A VIDENTE SABÉIA
“Ó
Jordão, rio sagrado de nossos pais, que tens a onda azul e encrespada, como um
bisso precioso, e por ela refletes as claras estrelas e a cândida lua, e
acaricias os salgueiros de tuas margens, que és um rio de paz e, contudo
conheces tantas dores. Ó Jordão, que nas horas de tempestade, sobre as ondas
inchadas e agitadas, transportas as areias de milhares de torrentes com as suas
rapinas, e às vezes até troncos de tenros arbustos, sobre os quais está um
ninho, e sem teres dó do casal de passarinhos, que o vão acompanhando, piando
de dor, vendo o seu ninho destruído pela tua rapina. Assim verás, ó Sagrado
Jordão, atingido pela ira divina, arrancado das casas e do altar, e indo para a
ruína para perecer na maior das mortes, o povo que não quis o Messias.
Salva-te
meu povo! Crê no teu Senhor! Segue o teu Messias! Reconhece-o pelo que Ele é.
Não é rei de povos e milícias. É Rei das almas, das tuas almas e de todas as
almas Ele é. Desceu para recolher as almas justas, e subirá de novo para
conduzi-las ao Reino eterno. Ó vós, que estais preocupados com o futuro da
Pátria, uni-vos ao Salvador. Que não morra completamente a semente de Abraão!
Fugi
dos falsos profetas, das bocas mentirosas, dos corações rapinantes que querem
arrancar-vos dos braços da Salvação. Sai das trevas que vêm crescendo ao redor
de vós. Escutai a voz de Deus. No decreto de Deus, os grandes que vós hoje
temeis, já são pó. Mas um só é o Vivente. Os lugares nos quais eles reinam, e
dos quais eles vos oprimem, já são ruínas. Um só é o que dura, Jerusalém! Onde
estão os orgulhosos filhos de Sião, de que te gabas? Onde estão os rabis e
sacerdotes, com os quais te ornas e dos quais tanto admiras? Olha para eles!
Estão oprimidos com grilhões, vão para o exílio, passando pelo meio dos
escombros dos teus palácios, pelo meio do fedor dos mortos pela espada e pela
fome.
Sobre
ti está o furor de Deus, ó Jerusalém, que rejeitas o teu Messias, e o golpeias
no rosto e no coração. E, ti toda beleza está destruída. Toda esperança para ti
está morta. Profanados estão o Templo e o altar...” “... foram-lhes arrancados
os éfodes. Não valem mais nada...””... porque eles não reinam mais. Agora há um
outro, o Pontífice eterno, e ele é Santo e colocado por Deus. Rei e Sacerdote
eterno, por Aquele que faz suas as ofensas feitas ao Cristo, e delas toma as
vinganças. Um outro Pontífice, o verdadeiro, o Santo, Ungido por Deus e pelo
seu Sacrifício, no lugar daqueles sobre cuja fronte a tiara é até um desdouro,
pois ela cobre pensamentos de horror!
Ele
veio para trazer-te a paz. E tu fizeste guerra.
Saúde,
e escarneceste dele.
Amor, e tu o odiaste.
Milagre,
e tu o chamaste de demônio.
Suas
mãos curaram os teus doentes, e tu as traspassaste.
Ele
te trazia a luz, e tu cobriste de cuspo e sujeira o rosto dele.
Ele
te trazia a vida, e tu lhe deste a morte.
Israel,
chora o teu pecado, e não maldigas o Senhor, enquanto vais indo para o teu
exílio, que não terá fim como aqueles de outros tempos. Percorrerás a terra
toda, Israel, mas como um povo vencido e maldito, perseguido pela voz de Deus,
e com as mesmas palavras que Ele disse a Caim. E aqui não poderás voltar a
construir um ninho firme, a não ser quando reconheceres com os outros povos que
este é Jesus, o Cristo, o Senhor, Filho do Senhor.”
...Põe
os pés no chão, ó povo que ainda sabes amar. Cobre-te de cinzas, veste-te com o
cilício. O furor de Deus está suspenso sobre nós, como uma nuvem carregada de
granizo e de relâmpagos por cima de um campo amaldiçoado.”
...Paz,
paz, ó Rei de justiça e de Paz, ó Adonai, grande e poderoso, ao qual nem mesmo
o Pai resiste!
Impetra
paz para nós, pelo teu Nome, ó Jesus, Salvador e Messias, Redentor e Rei, e
Deus três vezes Santo.”
(de
Jesus à Valtorta – O Evangelho como me foi Revelado – Vol. 8)
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