“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

UMA DECLARAÇÃO DE AMOR A JESUS.


              UMA DECLARAÇÃO DE AMOR A JESUS


Gostaria que lessem esta declaração de amor arrebatadora, feita por Maria Valtorta enquanto escrevia o livro “ O Evangelho como me foi Revelado”, quando incapaz de se conter diante da bondade de Jesus, cai em êxtase de amor e diz:

“ Como muitas vezes fazem, enquanto vão caminhando, talvez para quebrar com esta distração, a monotonia do muito caminhar, os apóstolos falam um com os outros, lembrando e contando o último acontecimento, fazendo ao Mestre perguntas que ele quase sempre responde em poucas palavras, só para não ser descortês, reservando as forças que ainda tem somente para quando tem que falar ensinando o povo e seus apóstolos, corrigindo ideias erradas ou confortando os infelizes.
Jesus era a “ Palavra”, mas certamente não era um “palavrório”. Paciente e gentil como nenhum outro, sem mostrar nunca que estivesse aborrecido por ter que repetir um conceito uma, duas, dez, cem vezes, a fim de fazer que ele penetrasse nas cabeças encouraçadas pelos preceitos dos fariseus e dos rabinos, sem cuidar do seu cansaço, que as vezes chegava a ser tão grande, que passava a ser um sofrimento, contanto que aliviasse os sofrimentos morais ou físicos de alguma criatura. Mas é evidente que ele precisa calar-se, separar-se dos outros em silêncio meditativo, capaz de durar horas se ele não for perturbado por alguém que lhe faça alguma pergunta. Geralmente e sempre um pouco na frente de seus apóstolos, ele vai com a cabeça um pouco inclinada, levantando-a de vez em quando, a fim de olhar para o Céu, para o campo ou para as pessoas e para os animais. Para olhar eu disse, mas falei mal. Devo dizer: PARA AMAR.Porque é um sorriso, sorriso de Deus, o que sai daquelas pupilas e se derrama em carícias sobre o mundo e as criaturas, um sorriso amor. Porque é o amor que transluz, que se expande, que abençoa, que purifica a luz do seu olhar, sempre intenso, mas muito mais intenso quando ele sai dos seus recolhimentos.
Mas, que serão os seus recolhimentos? Eu penso, e tenho certeza de não estar errada, porque basta observar a expressão do sei rosto para ver o que eles são, eu penso que são muito mais do que nossos êxtases, durante os quais uma criatura já esta vivendo no Céu. Eles são a união sensível de Deus com Deus. Sempre presente e unida á Divindade ao Cristo, que é Deus como o Pai. Na Terra como no Céu, o Pai esta no Filho e o Filho esta no Pai, e eles se amam, e amando-se geram a terceira pessoa. O poder do Pai e a geração do Filho e o ato de gerar e de ser gerado cria o fogo, isto é o Espírito do Espírito de Deus. O poder se volta para a sabedoria, que ele gerou, e esta se volta para o Poder, na alegria de ser um pelo outro e de se conhecerem pelo que são. E, visto que todo conhecimento bom e recíproco cria amor, assim também são nossos conhecimentos ainda que imperfeitos, eis ai o Espírito Santo. Eis aquele que se fosse possível introduzir uma perfeição nas perfeições Divinas, dever-se-ia chamar a Perfeição da Perfeição. O Espírito Santo! É ele que, só ao pensarmos nele, já nos enche de luz, de alegria de paz...
Nos êxtases do Cristo, quando o incompreensível mistério da Unidade e da Trindade de Deus se renovava no Santíssimo Coração de Jesus, como uma completa, perfeita, incandescente, santificante, gozosa, pacífica produção de amor devia gerar-se e produzir-se como o calor de uma fornalha ardente , como o incenso em um turíbulo aceso, para beijar com o beijo de Deus as coisas criadas pelo Pai, feitas por meio do Filho Verbo, feitas pelo amor, só pelo amor, porque todas as operações de Deus são amor. E isto e o olhar do homem Deus, quando, como homem e como Deus, levanta os olhos que contemplaram em si mesmo o Pai. A si mesmo e ao amor, olhando o Universo, admirando como homem o poder criador de Deus, admirando-se de poder salvá-lo nas criaturas reais dessa criação, que são os homens, e de fazer isso como Deus.
Oh! Não se pode, ninguém poderá nem um poeta, nem um artista, nem um pintor, tornar visível para as multidões aquele olhar de Jesus, que sai do abraço, da união sensível com a Divindade, unida hipostaticamente sempre ao homem, mas nem sempre tão profundamente sensível ao homem que era Redentor, e que por isso as suas muitas dores, aos seus muitos aniquilamentos devia acrescentar ainda este, grandíssimo, de não poder mais estar sempre no Pai, no grande vértice do amor, como quando estava no Céu, onipotente, livre, gozoso. Esplêndido o poder do seu olhar na hora do milagre, dulcíssima a expressão do seu olhar de homem, tristíssima a luz de dor na hora da dor. Mas são olhares ainda humanos, e contudo de uma expressão perfeita. Este, este é o olhar de Deus que se contemplou e se amou na Triniforme Unidade, que não pode ter comparação, nem há adjetivo para isso.
