“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

sábado, 26 de setembro de 2015

O AMOR DA MÃE


O AMOR DA MÃE


Diz Maria:

“Como para Mim foi um êxtase o nascimento do Filho e o arrebatamento para Deus, que se apoderou de Mim naquela hora, foi tornar-me presente a Mim mesma e à Terra, com o meu Menino nos braços, assim também a minha impropriamente dita morte foi um arrebatamento para Deus.
Fiando-me na promessa que recebi, no esplendor da manhã do Pentecostes, Eu pensava que a aproximação daquele momento da última vinda do Amor, para levar-me consigo, devesse manifestar-se com um aumento do Fogo, que em Mim ardia sempre. E eu não errei.
Da minha parte, quanto mais a vida passava, mais aumentava em Mim o desejo de fundir-me com a Caridade Eterna. O que me impelia a isso era o desejo de ir unir-me com meu Filho e a certeza de que nunca teria feito tanto pelos homens, como quando tivesse sido uma que orasse e trabalhasse por eles, aos pés do Trono de Deus. E com um movimento cada vez mais acelerado, com todas as forças de minha alma, Eu gritava ao Céu: “Vem Senhor Jesus! Vem, Eterno Amor!”
A Eucaristia, que era para Mim como uma orvalhada para uma flor cheia de sede, era sim, vida, mas, quanto mais o tempo passava, mais se tornava insuficiente para satisfazer à irrefreável ânsia do meu coração. Não me bastava mais receber em Mim o meu Divino Filho, e trazê-lo em meu interior nas sagradas espécies, como o tinha trazido em minha carne virginal. Todo o meu ser queria o Deus Uno e Trino em minha carne virginal. Todo o meu ser queria o Deus Uno e Trino, mas não sob os véus escondidos pelo meu Jesus, para esconder o inefável mistério da fé, mas como Ele estava, está e estará no Centro do Céu. O meu próprio Filho, em seus transportes Eucarísticos, me esperava, e todas as vezes que a mim vinha, com o poder do seu amor, descobria a minha alma, e depois, com uma ternura infinita, chamando-me “Minha Mãe”, e Eu me sentia ansiosa por estar com Ele.
Eu não desejava mais nada. Nem mesmo o desejo de tutelar a nascente Igreja havia mais em mim, naqueles últimos tempos da minha vida mortal. Tudo ficava reduzido a nada, pelo desejo de possuir a Deus, pela persuasão que eu tinha de tudo poder, quando o possuímos.
Aproximai-vos, ó cristãos, deste Amor total. Que tudo o que é terreno perca o valor. Olhai só para Deus. Quando estiverdes ricos com esta pobreza desejada, tereis, então, a riqueza incomensurável. Deus se inclinará para o vosso espírito, a fim de instruí-lo antes, para tê-lo depois, e vós subireis com Ele ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, para conhecê-los e amá-los, por toda uma feliz eternidade, e para possuir as sua riquezas de graças para os irmãos. Nunca somos tão ativos, em favor dos irmãos como quando não estamos mais nomeio deles, mas já somos luzes unidas à Divina Luz.
O aproximar-se do Amor Eterno trouxe o sinal que eu esperava. Tudo o mais perdeu luz e cor, voz e presença, sob o fulgor e a Voz que descendo dos Céus, abertos para o meu olhar espiritual, se abaixavam sobre Mim para colherem a minha alma.
Costuma-se dizer que Eu me teria alegrado por ter sido assistida, na morte pelo meu Filho. Mas o meu doce Jesus estava bem presente com o Pai, quando o Amor, isto é, o Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, me deu o seu terceiro beijo em minha vida, um beijo tão poderosamente divino, que nele minha alma se exalou, perdendo-se na contemplação, como uma gota de orvalho é aspirada pelo Sol no cálice de um lírio.
E eu subi, com o meu espírito, cantando hosanas aos pés dos três, que eu havia sempre adorado. Depois, no exato momento, como uma pérola num castão de fogo, ajudada antes, e acompanhada depois, pelas fileiras de espíritos angélicos, que vieram assistir-me, no meu eterno e celeste nascimento, esperada já antes de chegar às soleiras dos Céus, pelo meu Jesus, e sobre as soleiras deles, pelo meu justo esposo terreno, pelos reis e patriarcas de minha estirpe, pelos primeiros santos e mártires, e entrei como Rainha, depois de tanta dor e humildade de uma pobre serva de Deus no Reino da alegria sem limites. E, o Céu se fechou de novo sobre a alegria de possuir-me, de ter a sua Rainha, cuja carne, a única entre todas as carnes mortais, conhecia a glorificação, ainda antes da Ressurreição e do último juízo.”


(O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, Vol. 10, pgs. 494, 495)

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