“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

TÊM OLHOS E NÃO VÊEM, TÊM OUVIDOS E NÃO OUVEM


TÊM OLHOS E NÃO VÊEM, TÊM OUVIDOS E NÃO OUVEM


Diz um fariseu a Jesus:

“Queríamos ver as tuas novas conquistas, para nos congratularmos contigo,” e se ri, com falsidade.

As minhas conquistas? Ei-las. E Jesus faz um gesto em semi-círculo, mostrando a multidão, quase toda do além-Jordão, isto é, desta região em que fica Bozra. Depois, sem dar tempo ao fariseu de replicar, começa a falar.
Procuraram-me aqueles que antes não me procuravam. E Eu disse: Eis-me aqui, eis-me aqui a uma nação que não invocava o meu Nome. Glória ao Senhor, que fala a Verdade pela boca dos profetas! Verdadeiramente, Eu, olhando para esta multidão que me aperta de todos os lados, alegro-me vivamente no Senhor, porque vejo cumpridas as promessas que Eu mesmo acendi, fiz brilhar, unido ao Pai e ao Paráclito, no pensamento, na boca, no coração dos profetas, promessas que Eu conheci, antes de fazer-me carne. Elas me confortam. Sim. Elas me confortam contra todo o ódio, rancor, dúvida e mentira. Procuraram-me aqueles que, antes, nem perguntavam por Mim. E me encontraram aqueles que não me procuravam. Por que será isso assim, e, ao contrário, aqueles aos quais Eu estendi as mãos, dizendo: “Eis-me aqui” foram os que me rejeitaram?” E, no entanto, eles é que me conheciam, enquanto que estes não me conheciam. E então?
Eis aqui a chave do mistério. Ignorar, ainda não é culpa, mas renegar é culpa. E muitos daqueles que sabem de Mim, e aos quais Eu estendi as mãos, me renegaram, como se Eu fosse um bastardo ou um ladrão, um satanás corruptor, porque, em sua soberba, apagaram a luz da fé e se desviaram para caminhos não bons, tortos, pecaminosos, abandonando o caminho que a minha voz lhes indica. O pecado está no coração, nos pratos, nos leitos, nos corações, nas mentes deste povo que me rejeita e que, vendo por toda parte o reflexo da sua própria imundície, também em Mim ele a vê, e o seu ódio ainda mais a concentra, para, então, me dizer: “Afasta-te que és imundo.”
E, então, que é que dirá Aquele, que vem com as vestes tingidas de vermelho, belo em sua veste e caminhando na grandeza de sua força? Ele cumprirá o que diz Isaías, e não se calará, e despejará no meio deles o que eles merecem? Não. Antes haverá de esmagar em sua prensa, ele sozinho, abandonado por todos, para fazer o vinho da Redenção. O vinho que inebria os justos, a fim de fazer deles uns bem aventurados, o vinho que inebria os culpados da grande culpa, para despedaçar seu sacrílego poder. Sim, o meu vinho, o que está amadurecendo a cada hora, ao sol do Eterno Amor, será ruína e salvação para muitos, como está dito um uma profecia que ainda não está escrita, mas depositada na rocha sem rachadura, da qual brotou a Videira, que dá o vinho da Vida Eterna.
Entendeis vós? Não, vós não entendeis, ó doutores de Israel. Não importa que vós compreendais. Está descendo sobre vós a escuridão, da qual fala Isaías:”Têm olhos e não vêem. Têm ouvidos, e não ouvem.” Escarnecerei da Luz, com o vosso ódio, para que se possa dizer que a Luz foi repetida pelas trevas, e que o mundo não quis conhecer.