E a alma prostra-se, adorando, tornada um “ nada” no conhecimento de Deus, tornada bem-aventurada no contemplar o seu infinito amor. As torrentes de delícia se derramam em minha alma...Eu sou bem aventurada! Toda dor, cada recordação se anula sob as ondas de amor de Jesus Deus... e essas ondas me elevam ao Céu, ao Céu, a Ti...
Obrigada, meu adorável amor!...Obrigada!...Agora te sirvo ainda...A criatura foi tornada mulher, foi tornada “portadora” depois de ter sido por um instante “ Serafim”. Torna mulher, criatura-mártir, talvez um outro tormento já lhe está as costas... Mas no meu espírito brilha a luz que tu me deste, a beatífica luz de ter-te contemplado, nem torrentes de lágrimas, nem torturas cruéis poderão arrancá-la. Obrigada, meu bendito! Tu somente me amas!
Compreendo Paulo como jamais antes! “ Quem poderá separar-me do amor de Cristo? De todas essas coisas somos vencedores em virtude daqueles que nos amou...Eu estou seguro que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as virtudes, nem as coisas presentes, nem as futuras, nem a potência, nem a altitude, nem a profundidade, nem qualquer outra coisa poderá separar-nos do amor de Deus que esta em Cristo Jesus Nosso Senhor.” É o canto vitorioso, jubiloso, que jorra das fileiras dos vitoriosos, dos amantes, dos salvos pelo amor, porque esta é a santidade, a salvação tida porque fomos amados sobre a Terra, o percebe e canta a sua alegria, a sua confiança, a sua certeza...E luz, ainda mais luz vem, e as palavras luminosas do Apóstolo se iluminam ainda mais, ainda mais..” o amor de Deus que está em Cristo Jesus, Senhor nosso”.
Eis agora compreendo as palavras de Azarias, deste inverno: “ Jesus é o compêndio do amor dos três”. Eis! Todo o amor está nele. Nós podemos encontrar este amor de Deus, nós homens, sem esperar o retorno de Deus, sem esperar o Céu, amando Jesus. Eis! Para quem crê se abrem dentro das fontes de água viva, fontes de luz, fontes de amor, porque quem crê vai a Jesus, porque quem crê que Jesus está na Eucaristia com o seu corpo, sangue, alma Divindade, como estava na Terra, como está no Céu, com o coração, com o seu coração! E no coração de Jesus está o amor de Deus. E quando o homem recebe o Corpo Santíssimo de Jesus acolhe em si o coração de Jesus. Tem por isso em si não só Jesus, mas tem o amor de Deus, ou seja, tem Deus Pai, Filho e Espírito Santo, porque o amor de Deus é a Santíssima Trindade, que é uma única coisa: O AMOR. O amor que se reparte em três chamas para fazer-nos triplicemente felizes. Felizes por ter um Pai, um irmão, um Amigo. Felizes por ter quem providencia, quem orienta, quem ama. Felizes por ter Deus!
Oh! Não posso mais!...Senhor muito grande é o teu dom!  Quem o obtêm de mim dos Céus? És tu, beatíssima Mãe, contemplada no teu fulgor de Rainha Assunta aos Céus? És tu, amoroso de Cristo, João de Betsaida, meu amigo? És tu, amável patriarca protetor dos perseguidos, solicito provedor de conforto, José veneradíssimo? És tu minha grande irmãzinha, Tereza do Menino Jesus, que me obténs aquilo que desde os meus vinte e um anos peço: que transbordem na minha alma as ondas do amor? Oh! És tu, realiza a obra. Obtém-me de morrer não em um desses assaltos de amor. Sou eu ainda uma pequena alma e não desejo coisas extraordinárias. Mas de morrer depois de um destes assaltos de amor, quando sou tornada “ pequena alma, pequeníssima”, feita ainda mais pequena pelo conhecimento daquele que é o infinito amor, depois de um desses assaltos, porque depois estou como que rebatizada pelo amor e não restam sombras de manchas em mim. O amor arde... Ó, és tu, Azarias, bom amigo que por todas as lágrimas que recolheste de maus cílios e levaste ao Céu, me obtiveste esta hora de bem-aventurança? Se és tu, que sejas bendito!
Porém a ti, Teresa, a José, a João e Maria Santíssima, eu não peço que este êxtase retorne ainda, a encher-me de jubilo e de fogo. Mas vos peço, vos suplico, que vá a outros corações, e especialmente aqueles que vós sabeis, aqueles corações que torturam o meu, e desagradam a Deus, que não sabem sentir e não sabem obedecer. Se aqueles corações tiverem ainda que um instante só desses assaltos de amor, se converterão ao amor, ao verdadeiro amor. Amarão. Com tudo de si. Com o intelecto sobretudo, do qual cairão as muralhas do racionalismo, da ciência humana, que negam e que obstaculizam a fé simples e boa e colocam confins ao poder de Deus. E com o coração onde se fundirão, como cera ao fogo, as crostas do egoísmo, da inveja, do ódio...
Fazei-o meus caríssimos. Eu aceito de não colocar mais os lábios sobre o cálice restaurador do amor, aceito de beber sempre, até o retorno de Deus, o cálice amargo de todas as renúncias, mas que esses tornem sobre caminho luminoso, que esses se santifiquem em cada ação deles, para merecer o olhar de Jesus-Deus, assim como me foi concedido de gozar hoje. Merecê-lo aqui, possuí-lo para sempre no Céu, assim como, esperando no meu Senhor, confio possuí-lo eu também...”

