“NO TERCEIRO DIA, UMA LUZ VINDA DOS CONFINS DO UNIVERSO, COMO UM METEORO, VAI DIRETO ATÉ O SEPULCRO, QUANDO UM ESTRONDO SACODE A TERRA, AFASTANDO A ENORME PEDRA QUE O SELAVA, E OS GUARDAS ROMANOS FICAM ATORDOADOS. A LUZ ENTÃO ENTRA NO CORPO INERTE DE JESUS, QUE EM SEGUIDA LEVANTA, TRANSPASSANDO OS PANOS DA MORTALHA COM SEU CORPO IMATERIAL FULGURANTE. RESSUSCITANDO DOS MORTOS COM UMA MATÉRIA INCORPÓREA DE INTENSA LUZ, CONHECIDA APENAS POR DEUS, DE UMA BELEZA INDESCRITÍVEL.”

segunda-feira, 1 de junho de 2015

A CO-REDENTORA FEZ A VONTADE DE DEUS.


A CO-REDENTORA FEZ A VONTADE DE DEUS.


Maria Valtorta viu e ouviu o que se segue por um milagre de Deus.

...na morte do Salvador.
Jesus!”, grita Maria de Alfeu, pondo-se de pé, espantada, olhando ao redor de si, como se estivesse com medo de ver surgirem os deicidas por detrás das sebes e das árvores da horta. “Jesus!”, repete ela olhando para Ele com dó.
Mas, que é isso? Então não conheces as Escrituras, para ficares tão espantada pelo que Eu disse?, pergunta-lhe Jesus.
Mas... Mas... Não é possível... Não deves permitir isso... Tua Mãe...
Ela vai ser Salvadora como Eu, e está sabendo. Olha para ela, e imita-a.
Maria de fato se mostra enérgica, e alguma coisa de majestoso se nota em sua palidez profunda. Ela está imóvel. Com as mãos justas sobre o peito, como em oração, e com a cabeça levantada e o olhar fitando o vazio.
Maria de Alfeu olha para ela. Depois volta-se de novo para Jesus. Mas não deves dizer isso a ela, esse futuro tão horrível. Tu lhe fincarias uma espada no coração.
“Há trinta e dois anos essa espada lhe foi fincada.”
Naão! Não é possível! Maria... sempre serena... Maria...
Faze uma pergunta a ela se não acreditas no que Eu estou dizendo.
Sim, que eu vou perguntar-lhe. É verdade, Maria que tu o estás sabendo?
E Maria em voz baixa, mas firme, diz: È verdade. Ele estava com quarenta dias, e isso me foi dito por um Santo... Mas antes também... Oh! Quando o Anjo me disse que, permanecendo virgem, eu haveria de conceber um filho, que pela sua concepção Divina, iria ser chamado Filho de Deus, pois tal Ele é realmente, quando me foi dito que no seio de Isabel a estéril, se havia formado um fruto por um milagre do Eterno, não tive dificuldade em lembrar-me daquelas palavras de Isaías: “ Eis que a Virgem dará á luz um Filho, que será chamado Emamuel”... Tudo, tudo está em Isaías. E lá ele fala também do Precursor... E lá ele fala do Homem-das-dores, vermelho, vermelho... por estar ensangüentado, irreconhecível... parecendo um leproso...pelos nossos pecados. A espada está no coração desde então, e tudo serviu para fincá-la mais ainda: o cântico dos Anjos e as palavras de Simeão, a vinda dos Reis do Oriente, afinal tudo, tudo...
“Tudo o mais o quê minha Maria? Pois Jesus triunfa, Ele faz prodígios. Está acompanhado de multidões, cada vez mais numerosas. Por acaso não será verdade isso?”, diz Maria de Alfeu.
E Maria sempre com aquele semblante, diz a cada nova pergunta: “Sim, sim, sim”, sem tristeza, sem alegria, dando pacatamente a entender que sim, porque assim são as coisas...
E então? Qual outro tudo que finca a espada no coração?
Oh! Tudo..
E tu ficas tão calma assim? Tão serena? Tão tranqüila. Como quando chegaste aqui como esposa há trinta e três anos, e estas recordações parecem de ontem! Como podes?... Eu ficaria doida... eu faria... nem sei o que eu faria... Eu... Mas, não! Não é possível que uma mãe saiba de uma coisa assim e fique calma.”
Antes de ser Mãe, eu sou filha e serva de Deus. A minha calma, onde é que a encontro? Em fazer a vontade de Deus. A minha serenidade, de onde me vem? De fazer essa vontade. Se eu tivesse que fazer a vontade de um homem, poderia ficar perturbada, porque um homem, mesmo o mais Santo, pode sempre impor vontades erradas. Mas aquela de Deus! Se Ele me quis para ser Mãe do seu Cristo, deveria eu pensar que isso foi ser cruel comigo e, com tal pensamento , perder a minha serenidade? O pensamento de que o que vai ser a Redenção por Ele e por mim, também por mim, deverá perturbar-me com o pensamento de como terei que fazer para que passe aquela hora. Oh! Ela vai ser terrível..., e Maria tem um involuntário soluço, com um arrepio, de repente, e fecha as mãos, como para impedir que elas tremam, como para orar com mais fervor, enquanto seu rosto se torna mais pálido, e suas pálpebras leves se abaixam, como se sentisse um abalo de angústia em seus doces olhos da cor do céu. Mas ela recupera sua voz firme, depois de um profundo suspiro de angústia e, termina: Mas Ele, Aquele que me impôs a sua vontade e a quem eu sirvo com um amor cheio de confiança, me dará sua ajuda para aquela hora. A mim, e a Ele. Porque não pode o Pai ter vontades fortes demais para serem executadas pelas forças do homem... e Ele socorre... sempre... E nos socorrerá, meu Filho... nos socorrerá... Ele nos socorrerá e não poderá haver ninguém senão Ele, infinito em seus meios, para socorrer-nos...
Sim, Mãe. O amor nos socorrerá, e no amor nos socorreremos um ao outro. E no amor redimiremos. Jesus se pôs ao lado de sua Mãe e lhe pousa a mão sobre o ombro, e Ela levanta o rosto a fim de olhar para Ele, para o seu belo e sadio Jesus, destinado a ser desfigurado pelas torturas, morto com mil feridas, e diz:
No amor e na dor. Sim. E juntos.
Ninguém fala mais.
(O Evengelho como me foi Revelado - Maria Valtorta,Vol 5)


A paz de Jesus.

Antonio Carlos Calciolari.

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