AMAI UNS AOS
OUTROS, ASSIM COMO EU VOS AMEI
Mas, quanto maior for o
milagre, maior é a glória que ao autor dele vem. E é o próprio Deus quem diz:
“Aí está. Este meu querido quis ter isto, e ele o teve, e Eu lho concedi,
porque ele tem uma grande graça diante dos meus olhos." E no caso presente
Ele diz: “Recebe uma graça sem limites, pois é sem limites o milagre por Ele
operado. Igual à glória, que se reverte sobre o autor do milagre da parte de
Deus, é a glória que desse autor reverte sobre o Pai. Porque toda glória
sobrenatural, sendo vinda de Deus, volta para sua nascente. E a glória de Deus,
ainda que já seja infinita, sempre aumenta e brilha pela glória dos seus
santos. Por isso, Eu digo: como foi glorificado o Filho do homem, assim Deus
foi glorificado pelo Filho do homem. Eu glorifiquei a Deus em Mim mesmo. E, por
sua vez, Deus glorificará o seu Filho nele. E daqui a pouco o glorificará.
Alegra-te, Tu que estás de
volta para a tua Sede, é Essência espiritual da segunda Pessoa! Ó carne que
tornas a subir, depois de tanto tempo na lama. E não é somente o Paraíso de
Adão, mas o excelso Paraíso do Pai, que vai ser-te dado como morada. Porque, se
foi dito que, pelo assombro de uma obra de Deus, dada pela boca de um homem, o
sol parou, que é que haverá entre os astros, quando virem o prodígio da Carne do
Homem, subindo para ir sentar-se à direita do Pai, em sua perfeição de uma
matéria glorificada?
Meus filhinhos, ainda por
um pouco de tempo Eu estou convosco. E vós depois ficareis Me procurando, como
os órfãos que procuram seu pai que morreu. E chorando, andareis falando dele, e
batereis em vão no mudo sepulcro, e depois batereis nas portas azuis do Céus,
com vossa alma prostrada numa suplicante busca de amor e dizendo: “Onde está o
nosso Jesus? Nós o queremos. Sem Ele não há mais luz no mundo, nem alegria, nem
amor. ou no-lo entregais, ou, então deixai-nos entrar. Nós queremos estar onde
Ele está.” Mas vos não podeis, por enquanto, ir aonde Eu vou. Eu já o disse
também aos judeus: “Depois me procurareis, mas aonde Eu vou, vós não podeis ir!
"E o digo a vós também.
Pensai na Mãe... Nem Ela
poderá ir aonde Eu vou. E, no entanto, Eu deixei o Pai, para vir a Ela e
fazer-me Jesus em seu seio sem mancha. E assim da Inviolada é que Eu vim, no
êxtase luminoso do meu Natal e do seu amor, que se transformou em leite, foi
que Eu me nutri. Eu fui feito de pureza e de amor, porque Maria me nutriu com
sua virgindade fecundada pelo Amor perfeito, que vive no Céu. Por Ela é que Eu
cresci, custando-lhe fadigas e lágrimas... Contudo, eu exijo dela um heroísmo
tal, como nunca houve quem exercesse, e em comparação com o qual, o de Judite,
e o de Jael são heroísmos de umas pobres mulheres, que são contrastantes à sua
rival. E, não obstante isso, Eu a deixo, e vou para o lugar aonde Ela só irá
daqui a muito tempo. Não há de ser para Ela a ordem que agora Eu vos dou:
“Santificai-vos ano por ano, mês por mês, hora por hora, para poderdes vir a
mim, quando chegar a vossa hora.” Nela está toda graça e santidade. É a
criatura que tudo teve e que tudo deu. Nada lhe é necessário acrescentar, nem
tirar. Ela é o Santíssimo testemunho do que Deus pode fazer.
Mas para ficar certo de
que em vós haja capacidade de poderdes chegar até mim e de vos esquecerdes da
dor pelo luto, pela vossa separação do vosso Jesus, Eu vos dou um mandamento
novo. E é que vos ameis uns aos outros. Assim como Eu vos amei, igualmente
amai-vos um ao outro. Por aí é que se conhecerá se sois meus discípulos. Quando
um pai tem muitos filhos, por onde é que se conhece quais são eles? Não é
somente pelo aspecto físico, pois há homens que são em tudo parecidos com algum
outro homem, com o qual eles não têm nenhum relacionamento pelo sangue, nem de
nação, mas é mais pelo amor de todos à família, ao pai deles e entre si. E,
mesmo que o pai morra, a boa família não se desune, porque seu sangue é o
mesmo, é sempre aquele recebido da semente do pai e forma uniões que nem a
morte desfaz porque mais forte que a morte é o amor. Assim também, se vós me
amardes depois que Eu vos tiver deixado, todos reconhecerão que vos sois meus
filhos e que por isso sois meus discípulos e irmãos entre vós e que tivestes um
só pai.”
(O Evangelho como me foi
Revelado – Maria Valtorta)
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