O SUDÁRIO DO PADRE PIO
Me perdoem uma possível arrogância de minha parte, mas eu
estou vendo algo que possivelmente ninguém mais percebeu, talvez porque eu seja
um artista. Vejo uma única imagem inicial do rosto do Padre Pio, que no verso
do lenço, esta mesma imagem fica semelhante a de Cristo. É um milagre em cima
do outro, um duplo milagre, e não apenas a imagem sobrenatural e inexplicável.
Este milagre da imagem do Padre Pio no lenço de Francisco
Cavicchi, ficou desconhecido dos cristãos durante mais de trinta anos depois do
ocorrido, e teria ficado ainda mais tempo se não fosse um amigo jornalista de
Cavicchi para ajudar na divulgação. É com muito prazer e satisfação que faço
conhecer, para quem ainda não sabia, este milagre não feito por mãos humanas.
“Francisco Cavicchi (1913-2005), um bem-sucedido industrial de
Conegliano, Província de Treviso, Itália, filho espiritual de Padre Pio, fez
muitas visitas a San Giovanni Rotondo em sua vida, mas duas delas o marcaram
definitivamente. A primeira foi em fevereiro de 1968, e a segunda em 23 de
setembro de 1969, aniversário da morte do Padre Pio. Teria obtido um Sudário dele num lenço? Mas seria
possível uma coisa destas? Tentemos explicar com o depoimento do próprio
Francisco. Depoimento que, em fins de 1998, ele deu ao jornalista e escritor
Renzo Allegri. Estas imagens têm as típicas características do Santo Sudário de
Cristo: não foram pintadas, não foram desenhadas, na tela não se encontra
nenhum traço de tinta ou de qualquer outra substância. A Ciência deve estar
aberta a tudo, e se existe algo estranho, do qual não se conhece a origem, o
caminho certo é a indagação”. Fanti usou os meios científicos mais modernos e
sofisticados para explicar o caso, como análises fotográficas no visível, no
ultravioleta, no infravermelho, análises químicas, análises no microscópio eletrônico
etc. “A conclusão é irrefutável:
Impossível que estas imagens sejam de obra humana”.
Francisco telefonou, entre setembro e dezembro de 1998, ao
jornalista Renzo Allegri, pedindo que fosse visitá-lo. O Senhor é um
jornalista, e escreve frequentemente sobre o Padre Pio. Eu leio seus artigos.
Tenho algo muito importante a lhe contar. E lá se foi Renzo Allegri. Depois de
um longo papo, de observar minuciosamente as "imagens-relíquias",
etc., registrou os fatos, para publicar um artigo no jornal.
Qual a origem desta imagem?
A história começou em fins de fevereiro de 1968. Visitei o
Padre Pio, a quem conhecia e frequentava há muito tempo, para pedir-lhe alguns
conselhos. Viajei com meu próprio carro, junto com a esposa e amigos. Mas,
chegados a San Giovanni Rotondo, ficamos sabendo que o Padre não estava bem, e
por isso não descia do quarto. Mesmo assim, permanecemos ali por alguns dias...
e decidimos voltar para casa.
Antes de partir, fui até o superior do convento para saber
se, por seu intermédio, podia fazer chegar ao padre Pio o meu pedido e obter
uma resposta. "Por que não fala diretamente com ele?" – disse-me. –
"Encontro-me aqui há mais dias e não o vejo", respondi. "Logo
mais ele desce para atender às confissões dos homens" e, abrindo a porta
da clausura, indicou-me o lugar do elevador aonde chegaria o Padre.
"Aguarde-o aí", disse-me. Eu estava sozinho diante do elevador e
andava preocupado. Não sabia de que jeito começaria a falar com o Padre Pio.
Ele sempre tinha pouco tempo e, portanto, não podia perder-se em conversas. A
agitação me fazia suar as mãos. Tirei do
bolso o lenço e mantive-o apertado na mão, para enxugar o suor. E o
elevador chegou. Ajoelhei diante da porta. No que ela abriu, Padre Pio me deu a
mão a beijar e disse sorrindo: "Filho, se não levanta, como posso
sair?" De fato, eu estava trancando a passagem. Levantei-me. Ele viu o lenço que tinha na mão e o pegou.
Logo pensei: "Que beleza! Quando me devolver, será para mim uma relíquia
preciosa". Andando com o Padre, confiei-lhe meus problemas e, como sempre,
ele teve respostas imediatas e precisas.
E assim chegávamos à entrada do convento. Fora havia uma
multidão aguardando o Padre. Apenas aberta a porta, muitos lhe correram ao
encontro para beijar-lhe a mão, para tocá-lo. Num instante, foi engolido pela
multidão, e eu parado na porta, observando.
