“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

quarta-feira, 29 de julho de 2015

O BOM PASTOR É LUZ PARA O MUNDO.



 A MISSÃO DOS APÓSTOLOS E DOS DISCÍPULOS.

Jesus diz:

“A luz esteja convosco.”
..."Quis que viésseis todos comigo, para estar algumas horas convosco e para falar-vos a vós somente. Tenho algumas coisas para dizer-vos, a fim de preparar-vos sempre melhor para a missão. Vamos tomar a refeição, e depois falaremos. Assim, durante o nosso sono, nossas almas continuarão a saborear a doutrina."
Terminam a ceia frugal e depois se ajuntam em circulo ao redor de Jesus, que se assentou em uma grande pedra. São eles mais ou menos uma centena, talvez até mais, somando os discípulos e os apóstolos. ..."Eu vos quis aqui, assim em particular, porque vós sois os meus amigos. Eu vos chamei, depois da primeira prova feita pelos doze, tanto para ampliar o circulo dos meus discípulos ativos, como também para ouvir de vós as primeiras reações por serdes dirigidos pelos que Eu vos dou como meus continuadores. Sei que tudo andou bem. Eu apoiava com minha oração as almas dos apóstolos, que saíram da oração com uma nova força na mente e no coração.
Uma força que não procede de estudo humano, mas do abandono completo em Deus. Os que mais deram são os que mais se esqueceram de si mesmos. E esquecerem-se de si mesmos é uma coisa difícil. O homem é feito de recordações. E as que falam mais alto são as recordações do próprio eu. É preciso fazer distinção entre o “eu”e o “eu”. Há o “eu” espiritual, dado pela alma que se recorda de Deus e de sua origem de Deus, e há o “eu” inferior, da carne, que se recorda de mil exigências, que tudo abraçam, ou de si mesma, ou das paixões, e que, visto serem tantas as vozes a ponto de formar um coro e, que vencem a voz do espírito, que recorda sua nobreza de filho de Deus, se o espírito não for bem robusto. Por isso, menos do que por essa recordação santa, que seria necessário estimular sempre mais, e conservar viva e forte, por isso, para serem perfeitos como discípulos, e preciso que saibam esquecer-se de si mesmos, de todas as suas recordações, exigências e medrosas reflexões do eu humano. Nesta primeira prova, entre os meus doze, os que mais deram foram os que mais se esqueceram de si mesmos. Esquecidos, não só do seu passado, mas também de sua limitada personalidade. São os que não se recordaram mais do que eram, e de tal modo se uniram a Deus, a ponto de não terem medo. Medo de nada.
Para que a severidade de alguns? Porque eles se recordaram dos seus escrúpulos habituais, de suas considerações habituais, de suas habituais prevenções.
 Por que o laconismo de outros? Porque eles se lembraram de suas incapacidades doutrinárias, e ficaram com medo de fazer triste figura ou de fazer que eu a fizesse.
 Por que ainda as vistosas exibições de outros? Porque eles se lembraram de suas habituais soberbas, de seus desejos de se mostrarem, de serem aplaudidos, de sobressaírem, de serem "alguma coisa". E enfim, porque o repentino desejo de revelar-se de outros, com uma oratória rabínico, firme, persuasivo, triunfal? Porque eles, e só eles, assim como os que até agora foram humildes e procuravam passar sem serem observados, mas que, no momento certo, souberam, de repente, assumir a dignidade do primado que lhes foi conferida, e que eles nunca quiseram exercer, por temor de estarem presumindo demais, souberam lembrar-se de Deus. As primeiras três categorias lembraram-se do eu inferior. A outra, a quarta, do eu superior, e não tiveram medo. Sentiam que Deus estava com elas, que Deus estava nelas, e não temeram. Oh! Santa audácia de quem está com Deus!
