“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

domingo, 15 de novembro de 2015

A PARÁBOLA DOS PASSARINHOS



A PARÁBOLA DOS PASSARINHOS



Jesus, a fim de fazer uso de um assunto em sua pregação, começa chamando a atenção dos presentes para o grande número de passarinhos que foram fazer seus ninhos nas copas das árvores do jardim de Lázaro, e para o pomar onde estão reunidos os ouvintes.
“Observai. Há os naturais deste lugar e os que vieram de fora, de todas a raças e tamanhos. E, quando descerem as sombras, eles serão substituídos pelos pássaros da noite, que também são numerosos. E por isso é quase impossível esquecermo-nos deles, só pelo fato de não os vermos. Por que é que há tantos passarinhos do ar aqui? Porque aqui eles acham com o que viverem felizes. Aqui há sol, há descanso, aqui há alimento com fartura, abrigos seguros e águas frescas. E eles se reúnem, vindo do oriente e do ocidente, do sul e do norte, quando são emigradores, e vêm sempre a este lugar os naturais daqui. E então? Iremos ver que os pássaros do ar são superiores em sabedoria aos filhos dos homens? Quantos, entre aqueles passarinhos, filhos de passarinhos que já morreram, mas que no ano passado, ou até mais tempo antes, aqui faziam os seus ninhos, pois aqui encontravam sossego. Eles o disseram aos seus filhos, antes de morrerem. E lhes falaram deste lugar, e eles, os filhos, obedeceram e vieram para cá. O Pai que está nos Céus, O Pai de todos os homens, não terá por acaso, dito aos seus santos as suas verdades, e dado as indicações possíveis para o bem-estar de seus filhos? Deu todas as indicações, tanto as que dizem respeito ao bem da carne, como as que dizem respeito ao bem do espírito. Mas, que vemos nós? Nós vemos que o que foi ensinado pela carne – desde as túnicas de pele, que Ele fez para os nossos progenitores, que estavam desnudos aos seus próprios olhos, depois de perderem a veste que o pecado rasgou, até ás últimas descobertas que, pela luz que Deus lhe deu, o homem conseguiu fazer – são recordadas e transmitidas, ensinadas, enquanto que a outra parte, o que foi ensinado, ordenado e indicado para o espírito não é conservado, ensinado nem praticado.”
Muitos do Templo começam a cochichar. Mas Jesus os acalmam com um gesto.
“O Pai, que é bom, como o homem nem de longe pode pensar, manda o seu Servo para recordar o seu ensinamento, para reunir os passarinhos nos lugares saudáveis e dar-lhes um exato conhecimento do que é útil e santo para fundar o Reino, onde todos os pássaros angélicos, todos os espíritos, encontrarão graça e paz, sabedoria e salvação. E em verdade, em verdade, Eu vos digo que, como os passarinhos nascidos neste lugar, na primavera irão dizer aos outros de outros lugares: “Vinde conosco, porque há um lugar bom, em que gozareis da paz e da abundância do Senhor”, e assim se verá no ano novo novos passarinhos afluírem para aqui. Do mesmo modo, de todas as partes do mundo, assim como está dito pelos profetas, veremos afluírem espíritos e mais espíritos para a doutrina que veio de Deus, para o Salvador, fundador do Reino de Deus. Mas aos passarinhos, que voam de dia, misturaram-se neste lugar com os pássaros noturnos, predadores, perturbadores, capazes de lançar o terror e a morte no meio dos pequenos passarinhos bons. E são eles os pássaros que, há muitos anos, há muitas gerações que são assim, e nada os pode desanimar, porque eles trabalham nas trevas e em lugares impenetráveis pelo homem. E eles, com seus olhos cruéis, com seu vôo silencioso, com sua voracidade e sua crueldade, trabalham nas trevas e, como são imundos, semeiam imundícia e dor. A quem compararemos nós? A muitos que em Israel não querem aceitar a Luz que veio para iluminar as trevas, nem a Palavra que veio para ensinar, a Justiça que veio para santificar. Para eles foi inutilmente que Eu vim. E até para eles Eu sou ocasião de pecado, pois eles me perseguem, e perseguem os meus fiéis. E, então, que direi? Direi uma coisa que já tenho dito outras vezes: “Muitos virão do oriente e do ocidente, e sentar-se-ão com Abraão e Jacó no Reino dos Céus. Mas os filhos deste reino serão lançados nas trevas exteriores.”
“Os filhos de Deus nas trevas? Tu estás blasfemando!”, grita um dos sinedritas contrários. É o primeiro borrifo da baba dos répteis, que haviam ficado calados por muito tempo, e que não suportavam mais ficar em silêncio, porque ficaram afogados em seu próprio veneno.
“Os filhos de Deus, não”!, responde Jesus.
“Foste Tu que o disseste! Tu disseste: “Os filhos deste reino serão lançados ás trevas exteriores”.
“E Eu o repito. Os filhos deste reino. Do reino onde a carne, o sangue, a avareza, a fraude, a luxúria e o delito são os patrões. Mas esse não é o meu Reino. O meu Reino é o Reino da Luz. Esse vosso reino é o reino das trevas. Ao Reino da Luz virão do oriente e do ocidente, do sul e do norte, os espíritos retos, e até aqueles que, por enquanto são pagãos, idólatras, considerados desprezíveis por Israel. E viverão em santa comunhão com Deus, tendo acolhido em si a Luz de Deus, à espera de poderem subir para a verdadeira Jerusalém, onde não há mais lágrimas nem dores e, sobretudo, não haverá mentira. A mentira, que agora governa o mundo das trevas, e sacia os filhos dele, a tal ponto, que nele não cabe mais nem uma migalha de Luz divina. Oh! Que venham os filhos novos, para o lugar dos filhos renegadores! Venham! E, seja lá qual for a sua proveniência, Deus os iluminará, e eles reinarão pelos séculos dos séculos!”
“Tu falaste assim para nos insultar!”, gritam os judeus inimigos.
“Eu falei para dizer a verdade.”
“O teu poder está na língua, com a qual, como uma nova serpente, seduzes as multidões e as desencaminhadas.”
“O meu poder está na autoridade que Eu tenho, por ser Um com o meu Pai.”
“Blasfemador!”, gritam os sacerdotes.
“Salvador! Ó tu que estás aos meus pés, de que sofres?”
“Eu quebrei a espinha quando era pequeno, e há trinta anos que eu vivo deitado de costas.”
“Levanta-te, e caminha! E tu ó mulher, de que sofres?”
“As minhas pernas estão aí penduradas, mas inertes, desde quando este, que com meu marido me transportava, viu a Luz,” e mostra um jovenzinho de pelo menos dezesseis anos.
“Tu também, levanta-te, e louva o Senhor! E aquele menino, por que é que não caminha sozinho?”
“Porque ele é assim de nascença, é surdo, cego e mudo. É um pedaço de carne que respira”, dizem os que estão com o infeliz.
“Em nome de Deus, recebe a inteligência, a palavra, a vista e a audição. Eu assim quero!”
E, tendo realizado o terceiro milagre, vira-se para os seus inimigos e diz: “ 
E vós, que tendes a dizer?”


( O Evangelho como me foi Revelado, Maria Valtorta, Vol. 6, pgs.133, 134, 135)

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