Para ser a Mãe de Deus, tinha que ser obrigatoriamente Santa, Santíssima
UM SEIO SEM MÁCULA
16 de agosto de 1944.
Jesus diz:
“Hoje escreve apenas isto. A pureza,
na sua expressão máxima, tem um tal valor que torna o seio de uma criatura
capaz de conter o que não podia ser contido”. A Santíssima Trindade desceu com
a sua perfeição em um pequeno espaço, habitando-o com as suas Três Pessoas,
encerrando lá o seu Infinito, sem diminuir-se com isso, pois o amor da Virgem e
a vontade de Deus dilataram este espaço até transformá-lo num Céu. Eis como
essas características se manifestaram: Assim como no sexto dia, o Pai recria a
Criatura, tendo uma “filha” digna e verdadeira, feita à sua perfeita
semelhança.
A imagem de Deus estava estampada em Maria de tal modo que só no
Primogênito do Pai lhe era superior. Maria pode ser chamada a “segundo-gênita”
do Pai porque, pela perfeição que lhe foi dada e sabida conservar, por
dignidade de esposa e mãe de Deus e também de Rainha do Céu, vem depois do
Filho do Pai no seu eterno Pensamento, que “ab aeterno” nela se compraz; o
Filho, sendo também para ela “Filho” ensinando-a, por mistério de graça, a sua
verdade e sabedoria quando ainda não era mais que um embrião que lhe crescia no
ventre; o Espírito Santo, aparecendo entre os homens por uma antecipada
Pentecostes, por uma prolongada Pentecostes, Amor “naquela que amou”,
consolação dos homens, pelo fruto do seu ventre, santificação, pela maternidade
do Santo. Deus, para manifestar-se aos homens, da forma nova e completa que
inicia a era da Redenção, não escolheu para seu trono um astro do céu, nem o
palácio real de um poderoso. Não quis nem mesmo as asas dos anjos como base
para seus pés. Quis um seio sem mácula.
Eva também tinha sido criada sem
mancha. Mas espontâneamente quis corromper-se. Maria, tendo vivido num mundo
corrupto (Eva, ao contrário, vivera num mundo puro) não quis prejudicar a sua
inocência nem mesmo com um pensamento voltado ao pecado. Sabia que o pecado
existe. Viu os vultos diversos e horríveis. Viu todos, até o mais horrendo
vício: o deicídio. Mas os conheceu para expiá-los e ser, eternamente, aquela
que tem piedade dos pecadores e ora por suas redenções.
Este pensamento será introdução a outras
coisas santas que darei para teu conforto e de muitos outros”.
(De Jesus à Valtorta, Vol. 1)
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