 Agora, pois, escutai, vós e vós, apóstolos e discípulos. Vós, apóstolos, já ouvistes estes conceitos. Mas agora os entendereis, mais em profundidade. Vós, discípulos, não os ouvistes ainda, ou deles tereis ouvido só fragmentos. E precisais esculpi-los no coração. Porque Eu sempre precisarei de vós, uma vez que, cada vez mais, vai crescendo rebanho de Cristo. Porque o mundo sempre vos atacará, crescendo nele os lobos contra Mim, e contra o meu rebanho. E Eu quero pôr em vossas mãos as armas para a defesa da Doutrina e do meu rebanho. O que basta para o rebanho não é suficiente para vós, pequenos pastores. Se é compreensível que as ovelhas cometam erros, ao comerem ervas que fazem o sangue ficar amargo, ou loucos os seus desejos, não se pode compreender que vós cometais os mesmos erros, levando muitos rebanhos para a sua perdição. Porque, pensai bem, onde houver um pastor ídolo que só cuida de si mesmo, as ovelhas morrem envenenadas ou assaltadas pelos lobos.  Vós sois o sal da terra e a luz do mundo. Mas, se deixásseis de cumprir vossa missão, tornar-vos-íeis um sal insípido e inútil. Nada poderia restituir-vos sabor, uma vez que Deus não pode dar-vo-lo, visto que, tendo-o vós recebido como um dom de Deus, vós lhe tirastes o gosto, lavando-o com as águas insípidas e sujas da humanidade, adoçando-o com o corrompido dulçor da sensualidade, misturando ao puro sal de Deus os detritos da soberba, da avareza, da gula, da luxúria, da ira, da preguiça, de modo que sobra apenas um grãozinho de sal para cada sete vezes sete grãozinhos de cada um dos vícios. O vosso sal já não é mais do que uma mistura de pedras, onde desaparece o pobre grãozinho perdido, de pedras que estalam debaixo do dente, deixam na boca um gosto de terra, e fazem que a comida fique repugnante e desagradável. Nem mesmo para outros usos inferiores ele serve, pois seria nocivo até para qualquer outro uso humano, um saber mergulhado nos sete vícios. E aí o sal já não serve mais, senão tara ser jogado fora, e pisado pelos pés descuidados do povo.
Quantas, quantas pessoas vão poder pisar assim nos homens de Deus! Porque estes, que foram chamados, terão permitido que o povo descuidado neles pisasse, porque eles não são mais a substância à qual se pede socorro, por ter ela um sabor de coisas escolhidas, de coisas do céu, mas serão apenas uns detritos. Vós sois a luz do mundo. Vós sois como este cume, que foi o último a deixar de receber o sol, e é o primeiro a pratear-se com a lua. Quem está colocado no alto, brilha, e é visto, porque até o olho mais desatento pára, de vez em quando, nas alturas. Eu diria que o olho material, que se costuma dizer que é o espelho da alma, reflete a aspiração da alma, uma aspiração muitas vezes inadvertida, mas sempre viva, enquanto o homem não for um demônio, a aspiração do alto, do alto, onde a razão instintivamente coloca o Altíssimo. E, procurando os Céus, ele ergue, pelo menos alguma vez na vida, os olhos para as alturas. Eu vos peço que vos recordeis do que nós todos fazemos, desde a nossa meninice, quando entramos em Jerusalém. Por onde é que correm os nossos olhares? Pelo monte Mória, coroado pelo triunfo do mármore e do ouro do Templo. E quando no recinto? Pelas cúpulas preciosas que resplandecem ao sol. Tudo o que é belo no sagrado recinto, tudo o que há espalhado pelos seus átrios, pelos seus pórticos e pátios! Mas os olhares correm depois lá para cima. Ainda vos peço que vos recordeis de quando se está a caminho. Para onde se dirigem os nossos olhares, como que para nos esquecermos das grandes distancias do caminho, da monotonia, do cansaço, do calor ou da lama? Dirigimo-los para os cumes, por pequenas que sejam, e até distantes. E, com que alivio os vemos aparecer, quando estamos em uma planície chata e uniforme! Aqui há lama? Lá há esplendor. Aqui há mormaço? Lá há frescor. Aqui há uma limitação para o nosso olhar. Lá há a amplidão. Basta olhar para eles, e o dia já nos parece menos quente, a lama menos pegajosa, e menos triste o caminhar. Por isso, se uma cidade brilha no alto de um monte, aí já não há olhos que não a admirem. Dir-se-ia que até um lugarejo fique embelezado quando colocado, como se fosse aéreo, no cume de uma montanha. E é por isso que na verdadeira e nas falsas religiões, sempre que tenha sido possível, os templos foram construídos em lugares altos e, se um monte ou colina não havia por ali, fez-se para eles um pedestal de pedras, construindo-se para isso, com o trabalho dos braços, uma elevação para sobre ela colocar o templo. Por que se faz assim? Porque se quer que o templo seja visto, para atrair, com a vista dele, o pensamento para Deus. Igualmente Eu disse que vós sois uma luz.