Depois desta declaração de Valtorta, Jesus diz:


“ Cantaste ao invés de contar, cantaste. Todo o Paraíso cantava ontem as glórias de minha Mãe, e tu cantaste junto no Paraíso, e o Paraíso ouviu num certo momento o teu solo. Sabes quando? Quando tu pediste para não gozar, mas que “ aqueles” sejam invadidos pelo amor para serem salvos. O Céu amante escutou a ti, porque renunciar á beatitude para que outros tenham a vida é concedido somente a quem está sobre a Terra sendo já cidadão do Céu. Os Santos, pelo seu canto, recordaram-se de quando eram cantores sobre a Terra. Os anjos ouviram olhando com fraterna complacência o teu Azarias. Maria sorriu oferecendo o teu canto de amor. E o amor! Oh! Minha Maria! E o amor te beijou...e te beija ainda. Permanece no gáudio. Tu compreendeste o amor. Eu estou em ti, e em mim está Deus Uno e Trino, como compreendeste. Percorre os caminhos da alegria sobrenatural hoje, em vez das estrelas da Palestina, ao encontro do amor de Jesus... Maria, não és feliz de estar nas condições em que estavam os meus no último ano de minha vida? É um dom também isto, e uma luz para compreender-me. Sem uma experiência própria, e proporcionada, a criatura não poderia compreender o que foi a minha longa Paixão. Mas hoje, como ontem, percorre os caminhos da alegria celeste. Deus está contigo.
 Permanece em paz.”


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