O REI DOS REIS
Diz Jesus:
“Eu vos compreendo, e tenho pena de vós. Não guardo rancor de vós.
Também não sinto cansaço, nem tédio, pela vossa cegueira... Vós não sabeis, mas
Eu sei. Vós não sabeis. Vós só vedes o exterior do rosto do mundo. Eu vejo a
profundidade. O mundo vos mostra ainda um rosto bom, e não vos odeia, não
porque vos ame, mas porque não mereceis o seu ódio. Vós sois muito pouca coisa.
Mas ele me odeia, porque Eu sou um perigo para o mundo. Um perigo por causa da
falsidade, da cupidez, da violência que é o mundo.
Eu sou a Luz, e a Luz ilumina. O mundo não ama a luz, porque ela
revela as más ações do mundo. O mundo não me ama, não me pode amar, porque sabe
que Eu vim para vencê-lo no coração dos homens e no rei tenebroso, que o domina
e extravia. O mundo não quer convencer-se de que Eu sou o seu Médico e seu
Remédio, e, como um louco, quereria abater-me, para não ser curado. O mundo
ainda não quer persuadir-se de que Eu sou o Mestre, porque o que Eu digo é o
contrário do que ele diz. E, então ele procura sufocar a Voz que fala ao mundo
para doutriná-lo sobre Deus, para mostrar-lhe a verdadeira natureza das suas
ações, que são más.
Entre Mim e o mundo há um abismo. E não por minha culpa. Eu vim
para dar ao mundo a Luz, o Caminho, a Verdade e a Vida. Mas o mundo não me quer
acolher e por isso minha luz se transforma em trevas, porque ela será a causa
da condenação daqueles que não me quiseram. No Cristo está toda a Luz para
aqueles, entre os homens que o querem acolher, mas também estão no Cristo todas
as trevas para aqueles que me odeiam e me repelem. Por isso, no começo dos meus
dias mortais, Eu fui profeticamente indicado como “Sinal de contradição”.
Porque, conforme o modo Eu fui recebido, haverá salvação ou condenação, morte
ou vida, luz ou trevas. Mas os que me acolhem, em verdade em verdade Eu vos
digo que se tornarão filhos da Luz, isto é, de Deus, nascidos por terem
acolhido a Deus, a Deus.
Portanto, se Eu vim para fazer dos homens filhos de Deus, como é
que Eu posso fazer de um rei, por amor ou por ódio, por simplicidade ou por
malícia, como muitos em Israel estais querendo fazer? Não compreendeis que Eu
estaria destruindo a Mim mesmo, isto é, ao Messias, e não o Jesus de Maria e
José de Nazaré. Eu destruiria o Rei dos reis, o Redentor, o nascido de uma
virgem chamado Emanuel, o chamado o Admirável, o Conselheiro, o Forte, o Pai do
século futuro, o Príncipe da Paz, Deus, Aquele cujo império e cuja paz não
terão limites, sentando-se Ele sobre o trono de Davi, conforme a descendência
humana, mas tendo o mundo por escabelo de seus pés, e como escabelo de seus pés
todos os seus inimigos, e o Pai a seu lado, como está escrito no livro dos
Salmos, por um direito sobre-humano de origem divina? Não compreendeis que Deus
não pode ser homem por outro motivo, mas pela perfeição de sua bondade, para
salvar o homem, e que Ele não pode, não deve aviltar-se nas pobres coisas
humanas? Não compreendeis que se Eu aceitasse a coroa, este reino como vós o
concebeis, Eu estaria confessando que sou um falso Cristo, mentiria a Deus,
renegaria a Mim mesmo e ao Pai, e seria pior do que Lúcifer, porque privaria a
Deus da glória de ter-vos. Seria pior do que Caim para convosco, porque vos
condenaria a um perpétuo exílio, longe de Deus, em um Limbo sem esperança do
Paraíso.
Não entendeis nada disso? Não entendeis a armadilha dos homens
para fazer-me cair nela? Nem a armadilha de Satanás para ferir o Eterno em seu
Dileto e em suas criaturas, os homens? Não compreendeis que este é o sinal de
que Eu sou mais do que homem, que Eu sou o Homem-Deus? Isto de Eu apetecer
somente às coisas espirituais para dar-vos o Reino espiritual de Deus? Não
compreendeis que o sinal que Eu...não sou um rei, mas o Rei, é esse ódio do inferno inteiro e de todo o mundo para
comigo? Eu devo ensinar, sofrer, salvar-vos. Isto devo. E isto Satanás não
quer, e também não o querem os satanases.”
(de Jesus à Valtorta, Vol 7. Pgs. 362 a 364)
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