 Quem acende uma luz à tarde em sua casa, onde é que a coloca? No buraco por debaixo do forno? Na gruta que serve de adega? Ou fechada dentro de uma caixa-banco? Ou, talvez, só simplesmente a abafamos sob o alqueire?  Não. Porque, se assim fizéssemos, teria sido inútil acendê-la. Mas coloca-se a luz no alto de uma mísula, ou se põe pendurada a um gancho, para que assim do alto alumie o quarto todo e a todos os que estão dentro dele. Mas, justamente porque o que está sendo posto no alto tem a incumbência de fazer-nos lembrar de Deus e de produzir luz, por isso deve estar à altura da tarefa que recebeu para cumprir. Vós deveis lembrar-vos do Verdadeiro Deus. Tomai, pois, cuidado para não terdes em vós o paganismo de sete formas. Do contrário, vos tornaríeis como uns altos lugares profanos, com pequenas bosques consagrados a este ou àquele deus, e arrastaríeis em vosso paganismo àqueles que vos consideram templos de Deus. Vós deveis levar convosco a luz de Deus. Uma torcida suja, uma torcida não nutrida com azeite, produz fumaça, e não luz, solta mau cheiro, e não claridade. Uma luz escondida atrás de um quarto sujo não cria a beleza esplendida, não cria o fúlgido jogo da luz sobre a transparência do mineral mas definha atrás do véu da fumaça escura que torna opaco o diamantífero anteparo. A luz de Deus brilha onde existe vontade diligente de polir diariamente das escórias que o próprio trabalho vai produzindo com os seus contatos, reações e desilusões.
 A luz de Deus brilha, onde a torcida está mergulhada em um abundante liquido formado pela oração e a caridade. A luz de Deus, então se multiplica em infinitos esplendores, tantos, quantas são as perfeições de Deus, cada uma das quais suscita no santo uma virtude heroicamente praticada, se o servo de Deus conservar limpo o cristal inatacável de sua alma, longe da fumaça escura de toda paixão fumarenta e má. Cristal inatacável! Inatacável! Somente Deus tem o direito e o poder de riscar este cristal e de escrever nele com o diamante de sua vontade o seu Santíssimo Nome. Então, esse Nome se torna um ornamento, que provoca uma mais viva cintilação de sobrenaturais belezas, sobre o cristal puríssimo. Mas, se o estulto servo do Senhor perde o controle de si mesmo e a vista de sua missão, que é toda e unicamente sobrenatural, e deixa que risquem nele falsos ornamentas, que são mais uns arranhões do que incisões, misteriosas e satânicas cifras, feitas pelas garras cheias de fogo de Satanás, então, já não resplende mais bela e sempre integra a lâmpada admirável, mas se quebra e se arruína, e ainda sufoca sua chama sob os detritos do cristal quebrado, ou, se não se quebra, formará um emaranhado de sinais de inequívoca natureza, nos quais a fuligem se deposita, e neles penetra, e os estraga.
 "Ai, três vezes ai dos pastores que perdem a caridade, que se recusam a subir cada dia para elevar o rebanho, que está esperando sua subida para subir. Eu os golpearei, derrubando-os do seu lugar, e apagando até o fim a sua fumaça. Ai, três vezes ai dos mestres que rejeitam a Sabedoria, para se saturarem de uma ciência quase sempre contrária, sempre cheia de soberba, talvez até satânica, porque os faz homens, enquanto que - ou vi bem e lembrai-vos disso,  enquanto que, se o destino de todo homem e tornar-se semelhante a Deus, com a santificação que faz do homem um filho de Deus. O mestre, o sacerdote deveria ter, desde as da terra, esse aspecto, e só este, de filho de Deus. "Deveria ter" o aspecto de criatura toda alma e perfeição. "Deveria ter", para conduzir para Deus os seus discípulos.
Maldição para os mestres de doutrina sobrenatural, que se tornam uns ídolos de um saber humano. Ai, sete vezes ai dos que morreram espiritualmente entre os meus sacerdotes, os quais com a sua insipidez, com o seu torpor de uma carne meio morta, com seu sono cheio de alucinações e aparições de tudo o que há, menos do Deus Uno e Trino; cheios de cálculos de tudo o que há, menos do desejo sobre-humano de aumentar as riquezas dos corações e de Deus, passam a vida em coisas humanas, mesquinhas, entorpecidos, arrastando através de suas águas mortas aqueles que os acompanham, considerando-os "vida". Maldição de Deus para os corruptores do meu pequeno e amado rebanho. Não aqueles que perecem por vossa negligência, ó servos, maus cumpridores das ordens do Senhor, mas sim a vós, vós de todas as horas e de todos os tempos e por todas as circunstâncias e por todas as conseqüências, Eu vos pedirei contas e exigirei vossa punição. Recordai-vos destas palavras.

( O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta - Vol 3, pgs 73,74,75,76,77,78)



 Como devemos jejuar?


 Quando jejuardes, não fiqueis com aquele ar triste, como costumam ficar os hipócritas, que sabem desfigurar o próprio rosto, a fim de que o mundo fique sabendo e acreditando, ainda que não seja verdade, que eles estão jejuando. Também esses já receberam, com o louvor do mundo, a sua recompensa, e outra não terão. Mas vós, quando jejuardes, tomai um ar alegre, lavai bem o vosso rosto, para que ele apareça vistoso e liso, ungi vossa barba e perfumai vossos cabelos, tende entre os lábios o sorriso dos que estão bem nutridos. Oh! Pois na verdade, não há alimento que nutra tanto como o amor! E, quem jejua com espírito de amor, de amor se nutre! Em verdade vos digo que, ainda que o mundo vos chame de "vaidosos" ou "publicados", o vosso Pai está vendo o vosso heróico segredo, e dele vos dará uma dupla recompensa: uma, pelo jejum, e a outra, pelo sacrifício de não procurar ser louvados por causa dele.

( de Jesus a Valtorta)


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