Fala-se hoje
falsamente em nome da laicidade
Cristo ensinou
“dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, isto é, o Estado
e a Igreja têm atividades diferentes e devem atuar conjuntamente para o
bem do povo. O Estado é laico, quer dizer, não professa uma religião específica,
mas deve incentivar o valor religioso, que faz parte da grandeza e da
dignidade do homem.
Laicidade,
corretamente entendida, significa que o Estado deve proteger amplamente a
liberdade religiosa tanto em sua dimensão pessoal como social, e não
impor, por meio de leis e decretos, nenhuma verdade
especificamente religiosa ou filosófica, mas elaborar as leis com base nas
verdades morais naturais. O fundamento do direito à liberdade religiosa se
encontra na própria dignidade da pessoa humana.
Infelizmente, mesmo
em países de profundas raízes cristãs, como a Espanha, este laicismo
radical e anticristão é notado com clareza. Um Estado que tenta impedir a
vivência religiosa do povo, especialmente o Cristianismo, com uma ação
hostil ao fenômeno religioso e a tentativa de encerrá-lo unicamente
na esfera privada.
Tenta-se, assim,
eliminar os símbolos religiosos mais tradicionais do povo, como que lhe
arrancando as raízes. Ora, retirar, por exemplo, o crucifixo de nossos
locais públicos, equivale a eliminar a nossa tradição cristã ocidental. Esse
sinal sagrado é para nós o que há de mais importante, significa o
respeito ao ser humano, a defesa da justiça, da honra, da caridade, da
bondade, da pureza, da verdade, do amor. Quem pode ser contra isso? Que
filosofia pode ir contra isso?
Como disse um dos
personagens de Dostoiévski, em “Irmãos Karamazóvi”: “Se Deus não existe,
tudo é permitido”. Se Deus não existe, então, eu sou deus; essa é a
mentalidade laicista que se pretende impor mesmo aos cristãos, baseados
numa falsa concepção de que Deus não existe e de que não se pode provar a
existência d’Ele.
O Vaticano já
chamou de “cristianofobia” a aversão ao Cristianismo, tanto no Ocidente
quanto no Oriente. Esta expressão foi introduzida pela primeira vez no ano
2003 em uma resolução do Terceiro Comitê da 58ª Assembléia Geral da ONU, e
que compreende os atos de violência e perseguição, intolerância e
discriminação contra os cristãos, ou uma educação errônea ou a
desinformação sobre essa religião [Cristianismo]. Por isso, hoje, em
muitos países, os cristãos são vítimas de preconceitos, estereótipos e
intolerâncias.
É uma ideologia
racionalista e estimulada por poderosas instituições internacionais, como
se pode constatar em uma breve consulta na internet. Algumas “fundações”
no exterior destinam muitos recursos para esse fim.
Enfim, o laicismo que hoje
vemos é o do Estado que caminha para se tornar um Estado com religião
oficial e não um Estado laico: um Estado totalitário ateu, que quer
eliminar Deus e a religião e que investe fortemente contra a
liberdade religiosa. Um Estado cujo deus é o individualismo, o hedonismo,
o prazer material e a “liberdade” para aprovar tudo que desejar, sem
restrições morais.
No bojo do laicismo
encontramos o que o nosso Papa Bento XVI tem chamado de “ditadura do
relativismo”, que surge como uma consequência da “ditadura
do racionalismo” ateu e materialista, e que elimina a verdade. Ora, a
eliminação da verdade coloca o homem nas mãos do mais forte, do útil, da
imoralidade.
Fala-se hoje
falsamente em nome da laicidade, mas se pratica o laicismo para bloquear a
vida e a atividade, especialmente da Igreja Católica, em sua realidade
profunda e positiva.
Fonte:
cleofas.com.br
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