Quando o ódio, o pecado e a negação a Deus ultrapassa todos os limites, Deus intervém.
O DEUS JUSTIÇA
Perto
de Gálgala, Jesus explica o que aconteceu com as cidades punidas por Deus.
19
de Fevereiro de 1.946.
Eles
devem ter prosseguido viagem naquela noite de luar e terão parado em alguma
caverna, por algumas horas, retomando depois o caminho, ao romper do dia. Estão
visivelmente cansados, pois é um caminho difícil, passando por sobre pedras
quebradas, por entre arbustos espinhosos e lianas, que por cima delas
alastraram, enleando-se-lhes aos pés. Quem vai à frente da marcha é Simão, o
Zelotes, que parece conhecer bem o lugar, e que se desculpa por causa da
dificuldade do caminho, como se aquela dificuldade fosse causada por ele.
“Agora
quando estivermos novamente naqueles montes que estais vendo, poderemos andar
melhor, e eu vos prometo mel selvagem e águas puras em abundância...”
“Águas?
Eu me jogarei dentro delas. A areia já me roeu os pés, como se eu tivesse
caminhado em cima do sal, e a pele toda me está ardendo. Que lugares
amaldiçoados! Oh! Percebe-se, sim, percebe-se que estamos perto daqueles
lugares que foram castigados pelo fogo do Céu! Aquele fogo ficou ainda no
vento, na terra, nos espinhos, em tudo!, exclama Pedro.
“Contudo,
aqui era uma beleza, em tempos atrás, não é verdade, Mestre?”
“Muito
bonito. Nos primeiros séculos do mundo, estes lugares eram um pequeno Éden. O
solo era fertilíssimo, rico de fontes, que serviam para muitos usos. E estava
preparado para dar semente, o que é bom. Depois... a desordem dos homens
pareceu atingir também os elementos. E aí veio a ruína. Os sábios do mundo
pagão explicam de muitos modos o terrível castigo. De modos humanos, mas às
vezes com um terror supersticioso. Mas, crede: foi somente a vontade de Deus
que desfez a ordem em que estavam os elementos, e os do céu se uniram aos das
profundezas, chocaram-se, arremeteram-se uns contra os outros, como em uma
dança perigosa, os raios fizeram pegar fogo no betume, que os veios abertos do
solo haviam deixado que se derramasse desordenadamente, e o fogo saía das vísceras
da terra, e ainda vinha o fogo do céu alimentar o da terra, e abrir, com a
espada dos seus raios, novas feridas na terra, que tremia em uma convulsão
espantosa, queimando, destruindo, corroendo até à distância de estádios e mais
estádios um lugar que antes era um paraíso e fazendo dele este inferno que
estais vendo, e no qual não há sinal de vida.”
Os
apóstolos escutam atentamente...
Bartolomeu
pergunta: “Crês Tu que, se pudesse secar estas águas espessas no fundo do
Grande Mar, encontraríamos restos das cidades castigadas?”
“Com
certeza. E até coisas quase intactas, porque a espessura das águas faz como a
cal, recobrindo e conservando as cidades que foram sepultadas. Mas o Jordão
espalhou muita areia sobre elas. E elas ficaram sepultadas duas vezes, para que
não possa levantar-se mais, e são o símbolo daqueles que, obstinados em suas
culpas, estão inexoravelmente sepultados pela maldição de Deus e pela
prepotência de Satanás, ao qual, com tanta paixão eles serviram em suas vidas.”
“E
foi aqui que se refugiou Matatias de João de Simão, o justo astomeu, com seus
filhos, é uma glória de todo Israel.”
“Foi
aqui. Por entre estes montes e desertos, foi aqui que ele reformou o povo e o
exército, e Deus esteve com ele.”
“Mas,
pelo menos... Para ele foi mais fácil, porque os Assideus foram mais justos do
que os fariseus para comigo!”
“Oh!
Ser mais justo que os fariseus é até fácil. É mais fácil ainda do que ferir-se
com este espinho, que se agarrou às minhas pernas...Olhai-o aqui”, diz o Pedro
que, enquanto estava escutando, não olhou para o chão, e viu-se envolvido por
uma moita de espinheiro, que o fez sangrar nas pernas.
“Nos
montes há menos espinhos. Estás vendo como a estão diminuindo?”, conforta-o
Simão, o Zelotes.
“Hum!
És muito prático.”
“Por
aqui vivi eu, proscrito e perseguido.”
(de
Jesus à Valtorta, Vol. 6, pg.195, 196, 197)
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