JESUS E O ESSÊNIO
Nunca é tarde para se
arrepender.
Um essênio que ouvia Jesus, pergunta:
“Como me apresentas-te uma razão persuasiva sobre o livre
arbítrio, eu irei meditar nela sem preconceitos esperando poder aceitá-la. Mas,
agora dize-me uma coisa. Crês Tu realmente em uma ressurreição da carne e em
uma vida dos espíritos de novo unidos a ela?”
“E queres então que Deus ponha fim à vida do homem?”
“Mas a alma... Se é verdade que o prêmio a torna feliz, para
que é que se ressuscitar a matéria? Será que isso vai aumentar a glória dos
Santos?”
“Nada poderá aumentar a glória que um santo terá quando ele
possuir a Deus. Só uma coisa aumentará essa glória no último Di: é a de ficar
sabendo que o pecado não existe mais. Mas, não te parece justo que, assim como
durante este dia a carne e a alma estiveram unidas na luta para conseguir o
Céu, assim no Dia eterno que a carne e a alma estejam unidas para gozarem do
prêmio? Não estás persuadido disto? E, então, por que vives em continência e
meditação?”
“Para... para ser homem de modo mais perfeito, acima dos
outros animais que obedecem aos instintos desenfreadamente e para ser maior do
que a maior parte dos homens que estão emporcalhados pela animalidade e ainda
vivem exibindo filactérias e fímbrias, e franjas e vestes largas, e se dizem “os
separados.”
“Anátema! Os fariseus, tendo recebido em cheio as flechadas,
o que fez a multidão murmurar sua aprovação, estão se contorcendo e gritando
como uns possessos. “Ele nos estás insultando, Mestre! Tu conheces a nossa
santidade. Defende-nos, então”, gritam eles gesticulando.
Jesus responde: “Ele também conhece a vossa hipocrisia.
Vossas vestes não correspondem à vossa santidade. Merecei ser louvados e Eu
poderei falar. Mas, a ti, essênio! Eu te respondo que muito demais te
sacrificas por pouca coisa. Por que? Por quem? Por quanto? Por um louvor
humano. Por um corpo mortal. Por um tempo, que passa rápido como o vôo de um
falcão. Procura engrandecer o teu sacrifício. Crê no Deus verdadeiro, na feliz
ressurreição, na vontade livre do homem. Vive como um asceta. Mas por estas
razões sobrenaturais. E, com tua carne ressuscitada, gozarás da eterna alegria.”
“É tarde! Já estou velho! Talvez eu tenha estragado a minha
vida pertencendo a uma seita cheia de erros... Tudo terminou!...”
“Não. Nada terminou
para quem quer fazer o bem! Ouvi, ó pecadores, ó vós que estais em vossos
erros, ó vós seja qual for o vosso passado. Arrependei-vos. Vinde à
Misericórdia. Ela vos abre os braços. Ela vos indica o caminho. Eu sou a fonte
pura, a fonte da vida. Jogai fora as coisas que até aqui vos extraviaram. Vinde
nus para o banho. Revesti-vos de luz. Renascei. Andastes roubando, como ladrões
pelas estradas, ou como gente fina, com esperteza nos negócios e nas
administrações? Vinde. Tendes sido opressores? Vinde. Vinde. Arrependei-vos.
Vinde ao amor e à paz. Oh! Mas deixai que o amor de Deus possa derramar-se
sobre vós. Aliviai-o nesse seu amor que vive angustiado pela vossa resistência,
por vosso medo e vossas titubeações. Eu vo-lo peço em nome do meu e do vosso
Pai. Vinde à Vida e à Verdade, e tereis a vida eterna.”
(De Jesus à Valtorta, Vol. 6, pgs.155, 156)
Sem comentários:
Enviar um comentário