Mas vós, exultai. Vós que estáveis nas trevas e soubestes crer na Luz, que vinha sendo anunciada, vós que a desejastes, procurastes e encontrastes. Exultai, ó povo dos fiéis, que pelos montes, rios, vales e lagos, fostes á Salvação, sem fazer conta do peso de um longo caminho. Assim se faz também para o outro caminho espiritual, que é aquele que, das trevas da ignorância, te conduzirá, ó povo de Bozra, á Luz da Sabedoria. Exulta, ó povo da Auranítide! Exulta na alegria do conhecimento. Verdadeiramente também de ti está dito, e dos povos teus limítrofes, quando canta o profeta que os vossos camelos e dromedários se aglomerarão pelos caminhos de Neftali e Zabulon, para irem adorar ao verdadeiro Deus, e para serem servos seus, na santa e doce lei, que não impõe tais coisas para garantir a paternidade divina e a felicidade eterna, mas a observância dos dez mandamentos do Senhor, amar o verdadeiro Deus com todo o vosso ser, amar ao próximo como a nós mesmos, respeitar os sábados sem profaná-los, honrar os pais, não matar, não roubar, não cometer adultério, não ser falso nos testemunhos, não desejar a mulher e as coisas dos outros. Oh! Felizes de vós, se, vindos de mais longe, superardes os que eram da casa do Senhor e que dela saíram, estimulados pelos dez mandamentos de Satanás, que ensinam a desamar a Deus, a amar a si mesmos, a prestar a Deus um culto corrompido, a tratar os pais com dureza, a ter o desejo de cometer o homicídio, a tentativa de furtar a santidade dos outros, a fornicação com Satanás, os falsos testemunhos, a inveja da natureza e da missão do Verbo, e do pecado horrível, que fermenta e amadurece no fundo dos corações, de muitíssimos corações.
Exultai, ó vós que estais com sede!
Exultai, ó vós que estais com fome, éreis vós os proscritos?
Éreis vós os desprezados?
Éreis os estrangeiros?
Vinde, exultai! Agora não é mais assim. Eu vos dou casas, bens, paternidade, pátria. O Céu, Eu vos dou.
Segui-me, que Eu sou o Salvador!
Segui-me que Eu sou o Redentor!
Segui-me, que Eu sou a Vida.
Segui-me que Eu sou Aquele ao qual o Pai não nega suas graças!
Exultai no meu amor!
Exultai!
E, para que vejais que Eu vos amo, ó vós que me procurastes com as vossas dores, ó vós que crestes em Mim, antes ainda de Me terdes conhecido, para que este dia seja de uma verdadeira exultação, Eu rezo assim: “Pai, Pai Santo! Sobre todas as feridas, doenças, chagas do corpo, angústias, tormentos, remorsos dos corações, sobre toda a fé que nasce, sobre a que vacila, sobre a que se robustece, desça, oh! Desça Salvação, graça e paz! Paz em Meu Nome! Salvação pelo nosso recíproco amor! Abençoa, ó Pai Santíssimo! Recolhe e une em um só rebanho estes teus e meus filhos dispersos! Faze que, onde eu estiver, estejam eles uma só coisa contigo, Pai Santo, contigo, comigo e com o Diviníssimo Espírito!”
Jesus, de braços abertos, em forma de cruz, com as palmas no alto, viradas para o céu, o rosto levantado, a voz ressoando como uma trombeta de prata, está arrastando aos que ouvem suas palavras... E fica assim, em silêncio, por alguns minutos. Depois, os seus olhos de safira deixam de ficar olhando para o céu, a fim de olharem para o amplo pátio, cheio de uma multidão, que está suspirando de comoção, ou fremindo de esperança. Suas mãos se unem, sendo levadas para a frente, e Ele, com um sorriso que o transfigura, lança o último grito: “ Exultai, ó vós que credes e esperais. Ó povo de sofredores, levanta-te, e ama ao Senhor teu Deus!
É simultânea e total a cura de todos os doentes. Um barulho de gritos, um estrondo de vozes dá hosanas ao Salvador.


( O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, Vol. 4, pg. 461 a 464)




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