“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

sábado, 20 de junho de 2015

A CONVERSÃO DO VELHO ZAQUEU.


A CONVERSÃO DE ZAQUEU.


Maria Valtorta viu e ouviu o que se segue por um milagre de Deus.

A paz esteja contigo Zaqueu. Vem, pois para que Eu te dê o beijo da paz. Bem que tu mereceste, diz Jesus sorrindo, com um sorriso realmente alegre, juvenil, que de fato o faz parecer rejuvenescido.
Oh! Sim, Senhor. Eu bem que o mereci. Como é difícil chegar até Ti, diz Zaqueu, erguendo-se o mais que pode, para pôr-se á altura de Jesus, que se curva para beijá-lo e, ao fazer isso, deixa ver um rosto que está sangrando por um arranhão na face direita e que está com um olho arroxeado por alguma cotovelada que o acertou na órbita.
Jesus o beija e diz:
Mas Eu não te estou recompensando por este cansaço. E sim, pelos outros, que muitas pessoas não conhecem, mas que por Mim são conhecidos. Sim, é verdade. Chegar até Mim é difícil, e não é a multidão o único obstáculo, e nem é este o obstáculo mais difícil que se encontra para chegar até Mim. Mas, o povo que quase me transportaste em triunfo, o obstáculo mais difícil, o mais complexo, e que cada vez mais complexo se torna, depois que se tentou quebrá-lo ou vencê-lo, é o próprio “eu”.
Eu parecia não estar vendo, mas Eu vi tudo, e a tudo dei o seu valor. E que foi que Eu vi? Vi um pecador convertido, um que era duro de coração, que era amante de comodidades, que era soberbo, vaidoso, luxurioso e avarento. E o vi despojar-se do seu antigo, até nas menores coisas, transformar-se em suas maneiras e afetos, como eram aqueles, para ir correndo ao seu Salvador, e lutar para chegar até Ele, e suplicar humildemente, e receber as caçoadas e censuras com paciência, sofrer no corpo os esbarros da multidão, e no coração por ver-se repelido por todos lá para trás, sem poder nem mesmo receber um olhar meu. Eu vi outras coisas nele. Coisas que vós também conheceis, mas que não quereis levar em que por meio delas tenhais recebido alívio.
Vós direis: “E como é que Tu as conheces, se Tu não moras no meio de nós?” Eu vos respondo. Assim como Eu leio no coração dos homens, assim não deixo de saber quais as ações dos homens, e sei ser justo e recompensar a proporção do caminho feito para chegar até Mim, dos esforços feitos para arrancar a floresta selvagem que cobria o sei espírito, beneficiá-lo, tirar dele tudo o que não fosse a árvore da vida, e fazê-lo rei sobre o seu “eu”, rodeá-lo com plantas das virtudes, a fim de que seja honrado, velando para que nenhum animal, ou algum ser rastejante, ou insaciável na corrupção da lascívia, ou ocioso, estas são as diversas paixões más, viesse fazer seu ninho, logo na parte mais viçosa, mas somente habitasse em vosso espírito o que é bom e capaz de louvar ao Senhor, isto é, os afetos sobrenaturais, como outros tantos pássaros canoros e mansos cordeirinhos, dispostos a ser imolados, dispostos ao louvor perfeito, por amor de Deus.
E como Eu não deixava de conhecer as obras de Zaqueu, os seus pensamentos, os seus cansaços, assim também não deixei de saber que, em muitos de que me aclamavam, existe mais um amor sensível do que espiritual. Se me amásseis de um modo justo, teríeis tido piedade do vosso concidadão, e não o teríeis humilhado, recordando-lhe o seu passado. Aquele passado que ele cancelou, e do qual Deus não se lembra, porque se o perdão já foi concedido, e não precisa ser dado de novo, a não ser que o homem volte a pecar. E se torna a julgá-lo pelo pecado novo, contudo não o faz quanto aquele que já lhe foi perdoado.
Agora Eu vos digo, e vo-lo dou como companheiro nas meditações da noite, que não consiste somente em fazer aclamações de que me amais de verdade, mas em fazer aquilo que Eu faço e ensino, em praticar um amor recíproco, em ser humildes e misericordiosos, lembrando-vos de que um mesmo barro vos formou, quanto a parte material, e que o barro está sempre inclinado para o pântano e que por isso, se até agora aquilo que em vós é força vos conservou acima do pântano o espírito que nunca conheceu desfeitas, o que é uma coisa impossível, porque o homem é pecador, e só Deus é sem pecado. Amanhã vosso espírito poderia conhecê-las em número e grau ainda maiores do que as do velho pecador, que agora renasceu pela Graça, tornado novo por ela, a até como um menino que acabou de nascer, tendo a seu favor a humildade, que lhe vem da lembrança de ter sido pecador, e a vontade ardente de fazer para o resto de sua vida, tanto bem quanto for necessário para encher uma vida longa e toda consagrada ao bem, e também para reparar, com medida cheia e transbordante, todos os males que possa ter praticado.
Amanhã Eu vos falarei. Para esta tarde, Eu já falei. Ide com a minha admoestação, e bendizei a Deus que vos manda o médico, que faz a amputação de vossa sensualidade oculta, escondida por baixo de um véu de santidade espiritual, como umas doenças ocultas, que roem a vida, por baixo de aparências de saúde.
Vem aqui Zaqueu.
Sim, meu Senhor. Não tenho mais do que um velho servo, e eu mesmo é que abro a porta, e com ela também o meu coração comovido, oh!, e quanto!, pela tua infinita bondade.
(O Evangelho como me foi Revelado – Mara Valtorta, Vol 8, pgs 173,174,175)

A paz de Jesus.

Antonio Carlos Calciolari. 

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