A DUREZA DO CORAÇÃO MESMO DIANTE DE UM MILAGRE
Depois de uma dura repreensão aos habitantes
de Corozaim e, de contar a parábola sobre os corações incultos, Jesus cura.
“Ó
mulher, vem cá!”, diz Ele, fazendo sinal a uma mulher que está ao lado da
parede, tão encurvada, que parece um ponto de interrogação.
As
pessoas viram para que lado foi que Jesus fez o sinal, enquanto que a mulher,
por causa de sua posição, não pode ver a Jesus, nem a mão Dele.
“Vai,
então, Marta. Ele te está chamando”, dizem-lhe muitos. E a pobrezinha lá se
vai, mancando, com o seu bastão, e , á altura do bastão está a cabeça dela.
A
mulher já está diante de Jesus, que lhe diz: “Mulher, toma uma lembrança da
minha passagem e um prêmio pela tua fé silenciosa e humilde. Fica livre da tua
enfermidade”. Grita Ele finalmente, pousando suas mãos sobre as costas dela.
E,
de repente, a mulher se ergue e, reta como uma palmeira, levanta os braços, e
grita: “Hosana! Ele me curou! Ele viu sua serva fiel, e lhe fez este benefício.
Seja dado louvor ao Salvador e Rei de Israel! Hosana ao Filho de Davi!”
As
pessoas respondem com seus hosanas aos hosanas da mulher, que agora está de
joelhos aos pés de Jesus, e lhe beija a fímbria da veste, enquanto Ele diz: “Vai
em paz, e persevera na Fé.”
O
sinagogo, ao qual devem ainda estar queimando as palavras ditas por Jesus antes
da parábola, quer lançar seu veneno em forma de censura, e grita indignado,
enquanto a multidão se abre para deixar passar a mulher que foi curada: “Tendes
seis dias para trabalhar, seis dias para pedir e para dar. Vinde naqueles dias
para curar-vos, sem ficardes violando o sábado, ó pecadores e descrentes,
corruptos e corruptores da Lei!” E ele procura expulsar para fora da sinagoga a
todos, como para afastar a profanação do lugar de oração.
Mas
Jesus, que o vê sendo ajudado pelos quatro maiorais de antes e por outros
espalhados pelo meio da multidão, os quais dão sinais mais claros de que estão
escandalizados... pelo delito de Jesus, agora é Ele, Jesus, quem grita por sua
vez, enquanto, com os braços cruzados sobre o peito, com severidade e
impotência, olha para ele:
“Hipócritas! Quem é de vós que neste dia
não vai soltar o boi ou o asno da manjedoura, e não vai levá-los a beber? E
quem não foi levar os feixes de ervas para as ovelhas do rebanho e tirar o
leite das maminhas cheias? E, não devia Eu soltar esta mulher de suas
correntes, depois de Satanás tê-la tido pressa durante dezoito anos, só porque
hoje é sábado?
Ide.
Eu pude soltar esta mulher de uma desventura que ela não procurou. Mas não
poderei nunca soltar-vos das vossas desventuras, que são voluntariamente
procuradas, ó inimigos da Sabedoria e da Verdade!”
As
pessoas boas, entre as muitas não boas de Corozaim, aprovam e louvam, enquanto
a outra parte, lívida pelo ódio, vai-se embora, deixando no ar o indignado
sinagogo.
Também
Jesus o deixa no ar, e sai da sinagoga rodeado pelos bons, que o continuam a
circundar, até Ele chegar á campina, onde os abençoa pela última vez, tomando
depois a estrada mestra, junto com os seus primos, Pedro e Tomé.
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