“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

domingo, 28 de fevereiro de 2016

TER A CORAGEM DE SALTAR PARA A VERDADE


TER A CORAGEM DE SALTAR PARA A VERDADE

Tenho ainda uma coisa a perguntar. É esta: qual o significado que tem para vós a farinha que tira o amargor da sopa dos filhos dos profetas?
“Talvez porque a farinha absorve o amargor...”, diz duvidoso Mateus.
“Tudo teria ficado amargo, a farinha também.”
“Por um milagre do profeta, que não queria envergonhar o seu servo”, sugere Filipe.
“Também. Mas não só por isso.”
“O Senhor quis fazer brilhar o poder do profeta, até nas coisas materiais comuns”, diz Zelotes.
“Sim. Mas não é ainda o sentido justo. As vidas dos profetas antecipam o que depois haverá, quando chegar a plenitude do tempo, o Meu. Elas reproduzem o meu dia nesta Terra, sob a forma de símbolos e figuras. Portanto...”
Silêncio. Olham-se uns aos outros. Depois João inclina a cabeça, fica com um rosto brilhante, e sorri.
“Por que é que não dizes o teu pensamento, João?”, interroga-o Jesus. “Não é falta de amor falar, porque não o fazes para humilhar a ninguém.”
“Penso que queria dizer o seguinte. Que, no tempo da fome da verdade e da carestia da Sabedoria, que é este no qual Tu vieste, todas as árvores se tornaram selvagens,e deram frutos amargos, intragáveis e tóxicos para os filhos dos homens, e que, assim sendo, deixam de ser usadas por eles, pois precisam ser preparadas, para poderem ser usadas. Mas a Bondade te mandou como a farinha de trigo escolhido, e Tu, com a tua perfeição, tiras o veneno de todos os alimentos, tornando-os novamente bons, e as árvores das Escrituras, que os séculos desnaturaram e também, os gostos dos homens que a concupiscência corrompeu. Nesse caso, aquele que manda levar-lhe a farinha e a louça no caldeirão é o teu Pai, e Tu és a farinha, que se santifica para fazer-se alimento dos homens. E, depois de tua consumação nada mais de amargo haverá no mundo, porque Tu terás restabelecido a amizade com Deus. Posso ter errado.”
“Não erraste. Este é o símbolo.”
“Oh! E como fizeste para pensar nisso?”, pergunta pasmado Pedro.
E Jesus lhe responde: “Eu to digo, com as mesmas palavras que disseste, há pouco. Um belo salto sobre a ilha pacífica e florida da espiritualidade, mas é necessário ter a coragem de dar o salto, abandonando a margem, o mundo. Saltar sem ficar pensando se há alguém que pode rir-se de nosso salto meio indeciso, ou zombando de nós pela nossa simplicidade em gostar mais de uma ilhazinha solitária do que do mundo. É preciso saltar, sem o medo de ferir-se ou de molhar-se, ou de ficar desiludidos. Deixai tudo, para refugiar-vos em Deus. Ir colocar-se sobre a ilha separada do mundo, e de lá sair-se unicamente para distribuir aos que ficaram nas margens as flores e águas puras apanhadas na ilha do espírito, onde só existe uma árvore: a árvore da Sabedoria. Estando perto dela e longe dos fragores do mundo, compreende-se todas as palavras, e nos tornamos mestres, se soubermos ser discípulos. Isto também é um símbolo.


(de Jesus à Valtorta, Vol 8, pgs, 471. 472)

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