“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

sábado, 28 de novembro de 2015

O QUE É PRECISO PARA ESTARMOS UNIDOS COM DEUS?


O QUE É PRECISO PARA ESTARMOS UNIDOS COM DEUS?

E Jesus começa a falar:

“Eis, confirmada por uma mãe agradecida, a minha Natureza, e confirmado o poder da fé no coração de Deus, que não decepciona nunca aos que crêem e aos justos pedidos de seus filhos.
Eu vos convido a lembrar-se de Judas Macabeu, quando ele se viu colocado sobre esta planície, estudando o formidável acampamento de Górgias com um exército contando com mil soldados de infantaria, mil cavaleiros adestrados para a batalha, bem protegidos por couraças e por armas de guerra. Judas olhava, com seus três mil soldados de infantaria, que não tinham escudos nem espadas e percebia que o temor ia penetrando nos corações de seus soldados. Então, ele falou, na força do seu direito, o que Deus aprovava, porque não era para praticar abusos, mas para a defesa da Pátria invadida e profanada. E disse: “Que não vos espante o número deles, nem tenhais medo do ataque deles. Lembrai-vos de como os vossos pais foram salvos no Mar Vermelho, quando o Faraó os perseguia com um grande exército.” E tendo-se reanimado a fé no poder de Deus, que está sempre com os justos, ensinou aos seus meios para obterem auxílio. E disse: ”Agora, pois, levantemos nossa voz até o Céu, e o Senhor terá piedade de nós, e, recordando-se da aliança feita com nossos pais, destruirá hoje, diante de nós esse exército, e todos os povos conhecerão que há um Salvador, que liberta Israel.”
Eis, Eu vos mostro dois pontos capitais para termos Deus conosco a ajudar-nos em nossas justas empresas.
A primeira coisa necessária para tê-lo como nosso aliado, é termos as justas disposições de nossos pais. Lembrai-vos da santidade, da presteza dos patriarcas em obedecer ao Senhor, fosse, ou não de pouco ou de muito valor aquilo que Ele pedia. Lembrai-vos de com que fidelidade eles se mantiveram fiéis ao Senhor. Muito nos lamentamos em Israel, por não termos mais o Senhor conosco, tão favorável a nós como foi em outros tempos. Mas Israel tem ainda as disposições de seus pais? Quem foi que rompeu, e continua a romper continuamente a aliança com o Pai?
A segunda coisa capital para termos Deus conosco: a humildade.
Judas Macabeu era um grande israelita, e era um grande soldado. Mas ele não diz: “Eu hoje vou destruir este exército, e os povos haverão de conhecer que eu sou o libertador de Israel.” Não. Ele diz: “E o Senhor destruirá este exército diante de nós, que somos incapazes de fazê-lo pois somos muito fracos.”Porque Deus é Pai, e tem cuidado dos seus pequenos, e, para não fazê-los perecer, manda ás suas poderosas fileiras para combaterem com armas sobre-humanas os inimigos de seus filhos.
E, quando Deus está conosco, quem poderá vencer-nos?
Isto é o que deveis dizer sempre agora, e mais ainda no futuro, quando quererão vencer-vos, e não só em uma coisa passageira, como é uma batalha nacional, mas em uma coisa muito mais ampla, tanto no tempo, como nas conseqüência para as vossas almas. Não vos deixeis levar pelo susto, nem pela soberba. Estas duas coisas são prejudiciais. Deus estará convosco, se fordes perseguidos por causa do meu Nome, e vos dará força nas perseguições. Deus estará convosco, se fordes humildes, se reconhecerdes que vós, por vós mesmos, não sois capazes de nada, mas que podeis tudo, se estiverdes unidos ao Pai.
Judas não se vangloria, nem usa título de Salvador de Israel. Mas dá esse título ao Deus Eterno. De fato, é inutilmente que os homens se agitam, se Deus não estiver ajudando os esforços deles. Ao passo que, sem se agitar, quem vence é aquele que confia no Senhor, pois o Senhor sabe quando é justo premiar com a vitória, e quando é justo punir com a derrota. Estulto é o homem que quer julgar a Deus, dar conselhos a Deus, ou criticá-lo. Pensai em uma formiga que, observando a obra de um cortador de mármore, lhe dissesse: “Tu não sabes fazer isso. Eu farei melhor e mais depressa do que tu.” A mesma coisa faz o homem que quer ensinar a Deus. E a esse papel ridículo ele ainda acrescenta o papel de um ingrato e prepotente, esquecido do que ele é: uma criatura, e de que Deus é o Criador.
Pois bem, se Deus criou um ser tão bem criado, que ele pode achar-se capaz de dar conselhos ao próprio Deus, qual será, então, a perfeição do Autor de todas as criaturas? Só este pensamento já deveria bastar para fazer a soberba baixar a cabeça, e destruir esta má e satânica planta, esta parasita que, tendo-se insinuado em uma inteligência, a invade e suplanta, a sufoca e mata toda árvore boa, toda virtude que faz o homem grande sobre a terra, verdadeiramente grande, não por seus rendimentos, nem pelas coroas conquistadas, mas por uma justiça e uma sabedoria sobrenatural, e feliz no Céu por toda eternidade.
E prestemos atenção em um outro conselho, que é dado pelo grande Judas Macabeu e pelos acontecimentos daquele dia nesta planície. Tendo-se travado a batalha, as fileiras de Judas, com as quais Deus estava, venceram e destruíram os inimigos, uma parte pondo-os em fuga até Jezeron, Azoto, Iduméia e Jâmnia, diz a História. E a outra parte, transpassando-os à espada e deixando-os mortos no campo em número de mais de três mil. Mas aos seus homens armados, desejosos da vitória, Judas disse: “Não fiqueis parados, a fazer presa, porque a guerra ainda não acabou, e Górgias, com o seu exército, está na montanha, perto de nós. Por enquanto, temos que combater ainda contra os nossos inimigos, e vencê-los completamente, pata depois tranquilamente fazer a presa. E assim fizeram. E tiveram uma vitória segura e uma grande presa, e a libertação, e, ao voltarem cantavam as bênçãos de Deus, porque “Ele é bom, e porque sua misericórdia é eterna.”
Também o homem, qualquer homem, é como os campos que estão ao redor da cidade santa dos judeus. Rodeado pelos inimigos externos, e tendo contra si os internos, todos cruéis, todos na esperança de combater contra a cidade santa, que é cada homem, isto é, contra a sua alma, para atacá-la de repente, para tomá-la de surpresa, com mil astúcias, e destruí-la. As paixões, que Satanás cultiva e excita, e que o homem não vigia com todo cuidado para por nelas um freio, e que são perigosas se ele não souber domá-las, mas são inócuas se forem vigiadas como um ladrão acorrentado, e, por outro lado, que do lado de fora conjura com elas por meio de suas seduções, pela carne, os bens materiais, o orgulho, são todos estas coisas bem parecidas com os poderosos exércitos de Górgias, encouraçados, munidos de torres de guerra, de arqueiros que acertam bem nos alvos, de cavaleiros velozes, sempre prontos a iniciar o ataque, às primeiras ordens do Mal.
Mas, que pode o Mal, se Deus estiver com o homem que quer ser justo?
O homem sofrerá, poderá ser ferido, mas salvará a liberdade e a vida, e conhecerá a vitória, depois de uma boa batalha.”


(de Jesus à Valtorta, Vol. 6, pgs. 295 a 297)

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