“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

sábado, 21 de novembro de 2015

O DEUS JUSTIÇA


Quando o ódio, o pecado e a negação a Deus ultrapassa todos os limites, Deus intervém.


O DEUS JUSTIÇA


Perto de Gálgala, Jesus explica o que aconteceu com as cidades punidas por Deus.

19 de Fevereiro de 1.946.

Eles devem ter prosseguido viagem naquela noite de luar e terão parado em alguma caverna, por algumas horas, retomando depois o caminho, ao romper do dia. Estão visivelmente cansados, pois é um caminho difícil, passando por sobre pedras quebradas, por entre arbustos espinhosos e lianas, que por cima delas alastraram, enleando-se-lhes aos pés. Quem vai à frente da marcha é Simão, o Zelotes, que parece conhecer bem o lugar, e que se desculpa por causa da dificuldade do caminho, como se aquela dificuldade fosse causada por ele.
“Agora quando estivermos novamente naqueles montes que estais vendo, poderemos andar melhor, e eu vos prometo mel selvagem e águas puras em abundância...”
“Águas? Eu me jogarei dentro delas. A areia já me roeu os pés, como se eu tivesse caminhado em cima do sal, e a pele toda me está ardendo. Que lugares amaldiçoados! Oh! Percebe-se, sim, percebe-se que estamos perto daqueles lugares que foram castigados pelo fogo do Céu! Aquele fogo ficou ainda no vento, na terra, nos espinhos, em tudo!, exclama Pedro.
“Contudo, aqui era uma beleza, em tempos atrás, não é verdade, Mestre?”
“Muito bonito. Nos primeiros séculos do mundo, estes lugares eram um pequeno Éden. O solo era fertilíssimo, rico de fontes, que serviam para muitos usos. E estava preparado para dar semente, o que é bom. Depois... a desordem dos homens pareceu atingir também os elementos. E aí veio a ruína. Os sábios do mundo pagão explicam de muitos modos o terrível castigo. De modos humanos, mas às vezes com um terror supersticioso. Mas, crede: foi somente a vontade de Deus que desfez a ordem em que estavam os elementos, e os do céu se uniram aos das profundezas, chocaram-se, arremeteram-se uns contra os outros, como em uma dança perigosa, os raios fizeram pegar fogo no betume, que os veios abertos do solo haviam deixado que se derramasse desordenadamente, e o fogo saía das vísceras da terra, e ainda vinha o fogo do céu alimentar o da terra, e abrir, com a espada dos seus raios, novas feridas na terra, que tremia em uma convulsão espantosa, queimando, destruindo, corroendo até à distância de estádios e mais estádios um lugar que antes era um paraíso e fazendo dele este inferno que estais vendo, e no qual não há sinal de vida.”
Os apóstolos escutam atentamente...
Bartolomeu pergunta: “Crês Tu que, se pudesse secar estas águas espessas no fundo do Grande Mar, encontraríamos restos das cidades castigadas?”
“Com certeza. E até coisas quase intactas, porque a espessura das águas faz como a cal, recobrindo e conservando as cidades que foram sepultadas. Mas o Jordão espalhou muita areia sobre elas. E elas ficaram sepultadas duas vezes, para que não possa levantar-se mais, e são o símbolo daqueles que, obstinados em suas culpas, estão inexoravelmente sepultados pela maldição de Deus e pela prepotência de Satanás, ao qual, com tanta paixão eles serviram em suas vidas.”
“E foi aqui que se refugiou Matatias de João de Simão, o justo astomeu, com seus filhos, é uma glória de todo Israel.”
“Foi aqui. Por entre estes montes e desertos, foi aqui que ele reformou o povo e o exército, e Deus esteve com ele.”
“Mas, pelo menos... Para ele foi mais fácil, porque os Assideus foram mais justos do que os fariseus para comigo!”
“Oh! Ser mais justo que os fariseus é até fácil. É mais fácil ainda do que ferir-se com este espinho, que se agarrou às minhas pernas...Olhai-o aqui”, diz o Pedro que, enquanto estava escutando, não olhou para o chão, e viu-se envolvido por uma moita de espinheiro, que o fez sangrar nas pernas.
“Nos montes há menos espinhos. Estás vendo como a estão diminuindo?”, conforta-o Simão, o Zelotes.
“Hum! És muito prático.”
“Por aqui vivi eu, proscrito e perseguido.”


(de Jesus à Valtorta, Vol. 6, pg.195, 196, 197)

Sem comentários:

Enviar um comentário