Esquecera o lenço, mas o Padre Pio não. Voltou-se para mim e, mostrando-me o
lenço, disse: "Ei, e este não vai levar?" "Ah, sim,
obrigado".
Fixou-me nos olhos,
abriu o lenço, passou-o no rosto, como a enxugar um hipotético suor, que não havia porque era
inverno, e me entregou. Tinha sido um evidente gesto de delicadeza para comigo.
Retomando o lenço, eu me sentia profundamente comovido. Entendi que me havia
dado um valioso presente.
Percebeu algo de especial naquele lenço?
Nada havia no lenço. Tenho certeza. Tratava-se de um lenço amarrotado, nada mais. Mas tinha estado nas mãos de Padre Pio, que o passou no seu rosto, o que para mim virara uma relíquia excepcional. Chegado ao hotel, contei tudo à minha mulher e também ela sentiu-se feliz por termos esse objeto. Voltando para casa, o guardamos com a maior devoção. Eu o carregava sempre comigo, como um amuleto. Levava-o, dobrado, na lapela do casaco, e mais vezes o mostrava aos amigos, contando a história. Todos o tocavam respeitosamente e, com o passar do tempo, o lenço foi tomando uma cor feia, parecia sujo.
E quando apareceu aquela misteriosa imagem?
No dia 23 de setembro de 1969, primeiro aniversário da morte
de Padre Pio, fui de novo a San Giovanni Rotondo, com minha esposa e outros
devotos de Padre Pio. Viajamos de noite num ônibus, chegando ao destino às
cinco da manhã. Sentia um grande cansaço, muito maior que de costume. Fiquei um
pouco na cripta da igreja, rezando junto ao túmulo do Padre Pio, mas logo, não
conseguindo vencer o sono, subi até a igreja e sentei num banco à parte, para
descansar.
Adormeci logo... e sonhei com o Padre Pio. Vi-o sair do
altar-mor e vir na minha direção. Estava sorridente. Chegando na minha frente,
com as mãos abriu o hábito mostrando-me a chaga do lado. "Toque-a",
disse-me. Eu não queria, temia produzir-lhe alguma dor. Mas ele insistiu;
"Toque-a". Pus então os dedos na chaga. Ao retirá-los, notei que estavam sujos de uma espécie de massa branca,
grudenta. Instintivamente procurei limpá-los, mas não sabia onde. De
repente apareceu um pedaço de tecido branco, uma espécie de lenço, e nele eu
limpei os dedos. Aquela massa branca, porém, deixava no lenço sinais pretos. E
não sei por que, passando por cima as pontas dos dedos, consegui uma tosca
imagem do padre Pio. Procurei ver o frade, mas havia desaparecido (isto em
sonho). Naquele momento alguém me acordou. Era minha mulher. "Está muito
cansado?" perguntou-me. "Mas deu para descansar um pouco", respondi
e acrescentei: "Vou dar uma saída para refrescar o rosto".
No fundo da Igreja havia uma fonte, que depois foi trocada de
lugar. Muita gente ia apanhar água para tomar e também por ser considerada como
"água de Padre Pio". Aproximei-me, molhei as mãos e o rosto e tirei do
bolso um lenço, para enxugar-me. Mas, ao invés do lenço normal, por engano,
tirei aquele que o Padre Pio me havia dado. Uma senhora, que estava na minha
frente, disse: "Puxa, como está sujo o seu lenço! Quer que o lave?"
Olhei o lenço e vi que estava até preto e manchado. "Sim, lave-o",
concordei eu. E enquanto pronunciava estas palavras admirei-me dessa decisão,
porque mais vezes minha mulher pedira para lavá-lo e nunca lhe havia permitido.
A senhora aproximou-se e começou a derramar água da sua garrafa sobre o lenço.
Eu o esfregava nas mãos. De repente ela começou a gritar: "Padre Pio,
Padre Pio". "Onde está ele?", perguntei. "Ali, no
lenço" disse-me ela, continuando a gritar. Acorreu muita gente.
Assustei-me. Um dia antes, uma senhora, que havia gritado na igreja, dizendo
ver o Padre Pio nos degraus do altar, fora presa pelos carabineiros e levada à
delegacia de polícia. Pus no bolso o lenço todo molhado e me afastei dizendo:
"Nada de novo a ver". Refugiei-me na igreja e pouco depois voltei ao
hotel.
No lenço via-se o rosto do Padre Pio.
Eu, na verdade, via sinais pretos desconexos, semelhantes aos
que parecia ter visto em sonho. Podiam fazer pensar num rosto humano, mas não
eram claros. E eu, embora sentindo que algo de misterioso estava acontecendo
naquele lenço, não queria me enganar. Por isso não disse nada a ninguém, nem
mesmo à minha mulher. Antes de deitar, estendi o lenço sobre a mesinha de
cabeceira para que enxugasse. De manhã, durante a Missa, rezei ao Padre Pio que
me "fizesse entender" o significado dos sinais aparecidos no lenço. E
pedi-lhe também permissão para poder confidenciar com minha mulher o fato.
