O PODER DA FÉ
Obs: Depois do milagre da multiplicação dos grãos de trigo nas
planícies de José de Arimatéia, os quais foram divididos entre todos os
camponeses por um gesto de caridade do proprietário, Jesus começa a falar com
os empregados.
Jesus
fala:
“Aqui
já pudestes ficar conhecendo que a fé pode multiplicar os grãos, quando este
desejo nasce de um desejo de amor. Mas não limiteis a vossa fé somente às
necessidades materiais. Deus criou o primeiro grão de trigo e, desde aquela
hora, o trigo vem soltando espigas para o pão dos homens. Mas Deus criou também
o Paraíso, e este está à espera de seus cidadãos. Ele foi criado para aqueles
que vivem na Lei, e permanecem fiéis, não obstantes as provas dolorosas da
vida. Tende fé, e conseguireis conservar-vos santos, com o auxilio do Senhor,
assim como José consegui distribuir o trigo em dupla medida, para fazer-vos
duas vezes felizes e confirmar na fé os seus servos. Em verdade, em verdade Eu
vos digo que, se o homem tivesse fé no Senhor, nem mesmo as montanhas, fincadas
com suas vísceras na rocha do chão, poderiam resistir, mas ao comando de quem
tem fé no Senhor elas se deslocariam.
Tendes
vós fé em Deus?”, pergunta Ele, virando-se para todos.
“Sim,
Senhor!”
“Para
vós quem é Deus?”
“O
Pai Santíssimo, como ensinam os discípulos do Cristo.”
“E
o Cristo, quem é para vós?”
“O
Salvador. O Mestre. O Santo.”
“Somente
isso?”
“O
Filho de Deus. Mas não é preciso dizer isso, porque os fariseus nos perseguem
se o dissermos.”
“Mas
vós credes que Ele o seja?”
“Sim,
Senhor.”
“Pois
bem! Crescei na vossa fé, mesmo que vós vos calásseis, as pedras, as plantas, as
estrelas, o solo, todas as coisas proclamariam que o Cristo é o verdadeiro
Redentor e Rei. Elas o proclamarão na hora da sua assunção, quando Ele estiver
na púrpura santíssima, e com a coroa da Redenção. Felizes daqueles que souberem
crer muito desde agora, e mais ainda o crerem naquela hora, e tiverem fé no
Cristo, e a vida eterna por isso.
Tendes
vós essa fé inabalável no Cristo?”
“Sim,
ó Senhor. Ensina-nos onde Ele está, e nós lhe pediremos que aumente a nossa fé
para assim sermos felizes.”
E
a última parte da oração, fazem-na, não somente os pobres, mas também os
servos, os apóstolos e José.
“Se
tiverdes tanta fé do tamanho de um grãozinho de mostarda, essa fé vós a tereis
em vosso coração como uma pérola preciosa, para que ela não seja roubada por
nenhuma razão humana, ou sobre-humana, ou malvada, e, então, podereis dizer
todos àquela amoreira gigante, que faz sombra ao poço de José: “Arranca-te daí,
e vai transplantar-te entre as ondas do mar.”
“Mas
o Cristo onde está? Nós o estamos esperando para sermos curados. Os discípulos
não nos curaram, mas nos disseram: “Ele o pode”. Quereríamos ficar sãos para
podermos trabalhar”, dizem os homens doentes ou sem destreza.
“E
credes que o Cristo o possa fazer?”, diz Jesus, fazendo um sinal a José para
que não diga que Ele é o Cristo.
“Nós
cremos. Ele é o Filho de Deus. Tudo pode.”
“Sim,
Tudo pode... e tudo quer.”, grita Jesus, estendendo imperiosamente o braço
direito, e abaixando-o como para jurar. E termina com um forte grito: “E assim seja
feito, para a glória de Deus!”
E
faz sinal de querer virar-se para a casa, mas os curados, uns vinte, gritam e
correm ao encontro dele, fechando-o em um entrelaçamento de mãos estendidas,
tocando nele, bendizendo-o, procurando suas mãos e suas vestes para beijá-las e
acariciá-las. Eles o separam de José, de todos...
E
Jesus sorri, acaricia, abençoa... E vai-se livrando lentamente. Ainda acompanhado,
até que desaparece na casa, enquanto os hosanas sobem para o céu, que já se vai
tornando arroxeado, com o começo do crepúsculo.
(de
Jesus à Valtorta, Vol. 6, pgs.323 a 325)
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