para te defender em tua Igreja sempre.”
“Deus te
abençoe, minha Mãe. Vem! Eu colherei para ti cálices de flores cheios de orvalho
perfumado, e com ele refrescarás o teu rosto, como Eu fiz. Preparou-os para nós
o nosso Pai Santíssimo, e os passarinhos nos mostraram. Olha como tudo serve na
ordenada criação de Deus!Esta esplanada que está a boa altura, e perto do lago,
tão fértil por causa das névoas, que sobem do Mar da Galiléia, e por causa das
altas árvores, que atraem as orvalhadas, oferecem condições para este vicejar
de ervas e de flores, até mesmo no mais forte calor de verão. Estas chuvas abundantes
de orvalho servem para encher estes cálices, a fim de que seus filhos possam
lavar seus rostos. Vede quantas coisas o Pai pôs à disposição dos que o amam.
Toma. Água de Deus, servida em cálices
de Deus, para que se refresque a Eva do novo Paraíso.
(de
Jesus à Valtorta – O Evangelho como me foi Revelado, Vol. 7, pg. 160 a162)
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