Percebi logo um forte perfume e interpretei-o como permissão para falar com
ela.
Enquanto retornávamos ao hotel, contei a ela o que acontecera.
Subindo ao quarto, apanhei o lenço e o pus diante dos olhos. "Consegue
distinguir alguma coisa?" – perguntei-lhe. "O rosto de Jesus"
disse ela. "Nada de Jesus, é do Padre Pio!" retruquei. "Para mim
é o rosto de Jesus". Olhei e me dei conta de haver mostrado à minha esposa
uma imagem diferente daquela que eu tinha visto. Virei o lenço, e doutro lado
havia o rosto do Padre Pio, formado por aqueles sinais pretos desconexos, que
havia percebido também na tarde anterior, mas agora o rosto aparecia nítido e detalhado.
Durante a noite, portanto, haviam-se formado aquelas duas imagens misteriosas,
distintas e diferentes, que mostravam, num lado, o rosto de Jesus, e no outro,
o do Padre Pio.
Confuso e apavorado, não sabia o que dizer nem o que fazer.
Aconselhei-me com alguns religiosos. Todos, vendo a imagem, admiravam-se, mas
depois me pediam para manter silêncio. Retornando a Conegliano, procurei meu
Bispo e também ele me recomendou silêncio. Temiam que o caso pudesse suscitar
fanatismo e atrapalhar a causa da beatificação. E eu obedeci. Guardei sempre
escondida esta imagem. Só a mostrava a quem tinha autorização dos frades
capuchinhos. Mas agora tenho a permissão de torná-la conhecida. E espero que
decidam enfim examiná-la para entender qual é seu valor e seu segredo.
NOTA: Este depoimento (de fatos vividos entre 1968-1969) só
foi dado em fins de 1998, portanto, uns
30 anos após. O processo de beatificação do Padre Pio encontrava-se
concluído e estava já marcada a data da beatificação (02/05/1999). Não havia
mais razão para o silêncio.
Daí o interesse de Francisco Cavicchi de tornar públicos os
fatos. Quis valer-se do jornalista Renzo Allegri, especialista para fatos desse
gênero e conhecedor da vida do Padre Pio. Esse publicou um artigo sobre o caso,
mas mantendo-se, porém, neutro, com um pé atrás.
Francisco Cavicchi era um industrial bem-sucedido em
Conegliano. E tinha 85 anos. Em razão de seus méritos, o Presidente da
República lhe concedera o título de Comendador. Era um cristão convicto,
praticante, tanto assim que fora designado como responsável pelos "Grupos
de Oração do Padre Pio" em sua cidade, cargo que só se oferecia a pessoas
que se distinguissem pela prudência e pela prática da vida espiritual.
Mesmo assim, Renzo Allegri tinha a impressão de que, ao menos
em parte, isso fosse fruto de fantasia. Uma história desconcertante, ou
incrível. Francisco Cavicchi morreu em 2005, aos 92 anos. E o famoso lenço foi
confiado a uma comunidade de frades, e lá, a certa altura, decidiram submeter
as imagens ao exame de um perito.
Dirigiram-se ao professor Júlio Fanti, da Universidade de
Pádua. Fanti é docente de "Medidas Mecânicas e Térmicas" no
Departamento de Engenharia Mecânica da dita Universidade, um cientista notável,
que participou na organização de diversos empreendimentos espaciais dos Estados
Unidos. Mas é também um perito do santo sudário, sobre o qual fez importantes
pesquisas, escreveu livros, e é um estudioso daquelas imagens misteriosas,
ditas "acheropite", palavra que significa "não feitas por mão
humana".
Fanti estudou o caso
com a maior seriedade, chegando a conclusões que verdadeiramente possuem algo
de incrível. "As duas imagens que aparecem no lenço não têm explicação
científica e, portanto, não são obra humana. Apresentam ademais as típicas características
do Santo Sudário: não foram pintadas, não foram desenhadas, na tela não se
encontra qualquer traço de tinta ou de outra substância. A Ciência deve estar
aberta a tudo e, se existe um objeto estranho do qual não se conhece a origem,
o caminho certo é indagá-lo".
Fanti usou dos meios científicos mais modernos e sofisticados
para explicar o caso, como análises fotográficas no visível, no ultravioleta,
no infravermelho, análises químicas, análises no microscópio eletrônico etc. “A
conclusão é irrefutável: é impossível que estas imagens sejam de obra humana” –
concluiu ele.
Fonte: www.saopio.com.br
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