EU
SOU O REDENTOR
Jesus se despede de Lázaro e revela quem
Ele realmente é.
Diz Jesus:
Sabes tu quem Eu sou?
E agora Eu respondo: “ Eu sou o Redentor.”
O Redentor deve consumar o sacrifício até á última imolação. Afinal, bem o
podes crer. Aquele que vai ser levantado na cruz, e que vai ser exposto aos
olhares e aos escárnios do mundo, não será um vivo, mas um morto. Eu já sou um
morto. Morto pela falta de amor, muito mais do que pela tortura. E, ainda há
mais uma coisa, meu amigo. Amanhã Eu, ao romper do dia, irei a Jerusalém. E tu
ouvirás dizer que Sião aclamou como um triunfador ao rei manso que entrará nela
cavalgando um jumentinho. Não te iludas por esse triunfo, e não te faça ele
pensar que a Sabedoria, que te está falando, foi não sábia nesta plácida tarde.
Mais rápido do que um astro, que risca o céu e desaparece por espaços
desconhecidos, assim é que desaparecerá o entusiasmo popular, e Eu, daqui a
cinco tardes, a esta mesma hora, começarei a ser torturado, depois de receber
um beijo traiçoeiro, que abrirá as bocas que desde amanhã vão gritar hosanas,
mas que em vozes ferozes e por entre blasfêmias pedirão a minha condenação.
Sim. Tu a terás finalmente, ó cidade
de Sião, ó povo de Israel, terás o Cordeiro Pascal! Tu o terás nesse rito que
vai acontecer. Ei-lo chegado. Será a Vítima preparada pelos séculos. Foi o Amor
que a gerou, preparando para si um tálamo no qual não havia mancha. E o Amor a
consome. Eis. É a Vítima consciente. Não é como o cordeiro que, enquanto o
açougueiro afia a faca para degolá-lo, ele ainda está pastando as ervas do
prado, ou, sem saber de nada, está batendo contra o mamilo redondo de sua mãe.
Mas Eu sou o Cordeiro que, consciente
diz: “ Adeus! Para a vida, para a Mãe, para os amigos e vai até o sacrificador,
de diz: “ Eis-me aqui! Eu sou o alimento do homem.”
Satanás faz parecer uma fome, que
nunca é saciada. E que não pode saciar. Só um alimento há que a sacia, porque
ele tira aquela fome. E aquele alimento, ei-lo aqui. Eis aqui, homem, o teu
pão. Eis aqui o teu vinho. Consome a tua Páscoa, ó Humanidade!
Atravessa o teu Mar Vermelho, que
assim está por causa das chamas satânicas. Tingido com o meu sangue, tu o passarás,
ó raça humana, preservada do fogo infernal. Tu podes passar. Os Céus, atendendo
aos meu desejos já começaram a entreabrir as portas eternas, Olhai, os
espíritos dos mortos! Olhai, ó homens que viveis! Olhai, ó almas que sereis
incorporadas nos futuros! Olhai, ó anjos do Paraíso. Olhai, ó demônios do
Inferno! Olha ó Pai! Olha, ó Paráclito! A Vítima está sorrindo. Ela não chora
mais.
Tudo já foi dito. Adeus, meu amigo. A ti
também. Pois Eu não te verei antes da morte. Demo-nos o beijo do adeus. E não
fiques duvidando. Eles te dirão: “ Ele era um louco! Era um demônio! Era um
mentiroso. Morreu, enquanto vivia dizendo que Ele era a Vida. A eles, e
especialmente a ti mesmo, responde: “ Era e é a Verdade, era a Vida. E é o
vencedor da Morte. Eu o sei. Ele não pode ser o eterno Morto. Eu o espero. E
não se consumirá todo o óleo da lâmpada, que o amigo tem pronta para alumiar o
mundo, que foi convidado para as núpcias do Triunfador, quando Ele, o Esposo,
voltar. E a Luz, desta vez não poderá mais se apagar.” Acredita nisso, Lázaro.
Obedece ao meu desejo. Escutaste este rouxinol como está cantando, depois de
ter se calado, por causa do barulho do teu pranto? Também, tu, faze assim. Que
a tua alma depois do inevitável pranto sobre o Morto, cante o canto firme de tua
fé. Que sejas abençoado. Pelo Pai, pelo Filho e o Espírito Santo.
( O
Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, Vol 9, pgs 298,299,300)
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