JESUS NA CIDADE DOS PAIS DO APÓSTOLO FILIPE
O Reino de Deus é para todos os povos.
Dirigem-se para a praça principal, onde Jesus
já está começando a falar.
Lê-se
no capítulo oitavo do segundo livro de Esdras isto que agora vou repetir-vos: “
Tendo chegado o sétimo mês... ( Jesus me diz: Não ponhas outra coisa. Estou
repetindo integralmente as palavras do livro.”)
Quando
é que um povo volta para sua pátria? Quando volta para as terras de seus pais.
Eu venho para levar-vos de novo para as terras do vosso Pai, para o Reino do
Pai. E Eu posso fazer isso, porque para isso é que Eu fui enviado. Eu venho, pois,
para levar-vos para o Reino de Deus, e por isso é justo comparar-vos com os
repatriados que chegaram com Zorobabel a Jerusalém, a cidade do Senhor, e é
justo fazer convosco como o escriba Esdras fez com o povo reunido de novo do
lado de dentro dos sagrados muros. Porque reconstruir uma cidade e dedicá-la ao
Senhor, mas fazê-lo deixando de reconstruir as almas, que são como umas
pequenas cidades de Deus, seria uma estultícia inominável.
Como
reconstruir estas pequenas cidades espirituais, que tantas causas fizeram
desmoronar? De que materiais iremos lançar mão para reconstruí-las sólidas,
belas e duradouras? Os materiais estão nos preceitos do Senhor, os dez
mandamentos, e vós os sabeis, porque Filipe, vosso filho e meu discípulo,
vo-los fez recordar. Os dois santos, entre os santos preceitos são: “Ama a Deus
com todo o teu ser. E ao próximo como a ti mesmo.” Nestes dois está o compêndio
da Lei. E estes são os que Eu prego, porque com eles está assegurada a
conquista do Reino de Deus. No amor é que se encontra a força de conservar-se
santos, de se tornar santos, a força do perdão, a força do heroísmo nas
virtudes. Tudo se encontra no amor.
Não
é o medo que o salva. O medo do julgamento por Deus, o medo das sanções
humanas, o medo das doenças. O medo nunca foi construtivo. Ele abala, tritura,
desorganiza, arrebenta. O medo leva ao desespero, a buscar artifícios para
esconder as malfeitorias, a temer, quando o temor é inútil, porque o mal já
está em nós. Quem pensa, enquanto está são, em agir com prudência, por ter dó
do seu corpo? Ninguém. Mas, logo que o primeiro arrepio da febre percorre as
suas veias, ou uma mancha o faz pensar em doenças imundas, eis que então, vem o
medo, com um tormento aliado da doença, como mais uma força desagregadora, em
um corpo que a doença já começou a desagregar. O amor, pelo contrário, é
construtor. Ele edifica, solidifica, mantém a compacidade e preserva. O amor
nos leva a ter esperança em Deus. Ele nos leva a evitar fazer o mal. O amor nos
leva a ser prudentes para com a nossa própria pessoa, que não é o centro do
universo, como pensam e como agem os egoístas e os falsos amorosos de si
mesmos, porque amam de si mesmos só uma parte: a menos nobre, com prejuízo da
parte imortal e santa, e que sempre nós temos o dever de conservar sã, enquanto
Deus não desejar o contrário, para poderem ser úteis a si mesmos, aos pais, à
própria cidade e a toda nação.
É
inevitável que venham as doenças. E não está dito que toda doença seja prova da
existência de algum vício, ou uma punição. Há santas doenças, mandadas pelo
Senhor aos seus justos, para que no mundo, que pensa que ele mesmo e tudo, é um
meio de prazer, haja santos, que são como reféns de guerra, para a salvação dos
outros, e que pagam pessoalmente, a fim de que seja expiada, com o seu
sofrimento, que o mundo diariamente vai acumulando, e que terminaria
desmoronando sobre a humanidade, sepultando-a sob a sua maldição. Estais
lembrados do velho Moisés, orando, enquanto Josué combatia em nome do Senhor?
Deveis pensar que, quem sofre com santidade, move a maior das ofensivas ao
feroz guerreiro que está no mundo, escondido sob as aparências de homens e de
povos: a Satanás, e, naquela ofensiva, ele se bate também por todos os outros
homens. Mas, que grande diferença destas santas doenças, que Deus envia,
daquelas que são mandadas pelo vício, por algum pecaminoso amor para com a
sensualidade? As primeiras são provas da vontade benéfica de Deus para conosco.
As segundas são provas da corrupção que vem de Satanás.
Porém,
é necessário amar para ser santos, porque o amor cria, preserva, santifica.
Também
Eu, anunciando-vos esta verdade, vos digo, como Neemias e Esdras: “ Este dia é
consagrado ao Senhor nosso Deus. Nele não ponhais luto, não choreis.” Porque
todo luto há de cessar, quando se vive o dia do Senhor. Com a aspereza da
morte, porque da perda de um filho, de um esposo, de um pai, de uma mãe ou
irmãos, vem apenas uma separação temporária e limitada. Temporária, porque ela
cessa com a nossa morte. Limitada, porque se limita ao corpo, aos sentidos. A
alma nada perde com a morte do parente falecido, pelo contrário, com isso, não
fica limitada a liberdade que fica somente em uma das partes: a de nós que
ainda ficamos vivos com nossas almas encerradas na carne, enquanto que a outra
parte, a que já passou para a segunda vida, goza da liberdade e do poder de
velar por nós, e de conseguir para nós, muito mais do que quando ela vos amava,
ainda encerrada no cárcere do corpo.
Eu
vos digo, como Neemias e Esdras: “ Ide comer carnes gordas e beber vinho doce,
e mandai porções disso aos que disso não têm, pois hoje é dia consagrado ao
Senhor, e por isso nele ninguém deve sofrer. Não vos entristeçais, porque a
alegria do Senhor, que está entre vós, é a força de quem recebe a graça do
Senhor Altíssimo dentro dos seus próprios muros, em seus próprios corações.
Vós
não podeis mais fazer os Tabernáculos. O tempo deles já passou. Mas erguei
tabernáculos espirituais em vossos corações. Subi ao monte, Isto é, crescei na
Perfeição. Colhei ramos de oliveiras, de mirto, de palmeiras, de carvalho, de
hissopo, de toda planta bela. Ramos das virtudes da paz, da pureza, do
heroísmo, da mortificação, de todas as virtudes. Ornai o vosso espírito,
celebrando a festa do Senhor. Os seus Tabernáculos vos esperam. Os seus. E são
belos, santos, eternos, abertos a todos aqueles que vivem no Senhor. E junto
comigo, hoje, proponde fazer penitência pelo passado, proponde começar uma vida
nova.
Não
tenhais medo do Senhor. Ele vos chama, porque vos ama. Não tenhais medo. Sois
seus filhos, como cada um de Israel. Também para vós Ele fez todas as criaturas
e o Céu. Para vós suscitou Abraão e Moisés, abriu pelo meio o mar, criou a
nuvem que guiava o povo, desceu do Céu para dar a Lei e abriu as nuvens, para
que chorasse o maná, tornou fecunda a rocha, para que ela desse água. E agora,
ah!, agora também para vós manda o vivo Pão do Céu para as vossas fomes, manda
a Verdadeira Videira e a Fonte de Vida eterna para a vossa sede.
E
por minha boca, Ele vos diz: “Entrai, e possuí a terra sobre a qual Eu ergui a
mão, a fim de vo-la dar.” A minha terra espiritual: o Reino de Deus.”
(O
Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta. Vol. 4. Pg. 474 a 476)
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