“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

terça-feira, 27 de outubro de 2015

MOMENTOS ANTES DA ENTRADA TRIUNFAL NA CIDADE SANTA


MOMENTOS ANTES DA ENTRADA TRIUNFAL NA CIDADE SANTA

30 de março de 1947.

Jesus passa um braço por sobre os ombros de sua Mãe, que se levantou, quando João e Tiago de Alfeu a alcançaram, para dizer-lhe: “O teu Filho vem vindo”, e depois voltaram para trás, para se reunirem com os companheiros, que vão andando lentamente, conversando, enquanto Tomé e o André foram correndo a Betfagé, a fim de procurar a jumenta com o jumentinho e levá-los a Jesus.
Enquanto isso, Jesus fica falando com as mulheres. “Eis-nos aqui perto da cidade. Eu vos aconselho que vades com segurança. Entrai antes de Mim na cidade. Perto de Em Rogel estão todos os pastores e os discípulos de mais confiança. Eles receberam a ordem para servir-vos de escolta e dar-vos proteção.”
“É que... Nós já falamos com Azer de Nazaré e com Abel de Belém, e também com Salomão. Eles tinham, vindo até aqui para verem a tua chegada. A multidão prepara uma grande festa. E nós queríamos ver. Estás vendo como se estão sacudindo as copas das oliveiras? Não é o vento que as está agitando desse modo. Mas é o povo que está apanhando ramos para espalhá-los pelo caminho e cobrir-te dos raios do sol. E aquilo lá? Olha como estão despojando as palmeiras de seus leques. Parecem ser uns cachos pendurados, mas são homens que subiram pelos fustes das palmeiras, e estão colhendo o mais que podem. E nos declives os meninos estão curvados colhendo flores. E as mulheres certamente estão nos hortos e jardins, apanhando corolas e ervas cheirosas, para encherem de flores o caminho. Nós queríamos ver... e imitar o gesto de Maria de Lázaro, que recolheu todas as flores pisadas por teus pés, quando entraste no jardim de Lázaro”, diz afetuosamente por todas, Maria de Céofas.
Jesus acaricia sobre a face a sua velha parenta, que mais parece uma menina cheia de vontade de ver o espetáculo, e lhe diz: “No meio da grande multidão, não veríeis nada. Ide na frente. Ide à casa de Lázaro, aquela que está sob a guarda de Matias. Eu passarei por lá, e vós me vereis, lá do alto.”
“Meu Filho... e Tu vais sozinho? Não posso estar perto de Ti?”, diz Maria, levantando o seu rosto cheio de tristeza, e fitando seus olhos azuis como o céu, sobre seu doce Filho.
“Eu quereria pedir-te que fiques escondida. Como a pomba na fenda do rochedo. Mais do que da tua presença, o de que eu preciso de ti é da tua oração, minha Mãe querida”.
“Se assim é, meu Filho, nós rezaremos, todas nós, por Ti.”
“Sim. Depois de tê-lo visto passar, ireis conosco para o meu palácio, em Sião. E eu mandarei alguns servos ao Templo, e que irão sempre atrás do Mestre, a fim de que eles nos tragam as ordens dele e suas notícias”, assim decide Maria de Lázaro, sempre alerta para compreender o que é melhor fazer-se, e para fazê-lo sem demora.
“Tens razão, minha irmã. Ainda que eu sofra por não poder acompanhá-lo, compreendo que a ordem é justa. E, afinal, Lázaro nos disse que não contradigamos ao Mestre em nada. E que lhe obedeçamos até nas menores coisas. E assim faremos.”
“Então, ide. Estais vendo? As ruas vão ficando movimentadas. O povo já está quase alcançando os apóstolos. Ide. A paz esteja convosco. Eu vos farei vir nas horas que Eu julgar oportuno. Minha Mãe, adeus. Fica em paz. Deus está conosco.” E a beija, e se despede dela. E as obedientes discípulas lá se vão com cuidado.
Os dez apóstolos alcançam Jesus. “Tu as mandastes para frente?”
“Sim. De alguma casa poderão ver a minha entrada.”
“De qual casa?”, pergunta Judas de Keriot.
“Ora” São... tantas já as casas amigas”, diz Filipe.
“Por que não vão para a da Anália”, insiste Iscariotes.
Jesus responde negativamente, e vai-se encaminhando para Betfagé, que fica pouco longe. Ele já vai chegando perto, quando vêm voltando para trás os dois que foram mandados buscar a jumenta e o jumentinho. E eles gritam: “Achamos tudo o que disseste, e te trouxemos os animais. Mas o dono deles quis escová-los e adorná-los com os melhores arreios, a fim de prestar-te uma honra. E os discípulos, unidos aos que passaram a noite nas estradas de Betânia, a fim de te prestarem honras e querem ter a honra de conduzi-los a Ti, e nós consentimos. Pareceu-nos que o amor deles merecia um prêmio.”
“Fizeste bem. Então, vamos para a frente.”
“São muitos os discípulos?”, pergunta Bartolomeu.
“Oh! São uma multidão. Não se consegue nem entrar pelas ruas de Betfagé. Por isso, Eu disse a Isaque que leve o jumento, passando por Cleonte, queijeiro”, responde Tomé.
“Fizeste bem. Vamos até o cume da colina. E lá esperamos um pouco, à sombra daquelas árvores.” Eles vão para o lugar que Jesus lhes está mostrando.
“Mas assim nos afastamos do caminho. Tu estás à altura de Betfagé, deixando-a para trás!”, exclama Iscariotes.
“E, assim Eu quero fazer, quem é que me pode proibir? Será que Eu já sou um prisioneiro, não me sendo permitido ir para onde quero? E haverá pressa para que Eu o seja, e se teme que Eu possa escapar da captura? E, se Eu julgasse justo afastar-me por lugares mais seguros, haverá quem mo possa impedir?” Jesus dardeja com os seus olhos sobre o traidor, que não abre a boca, e dá de ombros, como se dissesse: “Faze o que te parecer.”
De fato, eles passam por detrás da pequena cidade, eu diria por um subúrbio da cidadezinha, porque do lado oeste estão pouco longe dela, fazendo já parte das encostas do Monte das Oliveiras, que coroa Jerusalém do lado oriental. Lá embaixo, entre os declives e a cidade, as águas do Cedron brilham ao sol de abril. Jesus se assenta no meio daquele silêncio verde, e se concentra em seus pensamentos. Depois ele se levanta, e vai até a borda do outeiro.


(logo em seguida Jesus chora sobre Jerusalém- ver artigo anterior.)

(De Jesus a Valtorta - O Evangelho como me foi Revelado.)

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