“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

domingo, 29 de novembro de 2015

UM DIÁLOGO ESCLARECEDOR DE JESUS COM OS GENTIOS


UM DIÁLOGO ESCLARECEDOR DE JESUS COM OS GENTIOS


“O homem tem uma alma. Uma. Verdadeira. Eterna. Senhora. Merecedora de prêmio e de castigo. Toda dele. Criada por Deus. Destinada no plano da criação, a voltar para Deus. Vós, gentios, vós dedicais demais ao culto da carne. Em verdade ela é uma obra admirável, sobre a qual está o sinal do polegar eterno. Vós admirais demais a mente, que é como uma jóia encerrada no escrínio de vossa cabeça, e que lá emite os seus raios sublimes. Grande, excelso dom que Deus Criador, que nos fez segundo o seu pensamento, como formas, isto é, uma obra perfeita, composta de órgãos e de membros, e vos deu a sua semelhança com o pensamento e com o Espírito. Mas a perfeição chamada semelhança é pelo espírito. Pois Deus não tem membros, nem a opacidade como a carne, assim como também não tem a sensualidade nem os desejos da luxúria, mas é um Espírito puríssimo, eterno, perfeito, imutável, incansável em seu agir, continuamente renovando-se em suas obras, que paternalmente Ele proporciona para o trabalho de sua criatura que quiser aperfeiçoar-se.
O espírito criado para todos os homens pela mesma Fonte de poder e de bondade, não conhece variações de perfeições em seu início. É um só o espírito criado, perfeito, e que assim permanece. Três são os espíritos perfeitos por natureza...”
“Um deles és Tu Mestre.”
“Eu, não. Eu na minha carne, tenho o Espírito que não foi criado, mas que foi gerado pelo Pai, por uma exuberância de Amor.”
“Quais, então?”
“Os dois progenitores, dos quais vem a raça, que foram criados perfeitos, mas que depois caíram voluntariamente na imperfeição. O terceiro, criado para delícia de Deus e do universo, está acima demais da capacidade do pensamento e da fé do mundo, para que Eu vo-lo possa indicar.
Os espíritos, Eu ia dizendo, criados por uma mesma Fonte, com igual mistura de perfeição, passam depois, conforme seu mérito e sua vontade, por uma dupla metamorfose.”
“Então, Tu admites segundas vidas?”
“Não há mais do que uma vida. Nela a alma, que inicialmente teve a semelhança com Deus, passa pela justiça fielmente praticada em todas as coisas, para uma mais perfeita semelhança com o seu Criador, tornando-se capaz de chegar a possuir a Santidade, a qual consiste na perfeição da justiça e semelhança de filhos com o Pai. Essa existe nos bem-aventurados, isto é, aqueles que o vosso Sócrates diz que moram no “Hades”. Enquanto Eu vos digo que, quando a Sabedoria tiver dito suas palavras, e a tiver consolidado pelo sangue, esses serão os bem-aventurados do Paraíso, serão do Reino, isto é, de Deus.”
“E onde estão estes agora?”
“A espera.”
“Espera de quê?”
“Do sacrifício. Do perdão. Da libertação.”
“Dizem que o Messias será o Redentor, e que Tu és o Messias. É verdade?”
“É verdade. Sou Eu, que vos estou falando.”
“Então. Tu deverás morrer? Por que, Mestre? O mundo precisa tanto de Luz, e Tu queres deixá-lo?”
“Tu, que és um grego, me fazes uma pergunta destas? Tu em quem as palavras de Sócrates têm um trono?”
“Mestre, Sócrates foi um justo. Tu és um santo. Olha bem, que necessidade de santidade a Terra tem!”
“Ela aumentará dez mil vezes por cada dor, por cada ferida, por cada gota de sangue.”
“Por Júpiter! Nunca houve um estóico maior do que Tu, que não te limitas a pregar o despreza da vida, mas te apressas em jogá-la fora.”
“Eu não desprezo a vida. Mas a amo como a coisa mais útil para comprar a salvação do mundo.”
“Mas Tu és jovem, Mestre para morreres!”
“O teu filósofo diz que é querido pelos deuses o que é santo, e tu me chamaste de santo. Se Eu sou santo, devo sentir sede de voltar à Santidade, da qual Eu vim. Portanto, nunca se é muito jovem, para não ter esta sede. Diz ainda Sócrates que quem é santo gosta de fazer coisas agradáveis aos deuses. Que coisa pode haver mais agradável que fazer voltarem ao abraço do Pai os filhos que a culpa afastou dele, e dar ao homem a paz com Deus, que é Fonte de todo bem?
“Tu dizes que não conheces as palavras de Sócrates. Como é então que sabes estas que estás dizendo?”
“Eu sei tudo. O pensamento dos homens, quando é um pensamento bom, não é mais do que um reflexo de um pensamento meu. Quando ele não é bom, não é meu, mas Eu o li desde a eternidade, e soube, sei e saberei, quando ele foi, é e será dito. Eu sei.”
“Senhor, vai a Roma, o farol do mundo. Aqui o ódio te rodeia. Lá a veneração te circundará.”
“Ao homem, sim. Mas não ao Mestre do sobrenatural. Eu vim por causa do sobrenatural. E o devo trazer aos filhos do Povo de Deus, por mais que eles sejam tão duros para com o Verbo.”
“Então, Roma e Atenas não te terão?”
“Elas me terão. Não temais. Elas me terão. Aqueles que me quiserem, me terão.”
“Mas, e se te matarem...”
“O espírito é imortal. O espírito de todos os homens, Não será o meu, Espírito do Filho de Deus. Virei com o meu Espírito atuante... Virei... Vejo as multidões inumeráveis, e as Casas erguidas em meu Nome... Estou por toda parte... Falarei nas catedrais e nos corações... A minha evangelização não terá parada... O Evangelho percorrerá a Terra... Todos os bons virão a Mim... e eis que... Eu passo à frente do meu exército de santos, e os conduzo para o Céu. Vinde à Verdade...”
“Oh! Senhor! Nós temos nossas almas enfaixadas com fórmulas e erros. Como faremos para abrir-lhes as portas?”
“Eu abrirei as portas do Inferno, abrirei as portas do vosso Hades e do meu Limbo. E não poderei abrir as vossas? Dizei “Eu quero!”, e, como um tapume feito de asas de borboletas, elas cairão pulverizadas sob o passar do meu Raio.”
“Quem virá em Teu Nome?”
“Estás vendo aquele homem que desta vez está vindo junto com outro pouco mais do que um adolescente? Aqueles irão a Roma e à Terra. E com eles muitos outros. Tão prontos estarão como agora, pelo amor a Mim, que os estimula, e que não os deixa tomar repouso, senão a meu lado, virão pelo amor dos redimidos pelo meu Sacrifício, para irem procurar-vos e levar-vos para a Luz. Pedro! João! Vinde aqui. Eu terminei, me parece, e estou convosco. Tendes ainda alguma outra coisa para me dizerdes?”
“Outra coisa, sim Mestre. Nós vamos levando conosco as Tuas palavras.”
“Que elas germinem em vós com raízes eternas. Ide. 
A paz esteja convosco.”
“Salve! A Ti Mestre.”


(de Jesus à Valtorta, Vol. 6, pgs. 308 a 311)

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